Uma coisa é o fato real, outra é a percepção das pessoas. O Poder publicou há poucos instantes artigo do professor Emanuel Silva, mostrando que há tendência de queda no PIB e solavancos em quase todos os setores da economia. Pesquisa Pulso Brasil Ipespe, divulgada hoje, segunda-feira 29/09, aponta que, apesar da avaliação ainda bem negativa, mais pessoas estão percebendo aspectos positivos. Vejamos.

Rumo da economia

Os útimos dois meses apresentam melhora na visão positiva sobre o rumo da economia (37% para 40%). Na outra ponta, diminui a percepção negativa (58% para 54%). Como explica o presidente do Instituto, sociólogo Antonio Lavareda, o saldo negativo, pela primeira vez apresenta um recuo significativo (-21 para -14). A classe média se mostra mais pessimista: 56%.
"Esquerda e direita têm leituras simetricamente opostas nessa questão. A disputa de narrativas deve se dar no eleitorado do centro.”, assinala Antonio Lavareda.

Crescimento ou estagnação

Também aumenta a percepção de crescimento (35% para 38%). O contingente que enxerga melhora (38%) ultrapassou o que observa retrocesso (36%). A opinião de que a economia está crescendo é maior nos extremos (pobres: 40%; ricos: 43%) do que na classe média (37%). 60% acreditam que a economia do país está andando para trás (36%) ou está parada (24%).

E a eleição?

“O debate sobre a economia terá centralidade na eleição do próximo ano. Para ganhar, o Governo precisará fazer um grande esforço para que a leitura negativa não se consolide antes mesmo da campanha.” comenta Antonio Lavareda.

Metodologia

A pesquisa foi realizada entre 19 e 22 de setembro. Colheu amostra representativa da
população brasileira de 16 anos e mais, de todas as regiões do país. Foram realizadas 2.500 entrevistados, representativa do universo mencionado, com cotas de sexo, idade e localidade, e controle de instrução e renda. Híbrido: pesquisa telefônica, com aplicação de entrevistas por equipes de pesquisadores; e Online. Os percentuais que não totalizam 100% são decorrentes de arredondamento ou de múltiplas alternativas de resposta. Margem de erro geral de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. Intervalo de confiança de 95,45%.