É Findi - Ossos das Gentes - Poema, por Eduardo Albuquerque*
01/11/2025 -
Em Évora você se depara
Com um portal inusitado
Há séculos registradas
As palavras discriminadas:
“Nós, ossos que aqui estamos,
pelos vossos esperamos.”
Ainda desconte? Então agora
Visites a República Tcheca
Especificamente Kutná Hora
Verás esqueletos até o teto

Se insistes, à Roma ides
Te aguardam os capuchinhos
Mostrar-te-ão em forma de legos humanos
E uma frase singular, vides:
“Nós éramos, aquilo que vocês são;
aquilo que nós somos,
vocês serão.”

Eita mundo cão, viu?
O cão de Álvares de Azevedo
Descobriu em certo ossário
Os ossos do dono seu!
O poema faz parte do meu livro “Poesiarana”.
*Eduardo Albuquerque, poeta, cronista, escritor.


