Hylda Cavalcanti

Apesar de várias autoridades, ambientalistas, governantes e técnicos já estarem no Brasil, a abertura oficial da esperada Conferência da ONU sobre Mudança do Clima, a COP 30, em Belém (PA), será oficialmente nesta segunda-feira (10/11).

Nos bastidores, foram muitas as informações sobre jantares oficiais e oferecidos por empresários desfeitos em função do cansaço de chefes de Estado e representações diplomáticas e de preocupações externadas há meses com hospedagens, transporte e obras de infraestrutura. Mas a verdade é que tudo tem caminhado dentro do esperado

Belém está sendo considerada, nacional e internacionalmente, o centro das decisões sobre o futuro do planeta. E enquanto algumas equipes não confirmaram participação, já estão na capital paraense pesquisadores e representações importantes que não tinham confirmado a presença, mas se inscreveram na última semana para participar dos painéis.

Auditórios e pavilhões

Para se ter ideia, estão estimados representantes de cerca de 150 países. Serão 286 eventos a serem realizados até o dia 21, divididos em quatro auditórios nas chamadas Zonas Azul e Verde, montadas especialmente para a COP.

Os pavilhões, por sua vez, reunirão a comunidade brasileira e internacional para diálogos sobre o enfrentamento à mudança do clima, os 30 objetivos estratégicos da Agenda de Ação, as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs, na sigla em inglês) e o Plano Clima. E um terceiro espaço está reservado para organizações da sociedade civil.

Cooperação internacional

Na Zona Azul, os debates se concentrarão nas discussões voltadas à implementação da NDC do Brasil no âmbito do Acordo de Paris, em um contexto de cooperação internacional.

Na Zona Verde, terão como foco temas relevantes para a sociedade brasileira no contexto doméstico, como a implementação do Plano Clima, que será o guia das ações de enfrentamento à crise climática do Brasil até 2035. Os eventos nos Pavilhões Brasil ocorrerão entre 10h e 19h, com duração máxima de 60 minutos.

Agenda de ação

Conforme a coordenação da conferência, a Agenda de Ação é um dos pilares das Conferências do Clima e, na COP30, tem como meta transformar compromissos em ações concretas, dando transparência ao impacto das soluções já em curso — no verdadeiro espírito de um “mutirão” global contra a crise climática.

Para isso, a Presidência da COP30 e os Campeões de Alto Nível do Clima, Dan Ioschpe e Nigar Arpadarai, juntamente com a Parceria de Marrakesh, organizaram uma série de eventos voltados a reunir diferentes iniciativas e acelerar a implementação de soluções climáticas.



Cúpula do clima e fundo

Por sua vez, dentre os eventos realizados na última semana, chefes de Estado, ministros e líderes internacionais participaram da Cúpula do Clima, encontro que abriu oficialmente o período de negociações da conferência e que contou, inclusive, com o príncipe William, da Inglaterra. Foram iniciados debates sobre desmatamento, transição energética e financiamento

Na Cúpula, o Brasil lançou o Fundo Florestas Tropicais para Sempre, que tem como meta, o financiamento para a preservação da natureza em países em desenvolvimento, a partir de investimentos de governos e do setor privado. No primeiro dia, a iniciativa brasileira conseguiu alcançar mais de US$ 5 bilhões em recursos para o desenvolvimento das ações.

Parece que já aconteceu muita coisa até agora? Não foi nada. O principal ainda está para ser decidido. A partir desta segunda.



— Com agências de notícias