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Medicamentos mortais e comércio da saúde, por Natanael Sarmento*

29/09/2025 -

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Denúncias

Peter Gøtzsche, pesquisador e diretor do Nordic Cochrane Centre faz graves denúncias contra a máfia da indústria farmacêutica. Da comercialização de remédios inapropriados. Terceira causa de mortes nos EUA e na Europa.

Autoridade

O médico dinamarquês é criticado pelos denunciados corrompidos da máfia dos remédios. Mas o professor Peter Gøtzsche tem a propriedade de décadas de estudos e prática. Integrante destacado da rede internacional de pessoas e instituições dedicadas à preparação, manutenção e difusão das revisões dos efeitos e cuidados da saúde. O cientista dinamarquês baseia-se em exaustiva pesquisa, farto dossiê probatório da sua tese publicada no livro: “Medicamentos Mortais e Crime Organizado: Como a Big Pharma Corrompeu a Saúde” (2014).





Templário solitário da Cruz Vermelha?

O dinamarquês tornou-se um cruzado contemporâneo em defesa de vítimas anônimas, baseado nos mesmo princípios norteadores da Cruz Vermelha: humanidade, moralidade, imparcialidade e independência. A Cruz atua nos desastres e guerras. O templário Peter ergue a espada da defesa moral e científica da humanidade contra os bombardeios destrutivos da mercantilização da saúde públicas em tempos de paz. Desde 2014 escreveu dezenas de artigos, concedeu inúmeras entrevistas a denunciar os crimes das Bigs Pharmas expondo dados e números concretos dos crimes dessa indústria.

Sistema do lucro

Em 1848 Karl Marx já alertava que a burguesia capitalista rasgava o véu das emoções e sentimentos e reduzia todas as relações às trocas monetárias. Em “todas” inclusas a saúde e vidas. Exagero do barbudo? Os capitalistas lucraram trilhões de dólares nas guerras. Na 2ª Guerra Mundial computam-se de 70 a 85 milhões de mortos. A indústria bélica torna-se uma das mais rentáveis globalmente. Os EUA investiram 13,1 bilhões no Plano Marshall da “reconstrução da Europa”. Empréstimo a ser quitado a longo prazo, com juros e correção, negócios à parte. Em fevereiro de 2025 os terroristas Trump dos EUA e Natanyaru de Israel ajustam liberação e venda de 7 bilhões de dólares em mísseis e bombas para o genocídio palestino. Investidores do complexo industrial armamentista Norte-Americano agradecem. Os do setor imobiliário - Trump projeta construção de resorts na “reconstrução” de Gaza. Na busca do lucro a burguesia não usa o véu da vergonha, Marx está certo e atualíssimo.





Tráfico

Máfias agem dentro e a margem da lei. As mais perigosas agem legalmente, com publicidade a azeitar vendas de seus produtos suas drogas. “Mutatis mudandis” possuem idênticas estruturas: laboratórios de produção; logística de armazenamento e transporte, rede de distribuição, promotores e pontos de vendas das drogas; plataformas de delivery. Médicos e professores de centros médicos exercem papéis relevantes no tráfico. A mercantilização da narcomedicina dessa comunidade criminal respaldada na lei e que desfruta de reputação e reverência social.

Receitas letais

A Abifama – Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas, certamente mui preocupada com a saúde pública do nosso povo, atribui as 20 mil mortes anuais, aproximadamente, à automedicação e uso incorreto de medicamentos. Não dispomos nessa estatística do número de óbitos com vítimas devidamente assistidas por receitas médicas. As mortes ficam na conta da “automedicação”.

Nos EU e UE

Medicamentos “devidamente” receitados representam a terceira principal causa de morte, nos EUA e Europa. Perdem somente para males do câncer e coração que matam mais.





Dolo

No livro citado do dinamarquês aponta-se a estratégia das empresas farmacêuticas. Ordinariamente, omitem dados prejudiciais. Medicamentos ineficazes e tóxicos são vendidos.

Cumplicidade

Os “órgãos reguladores” deviam proteger a saúde pública. Mas são cooptados pelas Bigs Pharmas. Na Europa es EUA são cúmplices da máfia medicamentosa na solução liberal do “ laissez-faire, laisseez passer”.

Controle judicial?

No Brasil há leis, ANS, portarias, mas a questão da saúde é terreno movediço face à insegurança jurídica. Decisões desencontradas. O jurisdicionado requerente depende da escola e da interpretação do magistrado quanto à extensão da constitucionalidade do direito à vida e à saúde. Erros médicos muito raramente são reconhecidos. Decisões seguem parecer de “perícias” da “medical corporation”.

Planos

Segundo o Conselho Nacional de Justiça, quase trezentos mil processos contra planos de saúde (2024). A maioria por negativa de cobertura e aumentos contratuais elevados. Usuários, com frequência, reclamam do atendimento dificultado quando precisam e da elevação das mensalidades.

Pirataria

Os capitalistas procuram sucatear serviços públicos com escopo de “privatizar” e “prestar bons serviços”. O SUS brasileiro universaliza o direito à saúde. A maioria dos brasileiros pobres utiliza os serviços do SUS.

Sem saúde universal e sem justiça

Nos EUA não há serviços públicos de saúde. Na justiça classista da América do Norte e da Europa as empresas farmacêuticas resolvam processos criminais sem reconhecimento de culpa e sem responsabilização dos “responsáveis” - a repetição é proposital. Indenizações e multas são insignificantes diante dos lucros astronômicos da indústria farmacêutica. Dessa máfia que alimenta a rede de medicamentos comercializados legal e ilegalmente.

Engrenagem sistêmica

Indenizações são computadas no custo do negócio. Assim como despesas com subornos de agentes públicos, políticos, acadêmicos, médicos, mídias, emissoras de televisão, rádios, jornais, revistas, conselhos e associações profissionais e “associações de consumidores” que atuam como Cavalos de Tróia. A engrenagem sistêmica é complexa. O fim da obtenção do lucro capitalista “justificam” os meios. É a trágica conclusão sobre a criminalidade sistêmica de medicamentos/mercadorias à venda no balcão dos mercados.

Programa

A saúde pública como toda questão política reflete a luta de classes entre capitalistas exploradores privados e trabalhadores produtores de riquezas que são privados da propriedade. No programa socialista para o Brasil a Unidade Popular defende: “Garantia de saúde pública, gratuita e de qualidade para todos; fim da exploração dos planos de saúde privados” (Ponto 17). Não confundimos Hipócrates com hipócritas. Saudemos os dignos e sérios profissionais da medicina. Desprezamos e denunciemos mercadores da saúde e da vida.

*Natanael Sarmento é professor e escritor. Do Diretório Nacional da Unidade Popular Pelo Socialismo - UP

NR - Os artigos assinados expressam a opinião dos seus autores. Todas as pessoas e instituições citadas têm total espaço para suas manifestações.
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