
É Findi - Ode a Olinda - Poesia, por Romero Falcão*
04/10/2025 -
Ah! Minha amada Olinda
Mais uma casa antiga demolida
O apetite dos negócios não finda
E minhas lembranças de ti falida
A poeira que sobe dos escombros
Os tratores devorando tuas paredes
Pedaços de tijolos nos ombros
Da criança que brincou nos teus verdes
Dos teus quintais projetaram prédios
Amputaram teus altos coqueiros
Olinda não há mais remédio
Pra quem viu tua luz de candeeiro
E a casa dos meus pais em aguaceiro
As enchentes, as cocheiras, as cobras
Eu menino via tudo desaparecer rapidamente
Na avidez da colher dos pedreiros, suas obras
*Romero Falcão, é um cronista que se arrisca a fazer poema torto, autor do livro: Asas das Horas, com prefácio do Prof. José Nivaldo.
