"A vida só pode ser compreendida olhando-se para trás, mas deve ser vivida olhando-se para frente"

De quando em vez, torna-se imprescindível remexer o passado em busca da origem das coisas, da nossa identidade, numa curiosidade benéfica de saber como algo começou, quando e como foram os primeiros passos, dando um mergulho no tempo, tal qual um garimpeiro procurando pedras preciosas ou um arqueólogo, descobrindo evidências no quebra-cabeça de peças raras encontradas, pelo prazer de reconstituir, resgatar um pouco da nossa História.

A Academia Caruaruense de Cultura, Ciências e Letras - ACACCIL, que este ano completou quarenta e três anos de existência, funciona na rua XV de Novembro, 215, no centro de Caruaru, e tem como atual presidente o acadêmico Paulo Muniz Lopes, no entanto, foi fundada em 18 de maio de 1982 (data aniversária da cidade), na sede provisória do Centro de Cultura Popular Luísa Maciel, BR 232-Km 131, depois de longo período de reuniões e troca de ideias entre cinco pessoas altamente capazes e determinadas que muito lutaram para ver seu sonho realizado. Estas personalidades que marcaram época, sendo pioneiras nesse empreendimento de sucesso, eram chamadas de visionárias porque viam o futuro, tinham uma visão privilegiada. Era um grupo seleto e abnegado, formado por professores, advogados, um odontológico e uma pintora (única mulher): Amaro Matias Silva, Mário Menezes, Walter Augusto de Andrade, Emmanuel Leite e Luísa Cavalcanti Maciel.

É certo que a ideia inicial havia sido lançada alguns anos antes, pelo professor e folclorista Aleixo Leite Filho e, naquele momento estava sendo concretizada nas mãos do quinteto de sócios fundadores.
Naturalmente não foi um trabalho fácil; havia reuniões e mais reuniões, sempre na residência da artista plástica, Luísa Maciel, e ninguém media esforços em prol de tal realização, de fundamental importância para a Capital do Agreste que já dera ao mundo literário figuras eminentes como: Austregésilo de Athayde, Álvaro Lins, José Condé que participaram da ABL e outros intelectuais que brilham no cenário artístico cultural de todo país e do exterior.
O árduo trabalho daquele grupo coeso e decidido, chegava à exaustão para que numa cidade interiorana existisse uma réplica da Academia maior do país e o tempo trouxe a vitória que valeu a pena, acrescentando um desenvolvimento nas Artes, Letras e Ciências na comunidade caruaruense.

A primeira presidência coube ao Prof. Mário Menezes, tendo como secretária a vibrante pintora Luísa Maciel, sendo aprovado o estatuto que ainda hoje rege os destinos da nossa querida ACACCIL cuja trajetória
sempre foi eminente e, já em 25 de fevereiro de 1983, quando foi realizada sua terceira Assembleia Geral, foi deliberada a solicitação de uma sede própria, aberta ao público e para os demais eventos que se fizessem necessários, ao então prefeito municipal: Dr. José Queiroz de Lima, o que veio a se concretizar em 18 de maio de 1988 com a inauguração da atual sede que recebeu o nome de: Casa Geminiano Campos, por ser o local anteriormente, a residência e consultório daquele profissional da saúde, primeiro médico da cidade.

Como de praxe, é de quarenta o número de Cadeiras com seus patronos destinadas àqueles que se inscrevem e são aprovados como acadêmicos titulares, existindo ainda os acadêmicos honorários.

A Academia Caruaruense de Cultura, Ciências e Letras vive uma excelente fase de envolvimento com a sociedade e os estudantes locais, tendo assinado parceria com a ASCES-UNITA, intensificando seus trabalhos e permanecendo de portas abertas a receber visitantes para juntos compartilharmos as programações anuais, realçando o valor da nossa gente, tanto os que passaram por nós como os que convivem conosco nesse torrão natal que devemos amar e respeitar com fervor.

Sabe-se que um povo sem memória histórica, não tem futuro promissor. Assim, temos uma linda história de conquistas, talentos e perseverança, pois a esperança não é só um sonho, é uma maneira de transformar sonhos em realidade.


*Malude Maciel, Academia Caruaruense de Cultura, Ciências e Letras, ACACCIL, cadeira 15 pertencente à professora Sinhazinha.