Decreto de Trump que elimina tarifa básica para importação de alimentos ainda não vale para o Brasil
15/11/2025 -
Entrou em vigor nesta sexta-feira (14/11), decreto assinado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, eliminando a tarifa básica sobre a importação de café, carne bovina, tomate, banana e outros produtos agrícolas que havia sido anunciada em abril contra diversos parceiros comerciais — no caso do Brasil, era de 10%. A decisão tem validade retroativa a partir de ontem. Mas para o Brasil, apesar de a notícia ter sido comemorada, continua válida a taxa extra de 40% que começou a vigorar em agosto.
Entenda o caso
Na ordem executiva que assinou, Trump admitiu que precisou reconsiderar o tarifaço de alguns produtos agrícolas, mas não citou nenhum país específico. Ele escreveu que considerou as informações e recomendações fornecidas "por autoridades" e negociações "com diversos parceiros comerciais”
Trump disse que a decisão de rever a lista de produtos afetados pelo tarifaço se deu após analisar a necessidade crescente dos EUA de alguns produtos e a capacidade interna atual de produção de certas mercadorias. As tarifas e a dinâmica do mercado doméstico têm pressionado os índices de inflação do país.
A ordem elimina as tarifas comerciais que Trump chamou de "recíprocas", as quais foram fixadas em abril de acordo com a balança comercial dos EUA com cada parceiro. Depois, vieram outras: o Brasil, por exemplo, recebeu taxas adicionais de 40% em agosto. Então, a expectativa é de que, após esse decreto revendo o que foi estabelecido desde abril, nas próximas semanas saia algo referente `às taxas que começaram a vigorar em agosto.
O que continua como está, por enquanto
Por isso, centenas de produtos agrícolas ficaram isentos, agora, da tarifa recíproca. A lista inclui: carne bovina, frutas frescas (como açaí, abacaxi, banana, coco, mamão, laranja e manga), brotos de bambu, castanha do Pará, castanha de caju, café torrado e não torrado, chá verde, chá preto, coco e temperos (como páprica, pimenta e canela).
Segundo Trump, haverá reembolso de tarifas já cobradas, mas o presidente americano não
deu mais detalhes. Os reembolsos serão processados de acordo com a legislação, disse ele.
O tarifaço
Algumas mercadorias sobretaxadas registraram forte aumento de preços nos EUA. Principal fornecedor de café para o mercado americano, o Brasil enfrentava tarifas totais de 50%, o que elevou em quase 20% o preço do café no mercado americano em setembro, na comparação com mesmo mês do ano passado
Em razão disso, muitos eleitores passaram a rejeitar a medida. Segundo especialistas, um dos sinais da reprovação dos cidadãos americanos à gestão Trump foi a vitória de candidatos democratas nas eleições municipais em diversos estados
A queda das tarifas comerciais já era esperada desde o início da semana. O secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, tinha dito que o fim próximo do tarifaço visaria a produtos "que não cultivamos aqui nos Estados Unidos", referindo-se a café e banana, embora haja plantações de café em algumas partes do país.
O decreto foi assinado depois de acordos comerciais anunciados no início da semana. Eles eliminaram as tarifas sobre alguns alimentos e outros itens de países como Argentina, Equador, Guatemala e El Salvador.
— Com informações do UOL

