
O Brasil da Guinada Por Virginia Pignot*
25/09/2025 -
No caminho do desenvolvimento
Acordei, em manhã fria do começo do outono, com o desejo apressado de escrever. Nesta semana da grande manifestação popular contra o projeto de anistia a golpistas e contra a repetição de abusos de poder de congressistas, com informações sobre importantes avanços tecnológicos brasileiros, e com discurso do presidente Lula na ONU afirmando a soberania e a independência Brasileira, podemos nos perguntar se o Brasil estaria finalmente se preparando para entrar de vez no caminho do desenvolvimento.
O governo apressado
Como eu hoje, o Brasil também tem pressa. O jornalista L. Nassif propõe que o governo encontre um mote, do tipo “50 anos em 4 anos”, para mostrar seus esforços no incentivo a diferentes setores da economia nacional e seus frutos.
O Plano Safra apoia o agronegócio e a agricultura familiar, somos grandes exportadores de grãos, de carnes, de frutos; depois de ter sido vendida por governos entreguistas a EMBRAER é de novo brasileira e já é a terceira produtora de aviões mundial; o projeto Nova Indústria Brasil tem avançado na fabricação de fármacos, uma universidade de S. Paulo recebe incentivo para a fabricação de Chips, elemento essencial para produtos industriais.
Pérolas da engenharia nacional e o Brasil no BRICS
Recentemente, em junho de 2025, a equipe nacional contratada pela fábrica da Samsung de Manaus conseguiu sucesso no projeto de fabricação de aparelhos celulares, tablets que resistem à utilização dentro d’água. O projeto interessou a marinha brasileira, a empresa está trabalhando junto com o governo brasileiro.
O grupo do BRICS do qual o Brasil é membro conta com 40% da população mundial e representou 40% da economia mundial em 2024. O grupo é relevante também porque tem países chaves no fornecimento de commodities, como o Brasil e a Rússia, que fornecem energia, alimentos e minerais estratégicos muito relevantes. Os países do BRICS vão poder ditar ou dar uma direção para os preços destas matérias, diz o prof. de Relações Internacionais da FGV, Rodrigo César
O que dizem os números?
Em relação a 2022, a renda média do brasileiro subiu de 18% nestes 3 anos. O desemprego está baixo, a inflação controlada. Salario Mínimo, bolsas de estudo tiveram reajuste depois de 7 anos congelados. Houve recuperação de orçamento para Saúde, Educação, Ciências e Tecnologia que estavam subfinanciadas, assim como para a Farmácia Popular, Minha Casa Minha Vida.
Países com mais desigualdade
Por outro lado o Brasil é um dos 10 países com mais desigualdade de renda no mundo. Milhões de pessoas encontram dificuldades no acesso à saúde, educação, moradia, alimentação. O Ministro Fernando Haddad explica ao ICL Notícias, que o governo atual fez uma reforma tributaria, já aprovada pelo Congresso, que tende a diminuir privilégios seculares das classes dominantes brasileiras, possibilitando a redução da desigualdade.
O que pensa o povo. Samba da Escola Acadêmicos de Niterói para desfile de 2026
Que pensa o povo do governo atual? O samba-canção da escola Acadêmicos de Niterói para 2026, exprime o sentimento e apoio popular em relação ao presidente eleito para um terceiro mandato:
“Eu vi brilhar a estrela de um país no choro de Luiz a luz de Garanhuns, sertão onde a pobreza e o pranto se dividem para tantos, e a riqueza multiplica para alguns. Brilhou o sol da pátria incessante pro destino retirante, te levei Luiz Inácio...Vi a esperança crescer, vi o povo seguir sua voz, revolucionário é saber escolher os seus heróis… nos ainda estamos aqui, no Brasil de Rubens Paiva…tem filho de pobre virando doutor, comida na mesa do trabalhador, a fome tem pressa, Betinho dizia.
Quanto custa a fome, quanto vale a vida, nosso sobrenome é Brasil da Silva. Vale uma Nação, vale um grande enredo, em Niterói o amor venceu o medo”.
Guinada e conclusão
O Brasil pode estar vivendo um momento de guinada que abre o caminho para o desenvolvimento com mais igualdade de direitos e acesso aos bens básicos para a maioria da população como anseia o clamor social.
Golpistas
O fato de golpistas serem condenados pela primeira vez pode ser um passo para evitar a repetição histórica de rupturas democráticas brasileiras com seu lote de retrocesso social, autoritarismo, desmonte da máquina pública, censura e sofrimentos.
*Virgínia Pignot é médica e articulista.
NR - Os artigos assinados expressam a opinião dos seus autores.