
Canudo que detecta metanol na bebida chegará ao mercado por dois reais
21/10/2025 -
O canudo descartável capaz de detectar a presença de metanol, substância tóxica que pode causar cegueira e até morte e que recentemente causou vítimas no país, deve chegar ao mercado em breve com preço estimado de apenas R$ 2.
A invenção
A invenção é fruto de dois anos de pesquisa conduzida pelo Departamento e pelo Programa de Pós-Graduação em Química da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). Recentemente O Poder conversou com os pesquisadores, que deram detalhes do método considerado revolucionário por ser rápido, eficiente e barato.
Fase de depósito
O projeto, liderado pelo professor e pesquisador Félix Brito, está atualmente em fase de depósito de patente no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Os protótipos já foram testados com sucesso na Fundação Parque Tecnológico de Campina Grande, onde está localizado o campus da UEPB.
Despertou interesse
A repercussão nacional sobre casos recentes de intoxicação por metanol em bebidas clandestinas despertou o interesse da indústria. Segundo Félix Brito, ao menos duas grandes empresas já procuraram a universidade com propostas para fabricar o canudo biodegradável em larga escala.
Objetivo
O objetivo é viabilizar sua comercialização em todo o país, ampliando o acesso à tecnologia e fortalecendo a segurança do consumidor.
O dispositivo
A criação do dispositivo ocorre a partir de outra tecnologia produzida pelo mesmo departamento, capaz de identificar destilados fraudados mesmo com as garrafas ainda lacradas.
Utiliza
Esse sistema utiliza radiação infravermelha (luz) para detectar substâncias estranhas à composição original da bebida, como metanol, etanol veicular e até água adicionada. Quando a luz incide sobre a bebida, as moléculas presentes nela sofrem alterações nas frequências de vibração, sendo cada tipo de molécula modificada de forma distinta.
97% de precisão
O método, que tem 97% de precisão, segundo os pesquisadores, está prestes a entrar na fase de testes com amostras reais, etapa que visa à produção em escala.
O começo
A pesquisa começou a ser desenvolvida em 2023, portanto, antes do atual surto de intoxicações, no Laboratório de Química Analítica e Quimiometria, pelos pesquisadores David Douglas Sousa Fernandes, Railson de Oliveira Ramos e Germano Veras (PPGQ-UEPB), Felix Brito (PPGCA-UEPB) e com a participação de outros pesquisadores.
Promete
Com preço acessível e produção sustentável, o canudo da UEPB promete ser um aliado poderoso contra fraudes e riscos no consumo de bebidas alcoólicas.
Severino Lopes
O Poder
