Hylda Cavalcanti

As regiões Sul e Sudeste do país estão em estado de alerta em função do tornado que atingiu na tarde dessa sexta-feira (7/11) o oeste do Paraná e que ameaça outros municípios do estado, além dos estados do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo. Até agora, equipes de defesa civil já computaram seis mortes, cerca de 600 feridos e mais de mil pessoas desabrigadas.

Equipes diversas da Defesa Civil Nacional e do Sistema Nacional de Segurança do país estão se deslocando para o Paraná para conversar com o governador e governantes de outros estados que estão no alvo de passagem do tornado. Também estão se dirigindo para a área, ministros do Executivo Federal.

Rio Bonito e Garapuava

Os municípios mais atingidos foram os de Rio Bonito do Iguaçu e Garapuava, mas outras 12 cidades também sofreram com fortes ventos que provocaram um cenário de caos (lista divulgada mais abaixo). Desde a noite de ontem, bombeiros e agentes da Defesa Civil buscam sobreviventes sob escombros.

Técnicos especializados em ajuda humanitária e reconstrução também foram mobilizados, assim como profissionais da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) para apoio à população e às equipes do governo paranaense envolvidas no resgate e auxílio às vítimas.

Índice EF 3

Conforme dados do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), o tornado atingiu o índice EF3, com ventos de 250 km/h. Imagens registradas por moradores em Rio Bonito do Iguaçu mostram casas destelhadas, imóveis danificados e postes de energia no chão. O Simepar explicou que a cidade foi atingida por uma tempestade do tipo supercélula, que é caracterizada pela presença de um mesociclone - uma corrente de ar ascendente girando no interior da nuvem.

Em Rio Bonito do Iguaçu as vítimas são três homens com idades de 49, 57 e 83 anos, e duas mulheres, com idades de 47 e 14 anos. A vítima de Guarapuava é um homem de 53 anos. Conforme explicou o meteorologista Samuel Braun, do Simepar, a classificação do tornado foi estimada com base nas imagens de destruição e em informações de radares meteorológicos.

O tornado se formou devido a um ciclone extratropical que atinge o Sul do país e também provocou chuva forte e estragos no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. No Sudeste, os estados de São Paulo e do Rio de Janeiro estão em estado de alerta.



Cenário de destruição

Segundo relatos de moradores, além do cenário de destruição de casas, carros e equipamentos diversos, houve também queda de granizo. A Defesa Civil informou, no final da manhã deste sábado (08/11), que 80% da cidade de Rio Bonito do Iguaçu, que tem 14 mil habitantes ficou destruída.

De acordo com Braun, a principal diferença do tornado em relação a uma tempestade comum é a rotação do vento. “O ambiente atmosférico estava muito úmido, aquecido. Há também outros fatores, por exemplo, como a diferença dos ventos entre a superfície e os níveis mais elevados da atmosfera. Nós chamamos na meteorologia de cisalhamento”, frisou.



Evento mais forte

“Esse cisalhamento estava extremamente elevado. São vários fatores que contribuíram para a formação dessas tempestades e do tornado nessa cidade”, destacou o meteorologista. Braun afirmou que, em 23 anos de profissão, esse foi o evento mais forte que presenciou. “Foi bastante devastador. Até mesmo por categorias. Não me recordo de chegarmos ao EF3”.

Segundo o Governo do Paraná, fortes rajadas de vento e chuvas fortes foram registradas, também, nas cidades de Dois Vizinhos: 82,4 km/h às 19h; Cornélio Procópio: 76 km/h às 20h30; Campo Mourão: 74,2 km/h às 21h30; Candói: 73,1 km/h às 17h; Planalto: 70,9 km/h às 15h; Distrito de Horizonte (Palmas): 70,6 km/h às 18h45; Cianorte: 69,8 km/h às 22h30; Clevelândia: 68,8 km/h às 16h; Cascavel: 66,2 km/h às 20h30; Japira: 64,1 km/h às 22h; Laranjeiras do Sul: 61,6 km/h às 19h45 e Londrina: 60,1 km/h às 20h15.

— Com informações das agências de notícias Compartilhar esta notícia Deseja receber O PODER e artigos como esse no seu zap ? CLIQUE AQUI.