Visitei, pela segunda vez, o ponto turístico que foi inaugurado em 1985 e conta com 37 peças de dois a sete metros de altura, feitas em granito, retratando a cultura nordestina na região de Fazenda Nova. O parque fica localizado no entorno do Teatro da Nova Jerusalém, município de Brejo da Madre de Deus, agreste pernambucano.

O passeio foi idealizado pela nossa professora de hidroginástica, Jayra Ferreira, aqui de Caruaru e o ponto estratégico foi a Pousada da Paixão, onde ficamos alojadas fazendo um "day use", com direito a almoço no refeitório destinado aos atores que participam do drama da Paixão, na época da semana Santa. Além de percorremos os palcos do maior teatro ao ar livre do mundo, fomos acompanhadas por guia que nos contou toda a história daquele grande empreendimento, desde o início de tudo, com o baluarte Plínio Pacheco. Também desfrutamos de um ambiente rico em detalhes artísticos, com piscina e outros atrativos.

Muitas artes no coração do Agreste

À tardinha, saindo da Pousada da Paixão, fomos ao pátio das esculturas em pedra granito, não longe dali. Essas obras de arte foram produzidas por artesãos da região, agricultores treinados a cortar as pedras para a construção das muralhas do teatro, uma coisa espetacular. Surgindo, então, tal parque, idealizado por Plínio Pacheco com apoio do Governador de Pernambuco, à época: Dr. Nilo Coelho, recebendo o seu nome.
As esculturas ficam espalhadas por um espaço de 60 hectares destinados à exposição e, todas retratam figuras tradicionais daquela localidade agrestina e também do sertão. Em destaque as figuras de: Lampião e Maria Bonita que são muito fotografadas pelos visitantes que podem percorrer a fazenda, tanto em carros como a pé.

Outros personagens talhados em pedra são: os violeiros; a mulher rendeira; o sanfoneiro; figuras de religiosos; e outras do folclore regional. São monumentos artísticos de rara beleza num trabalho artesanal de difícil execução, com grande singularidade, valendo a pena conhecer.

Divulgação e Cuidados

Observamos que essa preciosidade está sem a devida atenção. Coisa linda que merece cuidados, senão perde o significado e cai no abandono. Entramos e percorremos toda a exposição das estátuas, mas faltou alguém pra receber, explicar, acompanhar, dar os nomes dos artesãos, etc. Esse descaso deixou-nos bastante tristes, pois se fosse na Europa, havia valorização daquele patrimônio histórico.
Acredito que todo aquele acervo merece permanente divulgação e cuidados, não apenas na época da semana santa.


*Malude Maciel, Academia Caruaruense de Cultura, Ciências e Letras, ACACCIL, cadeira 15 pertencente à professora Sinhazinha.


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