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Eles atiram em operários, não é? Por Natanael Sarmento*

09/10/2025 -

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Atiram em cavalos
 
No início dos anos 70, o cinema Coliseu exibia películas à gosto da intelectualidade achegada a filmes “de arte”. Ficamos impactados no dirigido por Sidney Pollak e estrelado por Jane Fonda: “They Shoot Horses, Don’t Tey?” - Eles atiram em cavalos não atiram? Traduzido no Brasil como “A Noite dos Desesperados”.
 
Desespero humano
 
Matava-se cavalos e pessoas. No desespero humano de sobreviver à grande depressão americana. O paradoxo genial é o palco da tragédia: o salão de dança do concurso com prêmio atrativo para o último a parar de cair de exaustão.
Atiram em operários
 
Tapetes vermelhos do Oscar
 
A cinematografia nacional caminha nos tapetes vermelhos do Oscar com “Ainda estamos Aqui” e concorre com “Agente Secreto”. Calhava algum cineasta de renomada produzir “Atiram em operários, não atiram?”.
 
O massacre real
 
Ocorreu em 07/10/1963, há 60 anos. A polícia militar do Estado de Minas Gerais, governado pelo golpista Magalhães Pinto, promoveu essa chacina em plena luz dia. Metralha a multidão, assassina oito operários, fere gravemente 79 na fuzilaria descabida e criminosa.
 
Operários
 
A multidão de 6 mil trabalhadores em greve, na frente da fábrica Usiminas, município de Ipatinga. Eles reivindicavam melhorias salariais e de condições de vida. E a suspensão das humilhantes vistorias nas trocas de turnos. Fizeram várias manifestações, atos, protestos. Todos reprimidos com violência excessiva pela cavalaria da PMMG. Revoltados, decretaram a greve. E formam comissão à espera de chamamento à negociação pela empresa.
 
Selvageria covarde
 
Geraldo Ribeiro, presidente do Sindicato dos trabalhadores e o padre Avelino que se prontificou a fazer mediação entre patrões e empregados, adentravam no carro. Neste exato momento, 19 sicários com farda da Polícia Militar abriram fogo de cima de um caminhão contra a multidão. Havia familiares, crianças e mulheres inclusive, no local. Uma criança foi assassinada.
 
Frágil democracia burguesa
 
No governo democrático liberal burguês de João Goulart abriu-se o inquérito. Os policiais envolvidos no massacre foram afastados como punição.
 
Na ditadura burguesa fascista
 
Seis meses depois do massacre, sucedeu o golpe empresarial-militar de 1º de abril de 1964, da brutal ditadura no Brasil. As vítimas daquele massacre foram punidas. Os algozes premiados. Sindicalistas e líderes da greve alvo das balas foram todos presos e perseguidos. Policiais atiradores assassinos foram todos absolvidos e reconduzidos à corporação.
 
Democracia e estado classistas
 
Sob o capitalismo não há democracia para a maioria pobre. Trabalhadores das fábricas e dos campos, terceirizados ou explorados pelas plataformas digitais são vítimas da ditadura do capital. O Estado é classista. A democracia, um requinte ou privilégio político de poucos burgueses, das classes dominantes.
 
E a ditadura fascista?
 
Se a democracia liberal é ditadura econômica para o trabalhador, o que difere ou justifica a ditadura aberta, o terror do Estado fascista? Ficamos com a resposta precisa de Gramsci: “o fascismo é a solução emergencial do capitalismo quando a burguesia não consegue mais governar por maio da democracia liberal”.
 
Poder popular e socialista
 
A UP defende o poder popular e o socialismo. A democracia da maioria trabalhadora é pobre em favor da maioria. Bem assim.
 
 
*Natanael Sarmento é professor e escritor. Do Diretório Nacional da Unidade Popular Pelo Socialismo - UP
 
NR - Os artigos assinados expressam a opinião dos seus autores. Todas as pessoas e instituições citadas têm total espaço para suas manifestações.

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