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É Findi - Policial na Final do 'Jabuti' - Crônica, por Romero Falcão*

18/10/2025 -

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Fardo Pesado


Roda o disco do noticiário, a cena dá ibope, audiência. Policial morre em confronto com bandidos.Policial agride homem imobilizado, algemado. Policial é preso. Claro que há também, policial herói é aplaudido ao livrar uma moça das garras criminosas. Mas a manchete negativa vende mais, gruda no inconsciente coletivo. Vestir farda é fardo pesado numa sociedade adoecida, saúde mental comprometida, indisciplinada, polarizada. O profissional da segurança pública carrega o estigma, a moldura e o quadro pintado de autoritarismo, abuso de poder, força opressiva. Herança dos tempos de chumbo.



Dinamitar Estereótipos

Ainda bem que esse tenebroso quadro vem mudando de cor. Mudança requer tempo, novos paradigmas, formação técnica e humana, construir pontes para além do braço estatal e a voz que pede socorro. Mudança exige reflexão e autocrítica do alto escalão para dinamitar estereótipos. Na contramão da visão limitada, preconceituosa, de que polícia é apenas força bruta, surge o policial militar do Rio Grande do Norte, 2º sargento, Claudionor, que não é Germano, é de Oliveira Júnior, finalista do Prêmio Jabuti 2025. Renomada distinção literária do “país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza”.



Nasceu Prodígio

Quando li a matéria na mídia, vibrei, acendi o espírito de corpo - como se diz no bordão militar. O policial escritor lança o primeiro romance dele, “Flor do Mandacaru - O Amor em meio ao Cangaço” é o nome da criança que nasceu prodígio. Segundo a imprensa, “Um cangaceiro que não gosta de sangue. O cangaceiro romântico. Assim nasce Zé Doido, personagem central do livro”.

Orgulho da Corporação

Claudionor fala da criação: “Eu escrevia depois do trabalho, uma página por dia, às vezes meia. Foi um exercício de paciência e amor. Desejo que as pessoas se encontrem aqui, encontrem a história dos seus avós. Dedico essa obra à memória dos meus.” Parabéns para esse potiguar que orgulha a corporação dele e todas as esferas da Segurança Pública. Vejam que feito, que êxito espetacular, um iniciante disputar com feras literárias o pódio, o alto reconhecimento do talento.



A Manchete Esperançosa

Mais do que a medalha de ouro intelectual, o escritor que calça coturno, pisa com delicadeza, desfaz a imagem do policial grosseiro, violento, truculento, que só fala em arma, futebol, carro, cachaça e mulher. O artista em tela modifica a percepção da massa. Claudionor é preciso no alvo, dispara sensibilidade, a pistola se faz pena, escreve, emociona, revela que a arte pode impedir o embrutecimento do espírito diante de ofício tão árduo. Que venham, se multipliquem muitos Claudionor nas redes, nos jornais, no papo do botequim, na Polícia Militar, na Polícia Judiciária, na Polícia Penal, nos Centros de Ensino, nas Academias Militares, nos Praças, Comandantes, nos Generais quatro estrelas. Nesse mundo caótico, louco, belicoso, eis a manchete esperançosa:

Policial na Final do 'Jabuti'.


*Romero Falcão, é um cronista que se arrisca a fazer poema torto, autor do livro: Asas das Horas, com prefácio do Prof. José Nivaldo.
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