Esquerda comemora e cita garantia da ordem pública
22/11/2025
A prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, determinada neste sábado (22) em cumprimento a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), também provocou reações entre os parlamentares integrantes da base do Governo Federal.
O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do PT na Câmara, considerou que a decisão se baseou na necessidade de garantir a ordem pública. Segundo ele, mesmo em prisão domiciliar, Bolsonaro seguia atuando politicamente para tensionar o ambiente e pressionar instituições.
“A vigília convocada por Flávio Bolsonaro para esta noite, que transformou o processo criminal em ato político, pesou diretamente na decisão. A mobilização buscava criar clima de intimidação ao STF e à PF, reforçando o risco de desestabilização institucional e de interferência no andamento do processo, com a realização de aglomeração para impedir a prisão definitiva, inclusive com armas de fogo, além de indicar possível intenção de fuga, por violação da tornozeleira eletrônica”, escreveu o parlamentar nas redes sociais.
Momento histórico
O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE) disse que o país vive um momento histórico. “A decisão foi tomada com base na garantia da ordem pública e determina que ele permaneça detido enquanto avançam as investigações. O país vive um momento histórico. Quem atacou a democracia vai pagar por isso!”.
A deputada federal Maria do Rosário Nunes (PT-RS), que ganhou processo contra o ex-presidente por um discurso no qual ele afirmou, anos atrás, que “não a estuprava porque ela não merece”, faz aniversário neste sábado e disse que a comemoração será dupla em função da prisão.
“No meu aniversário, olha só, o universo conspira muito melhor para o bem do que para aqueles que tentam fazer maldades, hein? Nesse dia, tem até foguetes por aqui. Bora, gente! Aproveitem a liberdade, aproveitem o amor, aproveitem a vida, e o ódio é de quem tem lá na Papuda,” enfatizou a parlamentar.
"Quem sofreu sob o seu comando sabe o que celebramos"
A ex-deputada federal Manuela D’Ávila, que foi filiada ao PC do B, também comemorou a prisão. "Quem viveu o Brasil sob seu comando, Quem temeu viver no Brasil sob seu comando, Quem perdeu alguém no Brasil sob seu comando, Sabe o que celebramos. Eu celebro estar viva, com minha família, feliz e na luta.", escreveu ela.
A viúva de Marielle Franco, Mônica Benício, hoje vereadora do Rio de Janeiro pelo PSOL, disse que "hoje um novo capítulo da história da democracia brasileira foi construído. O ex-presidente Jair Messias Bolsonaro foi preso preventivamente via medida cautelar. O golpe, que sempre livrou a cara das elites brasileiras, é punido pela primeira vez exemplarmente."
Sua colega de partido, a deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL-RS) foi na mesma linha: "Jair Bolsonaro acaba de ser preso preventivamente e levado para a superintendência da Polícia Federal. Um bom dia desses hein?!", escreveu.

