Amanhã, papai e mamãe, levem suas crias para a Bienal!

Um Sinal, Um Clarão

Este ano, a 15ª edição da Bienal Internacional do Livro de Pernambuco encerra suas atividades no dia das crianças- 12/10. Pensei, um bom presságio no calendário. A coroação da festa dos livros no dia dos pequenos.Um sinal, um clarão, no céu da estupidez que fustiga o país.

Habitar Outros Mundos

Não sei se foi obra do acaso ou faro dos negócios que a Bienal no seu último dia presenteou as crianças pernambucanas. Brincar com livros, nada mais revelador em mãos miúdas. O menino viajante nas páginas de Monteiro Lobato, asas das "As Mil e uma Noites". Quem sabe, as histórias de Sherazade dissipem a violência entre meninos e meninas nas escolas. O livro didático é importante, claro, mas a boa literatura é o único brinquedo que possibilita ao infante habitar outros mundos, descortinar novos horizontes, desconstruir o pensamento lógico, prático, utilitário.

Adulto Admirável

A criança quando larga as telas e abre os olhos sobre um livro toca no seu amigo secreto, imaginário, o qual acrescenta mais um tijolinho na construção humana. Acende a fantasia, brilha imaginação. A criança que, por prazer, aprende a amar os livros, tem tudo para se tornar um adulto admirável, não só porque se tornou doutor respeitável, mas sobretudo porque respeita os seres humanos independente de qualquer coisa.



A Melhor Herança

Amanhã, papai e mamãe, levem suas crias para a Bienal, levem, se espalhem no meio dos livros. Aproveitem, comemorem o dia deles abrindo o coração dos livros. Eis a melhor herança que podemos deixar, pela qual ninguém se estranha, briga, mata.


*Romero Falcão, é um cronista que se arrisca a fazer poema torto, autor do livro: Asas das Horas, com prefácio do Prof. José Nivaldo.