
É Findi - Eu, criança! - Poesia, por Eduardo Albuquerque*
11/10/2025 -
Ah! aquele meu sorriso d’eu criança
Ainda vivo, permanente lembrança
Por vezes, escancaradamente maroto
Tipicamente meu, inocente garoto
Ah! saudades... meus ancestrais
As lindas primas, minhas tias...
Os primeiros deslumbres novais
As noites de luares, família, as cantorias...
Agora, só reminiscências de sonoros risos
Dos ditos velhos, bons tempos, os idos
Às brincadeiras, vivas, corríamos ávidos
Marco de minha infância, divina dádiva
À mesa, vetusta, farta, os quitutes...
Nos alvoreceres, o mugido do santo gado...
Canto, remoto canto, ainda reverenciado
Litanias alegres, ressuscitadas beatitudes
Tanto tempo, décadas, ei-lo decorrido
Eu, a sós, louvores, murmurejo
escondido
É sonho, sem qu’eu queira, despertado
Eis que, solerte, vivencio meu passado, imortalizado.
*Eduardo Albuquerque, poeta, cronista, escritor.
