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Metanol, a tragédia da desregulação, por Virginia Pignot*

29/10/2025 -

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Reforma letal


O metanol, produto químico industrial, foi desviado de seu uso habitual e misturado com bebidas como vodka, gin e cachaça. Tornou-se um ácido letal nos corpos das vítimas, causando mortes, cegueira, sequelas irreversíveis.

Consumo final

Da produção industrial ao consumo final, existem fábricas clandestinas operando sem fiscalização, depósitos ilegais cheios de rótulos falsificados, e um mercado abastecido por caminhões que escapam à fiscalização. Como esse veneno circulou livremente ? Para Gustavo Tapioca no artigo Temer, Bolsonaro e a tragédia do metanol, a resposta estaria numa série de decisões tomadas entre 2016 e 2022.

Tema

Com o lema de « Ponte para o futuro », e o pretexto de enxugar ou modernizar o Estado, essa « reforma » desmontou a proteção do consumidor e do trabalhador. Neste artigo vamos transmitir e apoiar a análise de Gustavo Tapioca.

Se confundiu liberalismo com licença para destruir o Estado

O governo Temer iniciou processo de venda da BR Distribuidora, responsável pela logística e pela distribuição de combustíveis e insumos químicos, e extinguiu órgãos de controle que garantiam a rastreabilidade oficial de bebidas e combustíveis.

Estas decisões políticas desmontaram a capacidade do Estado de fiscalizar o que o povo bebe. Como consequência desta retirada do estado, e da ocupaçao deste espaço deixado vazio pelo contrabando e o mercado ilegal, o alcool « batizado » com metanol atingiu as vitimas de bebidas alteradas pelo Brasil afora.

A Policia Federal investiga o desvio e a adulteraçao do metanol, a falsificaçao de selos e garrafas, a venda ilegal de bebidas e o possivel elo com o crime organizado.

Governos golpistas venderam o discurso da eficiência mas entregaram o caos

Em 2016 o governo Temer desligou o sistema rastreado pela Receita Federal de controle da produção de bebidas fabricadas e vendidas no país. O Governo Bolsonaro enfraqueceu a ANVISA, fez cortes de fiscais, eliminou conselhos, e queria « vender tudo ». A BR distribuidora, símbolo da soberania energética nacional, mudou de nome com a privatização, se tornando uma empresa que coloca o lucro acima da vida.

Outras privatizações

Aliás, o mesmo ocorre com outras privatizações, como a da Eletrobras, ou de algumas refinarias. Os novos donos não vêem os funcionários da empresa como uma família, que deve ser bem tratada inclusive para produzir mais. Ao contrário, na sua ânsia por lucro demitem funcionários que não são substituídos, às vezes não empregam substitutos quando há ausência prolongada por doença, aumentando a incidência de acidentes às vezes mortais na empresa.

A extinção de sistemas de contrôle criam vítimas do neoliberalismo
Para Gustavo Tapioca cada vítima do metanol é uma vítima do neoliberalismo, do Estado mínimo que se gaba de ser « enxuto », quando na verdade sob Temer e Bolsonaro abriu mão do seu dever de proteger a população.

Para ele o caso do metanol não é acidente, é consequência derivada de políticas públicas que colocaram a vida sob a lógica do lucro, que fingiram que o estado era o problema, quando o verdadeiro problema é o estado ausente. As famílias das vítimas procuram justiça, sem respostas e sem culpados visíveis.

Concluindo com o jornalista e escritor Gustavo Tapioca

« O veneno dos copos é também a substância tóxica da política dos dois ex -presidentes golpistas que tentaram fazer do país um laboratório da impunidade . O antídoto só virá quando o país reconstruir o que foi destruído : a soberania, a fiscalização, e o compromisso com a vida.»

*Virgínia Pignot é médica e articulista.
 
NR - Os artigos assinados expressam a opinião dos seus autores.

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