
É Findi – Pelé, Garrincha et cetera e tal ... - Crônica, por Xico Bizerra*
04/10/2025 -
Nem todos gostam de futebol. Amigos meus, pessoas inteligentes (não por serem meus amigos) detestam futebol e o conceituam como o ópio do povo, achando que hoje, mais do que nunca, Karl Marx tinha razão quando cunhou a célebre expressão, ao falar de religião. Adaptada ao nosso velho esporte bretão, como gostam de dizer os comentaristas esportivos, a metáfora parece ser verdadeira.
Mas eu gosto de futebol (talvez por não ser inteligente) e teimo em assistir os jogos da seleção brasileira, na busca da felicidade ilusória de uma vitória nesse mundo tão cheio de desesperanças, guerras e atrocidades. Engano-me, acho. Terminamos as eliminatórias para a próxima Copa em 5º lugar, empatados com o Paraguai e abaixo de contumazes fregueses do passado, como Equador e Colômbia. Perdemos jogos para Bolívia, Paraguai, Colômbia, Argentina e Uruguai.
Injustiça atribuir-se o fracasso aos jogadores ou às várias comissões técnicas que responderam pela Seleção nos últimos tempos. Isento de culpa todos os Ancelotis, Dinizes e Dorivais que por lá estiveram recentemente. Assim como eximo de culpa nossos brilhantes jogadores, craques convocados para nos representar. De quem a culpa? - haverão de inquirir-me.
Pois eu lhes respondo: outorgue-se a responsabilidade aos cabelereiros e tatuadores de nossos 'deuses' da bola que não conseguiram êxito em suas atribuições profissionais. Como jogar bem se a cabeleira não está devidamente adequada aos gramados? Como destacar-se com a bola se as tatuagens não foram aplicadas nos melhores locais dos corpos de nossos super-atletas? Como jogar bem sem belas tranças capilares e tatuagens exóticas a ‘embelezar’ o corpo inteiro de nossos ídolos, mais preocupados em administrar suas gordas contas bancárias, iates e palacetes? Necessário rever critérios para contratação de cabelereiros, tatuadores e ‘influencers’ financeiros.
Do contrário, continuaremos o descer-escada.
A propósito e sem querer ser saudosista, mas já com uma saudade danada: Pelé nunca fez tranças no seu crespo ‘pixaim’ e Garrincha sequer pensou em tatuar suas tortas pernas. Jogavam bola? Que o diga seus empresários e influencers da época em que se jogava futebol...
*Xico Bizerra, é compositor, poeta e escritor.
