
A Família Sá: um nome marcante no progresso de Caruaru Por Tavares Neto*
25/09/2025 -
Quando se fala no desenvolvimento de Caruaru, a história da família Sá ganha destaque. De origem paraibana, o patriarca Sebastião Lima Sá nasceu em Monteiro, em 1900, e se casou com Maria Dolorosa, natural de Sertânia (quando a localidade ainda se chamava Lagoa de Baixo). O casal oficializou a união em 1924, em Monteiro, e teve nove filhos: sete nascidos na Paraíba e dois já em Caruaru.

Profissão
Sebastião, de profissão pedreiro e de fé evangélica, mudou-se com a família para Caruaru em busca de dias melhores. Na cidade, construiu diversas obras, entre elas a Igreja Evangélica Presbiteriana, localizada na Rua dos Guararapes, no Centro. Fixou residência no bairro Santa Rosa e colocou dois de seus filhos para trabalhar em uma fábrica de calçados na Rua Amarela, de propriedade do italiano Pietro.
Aprenderam o ofício
Os filhos mais velhos, Biu de Sá e José de Sá, aprenderam o ofício e, após dois anos, decidiram abrir sua própria tenda na antiga Estrada Velha do Recife — hoje Rua Capitão Dé, no bairro Alto Santa Rosa. O sucesso foi rápido, e logo adquiriram uma casa na Rua dos Sapateiros, nº 29, onde fundaram a Casa Dalva.

Negócio como ajudantes
Aos poucos, os irmãos mais novos se integraram ao negócio como ajudantes, formando uma espécie de sociedade familiar que, mais tarde, seria oficializada. A união rendeu frutos: os Irmãos Sá se tornaram os maiores fabricantes de calçados de Pernambuco.
Visão empreendedora
Em 1953, com visão empreendedora, Biu e José fundaram a Sá Irmãos Ltda., loja especializada na venda de materiais para calçados, instalada em prédio próprio na Rua dos Sapateiros, nº 33. O empreendimento foi um sucesso. Poucos anos depois, em 1959, os irmãos decidiram encerrar a produção de calçados para se dedicar exclusivamente ao comércio de insumos.
O crescimento
O crescimento não parou. Uma filial foi aberta na Rua 15 de Novembro, voltada para materiais de construção e ferragens. Mais tarde, essa unidade se transformaria na Nordestina de Ferragens Ltda. (NORFEL), localizada na Rua Sete de Setembro, onde permanece até os dias atuais.
A trajetória
A trajetória da família, no entanto, também foi marcada por tragédias. Em 1963, um acidente na BR-232, entre Recife e Caruaru, vitimou os irmãos Biu de Sá e Ezequiel Sá. Dois anos depois, surgiu a Casa Martins Sá, que ficou sob responsabilidade de Maria Sá, viúva de Biu, e seus filhos.

Os conselhos
Seguindo os conselhos de José de Sá, a família expandiu ainda mais os negócios, abrindo filiais no Recife — nas ruas Dias Cardoso, Direita, da Praia e na Avenida Dantas Barreto —, além de lojas em Fortaleza, Campina Grande, Natal e São Paulo.
Exigiu
O crescimento exigiu que os irmãos se dividissem para gerir melhor os empreendimentos, que passaram a incluir também materiais de construção, elétricos, plásticos e ferragens.
Com a morte de José de Sá, em 1997, seus filhos optaram por seguir outros caminhos no Recife. Entre os irmãos, o destaque atual é Eliaquim Sá, que ainda mantém forte dedicação às atividades comerciais, passando a responsabilidade para as novas gerações.
Se destacou
Outro membro importante da família, Luiz Sá, se destacou em Caruaru no ramo da construção civil. Visionário, decidiu derrubar antigas casas suas na Avenida Agamenon Magalhães para transformar a área em um polo comercial. O projeto foi bem-sucedido: hoje, o bairro Maurício de Nassau é um dos mais valorizados da cidade, reunindo bancos, clínicas médicas e grandes empreendimentos.
Relembrou
Em entrevista, Luiz Sá relembrou que seu pai, Sebastião, além de pedreiro, era também sanfoneiro. A sanfona, guardada até hoje pela família como um tesouro, embalava os momentos de devoção, já que todos os filhos, de tradição protestante, se destacavam no canto de músicas de louvor.
Os negócios
Passando atualmente seus negócios para os filhos, Luiz conserva viva a memória de sua trajetória. Ele recorda que, ainda jovem, foi jogador de futebol amador em Caruaru e revive uma cena marcante:
“Um dia, descendo o Alto Santa Rosa, ao passar pela Ponte Velha, parei e pensei: o futuro da nossa família está em Caruaru”.
*Tavares Neto é jornalista e radialista em Caruaru.

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