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"Infernos Humanos". Entrei para visitar Auschwitz - Por Jarbas Beltrão*

09/10/2025 -

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A engenharia do inferno humano vai além de uma luta ideológica e de classes, representa a liberação da bestialidade humana, em nome de projetos de dominação

'Auschwitz/Birkenau'

Entrei para visitar Auschwitz - Polônia, no dia 16 de setembro de 2025. Campo de Extermínio de Auschwitz, esse inferno é encontrado à alguns quilometros de distância de Varsóvia - Capital do país. Junto com Birkenau formam o "condomínio da morte". Fica numa região rural de Varsóvia. O propósito da distância tinha por finalidade esconder o que se passava naquele inferno. Sugiro para quem esteja lendo este texto; assistam dois filmes sobre este condomínio: "Zona de Interesse" e "A Conferência". Encontra-se na plataforma Netflix. A abordagem dos filmes é sobre a indiferença humana diante do sofrimento do próximo.

'Morte em massa'

Auschwitz, é o maior dos campos daquele "complexo do inferno". Nos impressiona, o material em exposição extraídos das vitimas. Lá foi a culminância do terror acionado pela bestialidade humana, levada a cabo pela ideologia nazista. Ali, se praticou, as regras do "juizo final", planejado pelo regime do inferno. Para se livrar de tantos corpos e deixar prá trás o modo "artesanal" de executar os considerados inimigos do regime alemão, Auschwitz foi "solução". A partir de então seria abandonado o "modus operandis artesanal" e o mesmo substituído pela morte em massa.

Auschwitz, sim, foi a saída encontrada para os comandantes do inferno nazista de como se livrarem dos incômodos cadáveres amontoados e que eram posteriormente jogados em valas comuns, valas antes abertas pelas vítimas.

Com Auschwitz, abandonar-se-ia a execução à morte por um tiro na nuca. A bala da arma que atirava na nuca, era, além de custosa, gerava efeitos, na maioria dos casos, de distúrbios psicológicos sobre os algozes, um processo de depressão incontrolável, que eram tomados por estados de alucinação.

Auschwitz, com aqueles galpões infernais, testemunhou a morte de cerca de 1,5 milhão de pessoas (judeus, várias nacionalidades homossexuais e outros). Todos mortos por efeito letal do gás do cianeto lançados através dos chuveiros instalados nos galpões coletivos.



Após a morte por asfixia, envenamento respiratório, os corpos passaram ser jogados em fornos incineradores e tornaram-se o alimento das fumaças das chaminés daquele paraíso satânico.

Aquele inferno foi muito mais que o nazismo em ação, era a representação do que ódio é capaz de realizar através do acionamento do gatilho da bestialidade humana e o aviso onde a alucinação ideológica pode chegar.

'Ódio antigo'

Auschwitz - Birkenau é um complexo produzido por uma ideologia de preconceitos e ódios, que foi se formando à partir de tempos longínquos da História do velho mundo. Nasceu fora desta esfera moderna das ideologias colocadas dentro da matriz de pensamento " esquerda" e " direita", e deste delírio dos dias atuais. O ódio já estava presente nos períodos antes de Cristo. Nas invasões assiírias (Sec. V a.C), na dominação Romana, século I da era Cristã). Nas duas invasões foram destruídos o símbolo maior do povo judeu, o I° e II° Templos de Jerusalém.

Auschwitz é aonde deságua o mal, a desinformação, a prepotência. Como uma bola de neve chega na loucura nazista da "solução final" (extermínio dos judeus) na primeira metade do século passado, em comunhão com propósitos de resgate de um Império que viria com o III° Reich.

'Ódio antigo e crescente'

Pois é, o ódio ao povo judeu vem dos tempos antigos e foi sendo alimentado e somado a tantos outros ódios, de caráter religioso, nacional, étnico.

Antes do genocídio judeu promovido pelos nazistas, a sociedade européia já convivia com esse mal.

Circunstâncias históricas assistiram o crescimento desse delírio, não parou e ainda está bem vivo. O estudo da História nos permite identificar equívocos históricos, que culminaram naquelas bestialidades .

Esse ódio, originado, como já dito, em períodos históricos, bem distantes de nossos dias contemporâneos, hoje tenta-se enquadrar em versões atualizadas. É componente de uma luta ideológica que agora costuma-se separar em grupos ideológicos distintos e racionalmente incompreensiveis - "esquerda" e "direita", categorias do debate contemporâneo, mas que passa a ser balizamento para posicionamentos atuais.

'A barbárie se repete'

No dia 7 de outubro de 2023, para desespero dos que acham, que essas memórias de brutalidade devem ser mantidas, para não mais se repetir, aconteceu mais uma vez, repetido e continuará se repetindo.

O grupo terrorista "palestino" - Hamas - movido por seu ódio selvagem invadiu um festival de músicas em Israel. Realizou uma obra digna de Satã. Mais de 1.200 pessoas, com inclusão de mulheres, crianças, idosos, foram levados a mortes brutais, cenas indescritíveis e 200 outras foram feitas reféns, muitas permanecem até hoje. Tudo em nome de um fictício Estado "Palestino". Estado que, para os que acreditam nele, se negam a discutí-lo historicamente. O crime dos terroristas é considerado o maior após o "holocausto" da 2a. GM.

O crime foi "homenageado" por um Sindicato dé Professores em São Paulo e, também, reverenciando o grupo criminoso - o Hamas?- O que esses professores devem fazer em sala de aula? E com seus filhos?

'Equívocos e desinformação'

Equivocos permanecem presentes em interpretações com base, claro, na desinformação. Como exemplo, cito, meu testemunho da minha visita naquele inferno; postei imagens no FB, da minha presença em Auschwitz, algumas reações ocorreram, nem tantas. Vejam esse "primor" de avaliação, de uma pessoa dona de uma cultura superior acadêmica, diante da reação só me resta rogar a Deus, "misericórdia". Escreveu o seguidor do FB: "Para que não esqueçamos o que representa a extrema direita". Coloca-se de lado o sofrimento humano e o substitui para uma falsa luta ideológica, "esquerda" e "direita".

'Outros infernos'

Mas, já que o seguidor trouxe para esse falso debate atual, no tocante ao sofrer humano aprisionado por regimes autoritários, registro a seguinte lembrança: e o que aconteceu na URSS com os "gulags"? - campos de prisioneiros, trabalhos forçados e mortes - é um, fenômeno com raízes em uma cultura recente, a luta de classes. Teorização nos tempos da modernidade.



Luta de classes, sempre teria existido, mas sua teorização, com cara de ciência social, surgiu com a revolução industrial, com a teorização de Karl Marx e Frederich Engels, que se apoderaram da antes ingenuidade socialista e colocaram o verniz da violência, com blindagem de ciência.

Com os "gulags", o socialismo/comunismo, arrancou a dignidade de seus prisioneiros. Aqueles "desgraçados" foi o "rebanho humano" onde o regime se utilizava, para recrutar sua força de trabalho (vide os livros: "Gulag" de Anne Appebaum e "Arquipélago Gulag" de Alexander Solzenitzen).

As vítimas dos gulags foram ali colocadas embaixo das acusações de serem os "inimigos do povo", "traidores da Patria", mudou- se apenas o inimigo. Nos campos dis "gulags", como nos de administracao nazista, misturavam- se criminosos comuns e opositores e os vários indesejados dos regimes.

Então, a estupidez humana não cabe nesta moldura estreita "esquerda" e "direita", essas categorias são cegas em relação a régua de moralidade. Embora as ideologias se alimentam, se retroalimentam desses delirios ideológicos

Na China atual há campos de concentração, trabalhos forçados e extração de órgãos. Os "hóspedes" são os indesejados Uigures (descendente árabes islâmicos) e os seguidores espiritualistas das comunidades Falon Dafa/ Falon Gung, repete-se o que se fez em Auschwitz- Birkenau e Kolima (URSS).



A recomendação para que nunca volte a acontecer está bem longe de ser seguida, repete-se por acionamento do gatilho ideológico do fanatismo. Fanatismo acionado pelos que tem o controle do Estado ouvos que lideram grupos da sociedade.

Tenho dito.


*Jarbas Beltrão é Historiador, professor de História da UPE. Mestre em Educação pela UFPB, MBA em Política, Estratégia, Defesa e Segurança pela Adesg (Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra) e Faculdade Metropolitana de São Carlos/SP.


NR - Os artigos assinados refletem a opinião dos seus autores.
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