A líder da oposição da Venezuela, María Corina Machado, 58 anos, ganhou o Prêmio Nobel da Paz hoje, 10/10. Segundo o Comitê Norueguês do Nobel, ela venceu “por seu trabalho incansável na promoção dos direitos democráticos para o povo da Venezuela e por sua luta para alcançar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia”. O comitê optou por se concentrar na Venezuela neste momento, em um ano dominado pelas repetidas declarações públicas do presidente dos EUA, Donald Trump, de que ele merece o Prêmio Nobel da Paz. "Estou em choque", diz Corina após vencer Nobel.

Quem é María Corina Machado

Nascida em Caracas, capital da Venezuela, em 1967, Machado se formou em engenharia industrial antes de ingressar na política. Em 2002, ela fundou a Súmate, um grupo voluntário que promove direitos políticos e monitora eleições.
A política, que tem lutado por eleições livres e um governo representativo, teve a candidatura para as eleições presidenciais de 2024 barrada pelo Supremo Tribunal local e não pôde concorrer. Após ser barrada das eleições de 2024, ela transferiu o apoio para o partido de Edmundo González Urrutia. Em janeiro deste ano, a oposição do país afirmou que agentes do governo dispararam contra Machado enquanto ela saía de um protesto Caracas. A equipe dela afirmou ainda que ela foi detida, sendo liberada uma hora e meia depois. A opositora está ligada ao cenário político há pelo menos 25 anos. Corina é opositora de Maduro e vive escondida.

O Prêmio Nobel da Paz é avaliado em cerca de US$ 1,2 milhão

Antes do anúncio, especialistas no prêmio haviam dito que Trump não o ganharia, pois estaria desmantelando a ordem mundial internacional que o comitê do Nobel preza. O Prêmio Nobel da Paz, avaliado em 11 milhões de coroas suecas, ou cerca de US$ 1,2 milhão, será entregue em Oslo em 10 de dezembro, aniversário da morte do industrial sueco Alfred Nobel, que fundou a premiação em seu testamento de 1895.

Os prêmios Nobel de 2025 já atribuídos:

Nobel de Medicina – para Mary E. Brunkow, Fred Ramsdell e Shimon Sakaguchi por suas descobertas acerca da tolerância imunológica periférica; Nobel de Física – para John Clarke, Michel H. Devoret e John M. Martinis por suas pesquisas sobre efeitos quânticos em circuitos elétricos; Nobel de Química – para Susumu Kitagawa, Richard Robson e Omar M. Yaghi pelo desenvolvimento de estruturas metal-orgânicas, conhecidas como MOFs (“metal-organic frameworks”); Nobel de Literatura – para László Krasznahorkai por “sua obra convincente e visionária que, em meio ao terror apocalíptico, reafirma o poder da arte”.
O Nobel de Economia será divulgado na segunda-feira, 13/10.