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O que vale é a Fé
27/03/2024 - MERCADO- Coluna Diária- Antônio Magalhães
Anualmente são rememoradas mudanças radicais na opinião pública nos dias mais significativos da Cristandade. Da exaltação da chegada de Jesus a Jerusalém, no Domingo de Ramos, ao apoio à sua crucificação cinco dias depois. Mas o que foi que aconteceu neste período para tal virada no modo de pensar dessa gente sobre o Galileu?
Desagrada a muitos
Os quatro evangelistas que narraram os últimos dias de Jesus apontam fatos comuns que marcaram aquele período, como ida ao templo judeu onde ele expulsou vendedores que agiam dentro do espaço religioso. Fez pregações do evangelho, ou a boa nova, no local. Para a teologia da época, ele se referia a Deus de maneira inusitada, atraindo multidões, mas também desagradando os líderes religiosos que conspiraram para que fosse acusado de blasfemo e líder rebelde judeu.
Cinco dias até à traição
Em cinco dias, essas autoridades armaram a traição de Judas Iscariotes. Cercaram Jesus com seus soldados no Jardim das Oliveiras. E deram os primeiros passos para o martírio do Homem de Nazaré. Depois de preso, foi entregue aos romanos, uma vez que os sacerdotes não queriam se responsabilizar pelo castigo de Jesus no período da Páscoa Judaica, a Pessach. Nas idas e vindas a Herodes e a Pôncio Pilatos, Jesus foi flagelado e humilhado pelos romanos.
O político Pilatos
Mas Pilatos, pensando politicamente com medo de uma revolta popular pela morte do pregador, preferiu lavar as mãos de tal sentença. E sugeriu que o populacho mobilizado pelos religiosos, certamente com pão ázimo e peixe – mortadela era proibida aos judeus – decidisse quem deveria ser libertado: o ladrão Barrabás ou Jesus de Nazaré. A massa ensaiada gritou Barrabás, sempre o ladrão sai bem.
Quem aplaudiu?
Onde estavam aqueles que saudaram efusivamente Jesus na sua chegada a Jerusalém. Por que o abandonaram? São os mistérios da fé. Como vinha dizendo Jesus, todo o martírio tinha sido profetizado e estava registrado na Escritura. A salvação da humanidade e abertura ao Reino dos Céus impunha seu sacrifício.
Julgar vivos e mortos
“Foi crucificado, morto e sepultado. Desceu à mansão dos mortos. Ressuscitou ao terceiro dia, subiu aos Céus, está sentado à direita de Deus Pai, todo poderoso, de onde há de vir a julgar os vivos e os mortos”, diz a oração católica Credo.
História de 2 mil anos
E é esse o Jesus, filho de Deus, que os cristãos devem acreditar. Os pesquisadores e historiadores que duvidam da existência física do homem de Nazaré falam para os ventos. Seria como se tentasse materializar a espiritualidade dos seres humanos. Impossível. O que vale para os que têm fé é essa história que vem sendo contada há mais de 2 mil anos. Feliz Páscoa.
Autor
*Antonio Magalhães é diretor de redação de O Poder
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