
Cegueira por Metanol Por Roberto Vieira *
02/10/2025 -
A Associação Brasileira de Neuro-oftalmologia (ABNO) e o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) divulgaram alerta sobre o risco de neuropatia óptica por metanol. Foram nove casos recentes de intoxicação por metanol, no mês de setembro, em São Paulo.

O consumo
O consumo acidental ou intencional, geralmente de bebidas alcoólicas adulteradas, pode levar a graves consequências. O metanol, após metabolização, produz ácido fórmico, uma substância tóxica que ataca o nervo óptico. Infelizmente, diversos pacientes foram registrados com sequelas permanentes, principalmente cegueira, após o contato. Mas o fenômeno do metanol não é exclusivo do Brasil.
Madeira
O metanol foi produzido pela primeira vez pelo químico irlandês Robert Boyle, em 1661. Boyle o produziu por meio da destilação destrutiva da madeira na ausência de oxigênio. Por ser derivado da madeira, ele foi chamado por muito tempo de "espírito de madeira" (ou "álcool de madeira").

Árabes
O consumo de álcool é proibido aos muçulmanos. O que não significa que muçulmano não beba. A procura pelo álcool nos países árabes acontece com certa frequência, assim como a utilização de bebidas adulteradas. Recente trabalho, publicado na Arábia Saudita, revela 100 casos estudados de perda de visão por uso de bebidas com metanol.
Come fogo
Quem nunca viu aqueles artistas que comem fogo? Acho que todo mundo. Pois existe relato de perda de visão em um destes artistas por ingestão do metanol usado como combustível para o fogo nas apresentações. O artista era alemão, tinha 19 anos de idade, sendo atendido, já em coma, em um hospital universitário da Espanha.
Tratamento
O tratamento para a cegueira causada pela intoxicação por metanol é uma emergência médica e visa interromper a metabolização do metanol e remover a substância tóxica do organismo.?É importante entender que, uma vez que a cegueira se estabelece devido aos danos ao nervo óptico, as chances de reversão são baixas.

Eficaz
O tratamento é mais eficaz se iniciado imediatamente após a ingestão. A incidência de problemas visuais (incluindo visão turva, diminuição da acuidade visual e cegueira total) pode variar de 29% a 76% em diferentes grupos de pacientes envenenados por metanol.
*Roberto Vieira é médico e cronista. Preceptor da Residência de Oftalmologia da Fundação Santa Luzia/Casa Forte e da Uninassau.
NR - Os textos assinados expressam a opinião dos seus autores

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