Luz - Poesia, por Romero Falcão*
26/11/2025
A bala perdida, a bala encontrada
A bala que já não abala nada
Apesar de tudo
há luz no fim do cano
Mesmo que a carne se acostume
ao ferro frio na cintura
e o cérebro só atenda a um comando
Apesar de tudo
há luz no fim do cano
Mesmo que o chumbo me queira
mais astuto que o Demônio
há luz no fim do cano
Porque a luz é maior que o raiamento
o perfume da pólvora
Há luz porque consigo interromper
a pesada lua que apaga o meu sono
Há luz porque há metamorfose na serpente
que rasteja, mas se eleva ao trocar o couro
cascudo por uma pele que cintila humanidade
*Romero Falcão é um cronista que se arrisca a fazer poema torto.
NR - Os textos assinados expressam a opinião dos seus autores. O Poder estimula o livre confronto de ideias e acolhe o contraditório. Todas as pessoas e instituições citadas têm assegurado espaço para suas manifestações.


