PEC da Segurança: fim da progressão e referendo para instituir prisão perpétua
17/11/2025 -
Elaborada pelo governo Lula em um texto enxuto de 8páginas, com o objetivo de ampliar o papel da União na coordenação de ações contra o crime, a PEC, da Segurança Pública deve sair "mais robusta e ousada" da Câmara dos Deputados. A qualificação foi dada pelo relator da proposta, o deputado Mendonça Filho, que planeja finalizar o parecer até 04/12 com uma série de acréscimos. Entre os pontos mais controversos estão a inclusão de um dispositivo para impedir a progressão de regime para “supercrimes”, como os delitos contra vida, estupro seguido de morte e pertencimento a facções. No projeto Antifacção, relatado pelo deputado Guilherme Derrite, há um instrumento semelhante que prevê que membros de organizações criminosas só podem ter benefícios penais após o cumprimento de 85% da pena.

Perpétua
"Na PEC, será 100%, progressão zero. Passando numa PEC esse dispositivo teria menos chance de ser considerado inconstitucional", disse Mendonça. Outra medida polêmica que está sendo discutida pela cúpula da comissão especial da PEC é a instituição de prisão perpétua para crimes considerados “super-graves”. A medida é encampada pelo presidente da comissão, o deputado Aluísio Mendes. "É uma ideia minha e do Mendonça. Isso seria aplicado para crimes super-hediondos, como em casos de feminicídio quando se mata a mãe na frente do filho, crime de facção com chacinas e homicídios triplamente qualificados", afirmou Mendes.
A PEC da Segurança Pública tramita em paralelo com o projeto de lei Antifacção, cuja votação está prevista para a próxima semana. Há uma percepção entre os parlamentares da oposição que questões mais polêmicas sejam retiradas do PL de Derrite e colocadas na PEC.

