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O historiador do Iahgp fala sobre o bairro de Santo Antônio, no Recife Antigo.
22/03/2024 - CARLOS BEZERRA CAVALCANTI
Na segunda reportagem desta série que aborda os bairros do Recife, falaremos sobre o de Santo Antônio, Padroeiro da cidade, mas que, no entanto, só começou a ser realmente povoado com a chegada dos holandeses e, mais precisamente, quando Nassau assumiu a missão de administrador geral do domínio da Companhia das Indias Ocidentais no Brasil. E veio residir na então “Ilha dos Navios”, depois de “Antônio Vaz”, em que existiam apenas alguns casebres de pescadores e o Convento dos Franciscanos. Ali, os neerlandeses instalaram o “Forte do Ernesto”.
A ilha
Tinha a denominação de “Porto dos Navios”, por nela existir um estaleiro em que se construíam algumas embarcações. Já foi conhecida como Ilha do Governador, por ter em seus limites o “Palácio de Friburgo”, edificado por Nassau e o Colégio dos Jesuítas que, posteriormente, serviu de morada aos Governadores de nossa Província. Foi também nessa localidade que Maurício de Nassau se Instalou ao chegar ao Recife (1637). A sua primeira residência em Pernambuco estava situada nas proximidades da confluência das atuais Ruas Primeiro de Março e do Imperador chamadas no século passado de “Rua do Crespo” e do “Colégio”, respectivamente. Primitivamente a Rua do Imperador se subdividia em três pequenas vias: A Rua do Colégio, que ia das imediações da atual Praça 17 onde existia o Colégio dos Jesuítas, à atual Primeiro de Março. O outro trecho, que ia da Primeiro de Março até o Arquivo Público era denominado de Rua da Cadeia Nova, uma vez que no prédio do Arquivo funcionou primitivamente como Cadeia Pública. E a terceira parte que era conhecida como Rua de São Francisco, por causa da Igreja e da Irmandade ali existentes.

A rua das mundanas
Na Rua do Imperador, justamente nesse último trecho, existiu o famoso Teatro Capoeira, chamado oficialmente de Casa da Ópera ou Teatro de São Francisco, que começou a funcionar em 1772, num edifício térreo e acaçapado. Em meados do século XIX as senhoras da sociedade se queixavam das “mundanas” que faziam ponto em frente a esse Teatro. No final do mesmo século, funcionou naquela artéria, que se chamava, então “15 de Novembro“, mais precisamente na casa n. 30, o Clube Nove e Meia do Arraial.

Saudosa Laurinha
Nesse Clube, além de jogos e danças, havia também a presença de algumas “mariposas” destacando-se, entre elas : “Laura Passos” que teve vários amantes e cafetões, sendo motivo de desavenças e até de crimes de morte envolvendo alguns frequentadores, motivo pelo qual era conhecida como “Laurinha Cemitério”.
O Bairro de Santo Antônio
Teve sua primeira reforma urbana no início do século passado, antes mesmo da reforma do porto e de todo o Bairro do Recife. Ela aconteceu nos tempos de Martins de Barros, na área do antigo Cais do Colégio, hoje avenida que leva o nome daquele ex-prefeito. Outra reforma importante aconteceu com a implantação do plano de Ulhôa Cintra e de Abílio Correia Lima, durante a administração do interventor municipal Novais Filho 1937/45. O quarteirão em frente a Matriz de Santo Antônio foi demolido, e ampliou-se a Praça da Independência (Pracinha do Diário).

Desapareceram
Posteriormente, toda a parte central do bairro, de ruas estreitas e casario secular, foi ao chão. Desapareceu o Pátio do Paraíso, o mesmo acontecendo com a igreja e o hospital do mesmo nome. Também sumiram as ruas das Florentinas, das Laranjeiras, das Trincheiras, da Roda, do Calabouço, surgiu a Avenida Guararapes, (10 de novembro). Foi construída a Ponte Duarte Coelho (1943) e teve então início a construção da atual Avenida Dantas Barreto. O desejo para a modernização do bairro era antigo e muitos projetos surgiram, inclusive o de Domingos Ferreira, que defendia o alargamento da parte inicial (final) da futura Avenida Guararapes, com o recuo dos edifícios da parte inicial do logradouro, (daquela área) tendo as suas varandas voltadas para a cabeceira da ponte que seria a Duarte Coelho.
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