
15ª Bienal Internacional do Livro - Escritores lançam livro com registro inédito do papel e da prática do historiador
01/10/2025 -
De março a setembro de 2022, o historiador Helder Remigio de Amorim e o jornalista Evaldo Costa realizaram entrevistas orais com 18 renomados profissionais da história brasileira. A ideia era narrar os percursos pessoais e os saberes de cada um deles, num projeto de iniciativa do Arquivo Público Estadual Jordão Emerenciano. Todas as conversas estão registradas no livro Artífices da História - Trajetórias de vida e itinerários intelectuais, que a Cepe Editora apresenta na programação oficial da 15ª Bienal Internacional do Livro de Pernambuco.
O título
O título, de 528 páginas, se apresenta como um acervo documental de excelência, com um panorama dos debates e das pesquisas históricas nos últimos 60 anos. Há depoimentos de Antonio Torres Montenegro, Evaldo Cabral de Mello, Gerorge Cabral, Giselda Brito, Mário Hélio Gomes de Lima, Rita de Cássia Barbosa de Araújo e Sylvia Couceiro, entre outros historiadores e historiadoras.
O lançamento
O lançamento será sábado (04/10), às 17h, num bate-papo entre os autores no Espaço Conexões Petrobras da Bienal do Livro, no Pernambuco Centro de Convenções, em Olinda, no Grande Recife.
“Artífices da História constitui um inédito balanço das contribuições à historiografia brasileira feitas por um grupo de pesquisadores entre os mais produtivos do país, de diversas formações acadêmicas, vinculações profissionais e temáticas abordadas”, afirma Helder Remigio. “Para isso, cada um e cada uma abriu os escaninhos da memória e falou, com destemor, sobre seus percursos pessoais e intelectuais, e com isso pôde compartilhar saberes, justificar (ou explicar) escolhas, afirmar convicções e, muitas vezes, confessar perplexidades”, destaca Evaldo Costa.
Representadas
No livro estão representadas diferentes gerações, que estudaram e ensinaram em importantes universidades brasileiras e estrangeiras.
“São intelectuais que vivenciaram práticas de ensino e pesquisa predominantes nos ambientes europeu e norte-americano, latino e saxão, dentro e fora das universidades, e sobre elas refletiram e criticaram, e a partir disso fizeram as escolhas que moldaram a obra que cada um e cada uma foi capaz de produzir”, diz Helder Remigio. “É um marco para a historiografia do país”, acrescenta Evaldo Costa.
Liberdade
Professor na Graduação e no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Pernambuco, Marcus Carvalho fala sobre liberdade e pertencimento, ontem e hoje. “O que é a luta contemporânea contra o racismo? É uma luta pelo pertencimento. O que é a luta por Direitos Civis? É uma luta por pertencimento. Então, mesmo na contemporaneidade o pertencimento é fundamental na noção de liberdade”, ressalta Marcus Carvalho, autor do livro Liberdade: Rotinas e rupturas do escravismo no Recife – 1822/1850 (Cepe, 2ª edição).
Autora
Autora do livro Liberais e liberais - Guerras civis em Pernambuco no século XIX (Cepe) e professora emérita da UFPE, Socorro Ferraz faz uma observação pertinente: “Os pernambucanos não têm ideia da importância de Pernambuco, que era um centro de decisões. Pernambuco não era capitania real, era particular.
Capitanias reais
As capitanias reais tinham todo o apoio da Coroa. Mas Pernambuco tinha aportes e apoio de capital externo - holandês, judeu e alemão. Se fazia mais negócios com a Inglaterra, com os Estados Unidos, do que com Portugal. Foi por isso que se criou aqui uma elite que se sentia pronta até para gerir os negócios da nação.”

Sobre os autores
Helder Remigio de Amorim é historiador, com estudos voltados às relações entre fome, cidadania, biografia, cultura, poder, cidade e História urbana. É professor na Graduação e no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Católica de Pernambuco. Integra a equipe do Arquivo Público Estadual Jordão Emerenciano e é autor do livro Josué de Castro: Um pequeno pedaço do incomensurável (Paco, 2022).
Jornalista
Evaldo Costa é jornalista desde 1979. Teve passagens como repórter, editor e editor-executivo no Diario de Pernambuco e Jornal do Commercio (Recife), Correio Braziliense (Brasília), O Estado de São Paulo e Jornal do Brasil (Rio de Janeiro). Foi presidente e membro do Conselho Editorial da Cepe Editora. Dirigiu o Arquivo Público Estadual Jordão Emerenciano de 2016 a 2023. Cursa o mestrado profissional em História da Universidade Católica de Pernambuco.
