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Praieira: A última rebeldia do império - A cidade que não se cala Por Zé da Flauta*

24/09/2025 -

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Houve um tempo em que o Recife acordou com cheiro de pólvora e grito de liberdade. Era 1848, ano em que a Europa ardia em revoluções, e aqui, no coração da Veneza Brasileira, a brisa do Capibaribe também trazia ventos de rebeldia.


Nas esquinas

Nas esquinas da Rua da Praia, jornalistas, poetas e populares pediam aquilo que parecia simples, mas era ousado demais, voto livre, imprensa sem correntes, igualdade de direitos. Nascia a Revolução Praieira, a última chama liberal do Brasil Império.

Chão em brasas

As ruas do bairro de São José, os becos do Recife Antigo e as pontes sobre os rios foram testemunhas de sonhos maiores que as muralhas de pedra que os tentavam conter. Não eram apenas armas que moviam os revoltosos, mas ideias, e ideias, quando encontram o ouvido do povo, viram pólvora invisível. No jornal Diário Novo, a pena valia tanto quanto a espada. A cidade fervia como se o chão de paralelepípedos fosse de brasas.

Insubmissos

A Praieira não venceu com baionetas, mas venceu com memória. Foi esmagada pela força imperial, mas deixou gravado na alma do Recife que este é lugar de insubmissos. Somos filhos de uma terra que não se contenta com a obediência cega. Talvez por isso o recifense, até hoje, carregue no passo ligeiro uma pontinha de desconfiança com qualquer poder que se diz absoluto.

Sussurro

E é por isso que cada vez que atravessamos a Ponte da Boa Vista ou caminhamos pela Rua da Aurora, ainda ecoa, discreto, o brado dos praieiros: “liberdade, igualdade, humanidade”. Não é só passado. É um sussurro que insiste em nos lembrar que sem coragem não se faz futuro.

Até a próxima!

*Zé da Flauta é músico, compositor, filósofo e escritor.

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