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O milagre de Goiana - O dia em que as mulheres mudaram a história, por Zé da Flauta*

17/11/2025 -

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A história conta que, em 1646, os holandeses resolveram subir a costa achando que encontrariam aldeias frágeis, medrosas, fáceis de dobrar. Foi quando descobriram, com a sutileza de um balde de água fervendo, que Pernambuco tem suas próprias regras, e que Tejucupapo era um território onde até o vento obedecia às mulheres.

Soldados

Naquele dia, não havia soldados por perto, nem cavalaria, nem reforço vindo por detrás do morro. Havia mães, avós, filhas, pescadoras, rendeiras e rezadeiras. Havia medo, claro. Mas havia também a coragem que só brota quando a vida encurrala e diz: “Agora é contigo.”

Fúria

Os holandeses chegaram com mosquetes, botas sujas de lama e aquela arrogância colonial de quem acha que o mundo inteiro cabe dentro de um mapa europeu.
Encontraram mulheres com saias enroladas, pés firmes no chão, e um olhar de quem não negocia o que é sagrado. Foi então que Tejucupapo inventou seu próprio tipo de estratégia militar, prática, improvisada, genial. Água fervendo, pimenta, pau de lenha, pedra, o que tivesse.

Impedir

O importante era impedir que o invasor passasse. E eles não passaram. Tomaram susto, tomaram queda, tomaram coragem alheia na cara, e correram, porque homem armado teme mais a fúria de uma mãe do que o disparo de um canhão.

Resistência

Aquele episódio nunca foi apenas batalha. Foi filosofia doméstica aplicada à defesa da pátria. As mulheres descobriram que, às vezes, o heroísmo nasce exatamente onde o mundo não olha. Enquanto os registros oficiais falavam de generais, tratados e fortificações, em Goiana a resistência brotava daquilo que alimenta: o fogo, a cozinha, o cotidiano. E talvez por isso seja tão belo: foi uma guerra vencida não com a tecnologia da destruição, mas com a inteligência da necessidade. Foi a vitória de quem não podia escolher perder.

Liberdade

Hoje, quando se fala no Milagre de Goiana, muitos pensam no heroísmo, no feito épico, na coragem maior que o próprio perigo. Mas há algo mais profundo ali: a lembrança de que o Brasil sempre foi construído por gente anônima, principalmente mulheres, que seguraram o país nos braços enquanto os homens estavam longe, distraídos ou mortos.


Mulheres de Tejucupapo

Aquelas mulheres de Tejucupapo não apenas expulsaram um inimigo. Elas lembraram ao Recife, ao Brasil e ao mundo que a liberdade não é um presente: é um trabalho diário. E que, quando o medo vem grande, o povo daqui responde maior ainda.

Até a próxima!

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