Ilza Nogueira, a primeira mulher a assumir a presidência da Academia Brasileira de Música
18/11/2025 -
A Academia Brasileira de Música, ABM, fundada por Heitor Villa-Lobos em 1945, terá pela primeira vez, em 80 anos de existência, uma presidente mulher. A compositora, pesquisadora e acadêmica Ilza Nogueira foi eleita para comandar a instituição e tomará posse em março de 2026. Para Ilza, assumir a presidência tem um significado que ultrapassa a representatividade de gênero. Pela 1a vez, a direção da Academia também estará fora do Rio de Janeiro, sede da instituição desde sua fundação. “Minha eleição foi significativa não só por conduzirem, pela primeira vez, uma mulher à presidência, como também por levarem a direção para fora do Rio de Janeiro. Isso traduz a compreensão de que somos uma organização nacional e que devemos valorizar a representatividade regional.”

Ilza por Ilza
Natural de Salvador, Ilza construiu uma trajetória acadêmica e artística marcada pela profundidade intelectual, pelo diálogo entre linguagens e pela dedicação à música contemporânea brasileira. Com formação no Brasil, na Alemanha e nos Estados Unidos, ela é doutora em composição pela Universidade de Nova York, em Buffalo, onde estudou com nomes como Lejaren Hiller e Morton Feldman, e realizou pós-doutorado em Teoria da Música na Universidade de Yale. Professora aposentada da Universidade Federal da Paraíba, UFPB, ela chegou a João Pessoa em 1978 para integrar o Departamento de Música da instituição, onde lecionou por 22 anos.
Produção e obras
Sua produção se destaca pela relação entre música e literatura, fruto de sua dupla graduação em Música e Letras na UFBA, e pela atuação como musicóloga, analista e pesquisadora do repertório brasileiro contemporâneo, especialmente do Grupo de Compositores da Bahia. Autora do livro Ernst Widmer, Perfil Estilístico (1997), Ilza publicou catálogos de obras de compositores como Ernst Widmer, Lindembergue Cardoso e Jamary Oliveira, além de coordenar, por duas décadas, o projeto Marcos Históricos da Composição Contemporânea, na UFBA. No CNPq, alcançou a categoria de Pesquisadora Sênior, consolidando sua relevância para a área.


