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É NATAL... E QUE NATAL!!!
20/12/2023 - MERCADO- Coluna Diária- Antônio Magalhães
O escritor inglês Charles Dickens (1812-1870) publicou em 1843 um livrinho, escrito em menos de um mês, chamado “Um Conto de Natal” (Christmas Carol) retratando o avarento Ebenezer Scrooge e sua abominação pela época natalina. Na solidão caseira, enquanto outras famílias comemoram a festa, este homem infeliz recebe a visita de três fantasmas, que o levam a visitar os Natais da sua vida: no Passado, no Presente e no Futuro.
Nesta jornada fantasmagórica, Scrooge reencontra-se com sua infância, sua velhice e até com sua futura morte. O livro ensina o valor da generosidade, da caridade e da união. E já teve versões em filmes, montagens teatrais e até saiu em revista de quadrinhos.
Aplicada esta história na nossa política, um personagem controverso poderia fazer companhia aos fantasmas de Scrooge para rever seu Passado, Presente e Futuro. E tentar como o avarento inglês mudar seus conceitos e propostas nas temporadas da sua vida que mexeram com os brasileiros.
FANTASMA DO NATAL DO PASSADO
O fantasma na versão nacional do Natal do Passado, a exemplo da assombração que passeou com Scrooge, transporta o personagem desta alegoria ao tempo da ditadura militar que adubou seu discurso de oposicionista para dividir a esquerda tradicional e para alegrar o poder da época. E assim o fulano constrói sua carreira com greves operárias e confraternizações com os patrões, como registra um aliado do período. O espírito do Passado acompanha sua trajetória de derrotas até chegar ao mais alto cargo. Nele, deu uma tintura social para as massas e benesses financeiras substanciais para ele, para banqueiros, amigos, políticos e militantes. Mensalão, Petrolão, entraram no vernáculo do dia-a-dia. Vergonha, nenhuma. O personagem continua sua carreira mistificadora, um, dois, três, quatro governos. Até ser investigado, tornado réu e condenado, sempre alegando inocência e injustiça. Os dias de cadeia lhe deram mais ira, mais sede de vingança, de quem não se sabe. E irrigaram sua vontade de ter mais poder, mais acesso ao que não é seu. A esta altura, o fantasma do Natal do Passado sente-se fracassado no intento transformador para fazê-lo um homem de bem. Scrooge pelo menos sensibiliza-se ao transitar por seu passado na forma de espírito.
FANTASMA DO PRESENTE
O fantasma do Natal do Presente mostra ao personagem como cresce sua ambição e lhe dá oportunidade de cobrar dívidas passadas a quem ele ajudou a subir na vida. Devedores o liberam para uma nova caminhada ao alto cargo. Até os adversários do passado deixam seus princípios para trás e aderir ao “novo” homem que só tem novidades velhas e práticas antigas. Estimulado por militantes de variados níveis, o personagem deste Natal anima-se pelo valor $$$ do prêmio pela vitória. Ao contrário do avarento Scrooge que preza suas moedas, ele não se incomoda em gastar. Sabe o mapa da mina das estatais com cofres recheados.
DE FRACASSO EM FRACASSO
Um fracasso do espírito do Presente. As duas almas, a esta altura profundamente assombradas, entendem que o passado e o presente condicionam o futuro. O fantasma do Natal do Futuro já chega cansado ao personagem porque seus dois colegas anteriores nada conseguiram mudar na personalidade egocêntrica do tal. Diante disso, o que o Natal do Futuro mostra é tenebroso. Não é a lápide fúnebre, como foi vista por Scrooge. Mas um destino assustador com espíritos do mal hablando espanhol, com sotaque venezuelano e chileno. A visualização da sina latino-americana de destruir o que foi feito anteriormente para reconstruir ao modo de cada um. Os três fantasmas entregam os pontos. Nada pode ser mudado na personalidade do dito cujo. Triste tempos para nós e Natais desperdiçados. Diferente do personagem da política nacional, ao final da sua jornada fantasmagórica Ebenezer Scrooge converte-se em um homem de bem. Passa a amar o espírito de Natal e a ser generoso com os que precisam. Diz-se que ninguém, a partir daí, celebrou o Natal com mais entusiasmo do que ele. É isso.
SE FOR POSSÍVEL
Para você leitor, um bom Natal e um ano novo de esperanças. Se for possível.
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