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Geração Z e a Sombra de 1968 no México, por Roberto Vieira*

17/11/2025 -

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O México viu um novo choque violento: a polícia reprimiu a Geração Z nas ruas. Jovens ativistas digitais protestam contra a política de segurança da presidente Claudia Sheinbaum. O questionamento é direto: por que o Estado mobiliza toda a sua força contra manifestantes pacíficos, mas falha em confrontar os poderosos cartéis?

O espetáculo

O espetáculo de repressão ecoa traumas históricos e sugere que a prioridade do governo é a ordem política, e não a segurança cidadã. A mobilização, altamente conectada, usa redes sociais para exigir respostas urgentes do novo governo.

1968

O uso da força policial de hoje remete ao massacre de 2 de Outubro de 1968 em Tlatelolco. Naquele ano, militares assassinaram centenas de estudantes semanas antes das Olimpíadas para "limpar" a imagem do país.

Padrão

Esse padrão se repete: o trauma histórico é reavivado sempre que o Estado mexicano escolhe a violência militarizada contra o seu povo, em vez de investir em justiça social. Para a Geração Z, Tlatelolco não é apenas história; é um lembrete vivo do alto custo da dissidência no México.

Geração Z

A Geração Z (nascidos após 1995) é a força motriz dos protestos. Nativos digitais, cresceram com a corrupção e crises, organizando-se via TikTok e Telegram, ignorando estruturas partidárias. O ativismo da Gen Z é marcado pelo ceticismo institucional e focado em causas concretas, como a segurança. Eles questionam a hipocrisia de um Estado poderoso ao reprimir, mas ineficaz ou cúmplice na luta contra o crime organizado. A sua principal exigência é a segurança básica que o Estado não consegue garantir.

Narcotráfico
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A crítica da juventude se baseia em números aterrorizantes: o México acumula mais de 350 mil mortos em homicídios e mais de 120 mil desaparecidos. A violência do narcotráfico é tão endêmica que faz o Brasil parecer a Suíça em segurança pública.


Paz prometida

A presidente Sheinbaum não está entregando a paz prometida. A repressão aos jovens desvia o foco da falência estatal em combater os poderosos cartéis, que dominam vastas regiões do país com total impunidade, enquanto a juventude sofre o ônus da violência.

Repressão

A repressão de hoje mancha a imagem da presidente Claudia Sheinbaum, minando sua promessa de "Nunca Mais" usar a força estatal contra o povo. A instabilidade também alimenta a narrativa de políticos como Donald Trump, que usam a violência mexicana para endurecer a fronteira.


Grandes eventos


Historicamente, grandes eventos esportivos no México coincidem com a repressão (Olimpíadas de 68 e Copa de 70). Os protestos atuais ecoam essa repressão militar justamente enquanto o país se prepara para sediar a Copa de 2026. O preço da ordem artificial é pago pela Geração Z. Agora vamos aguardar o que vai fazer a Geração Z no Brasil. Teremos outro 1968?

*Roberto Vieira é médico e cronista

NR - Os textos assinados expressam a opinião dos seus autores. O Poder estimula o livre confronto de ideias e acolhe o contraditório. Todas as pessoas e instituições citadas têm assegurado espaço para suas manifestações.

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