Edição de N° 898
BRASIL
Quinta-feria, 07 de Dezembro de 2023
Edição de N° 898
EUA BEM LONGE DA AMAZÔNIA
Depois de se oferecer sem sucesso para mediar as negociações de paz entre a Ucrânia e a Rússia, o presidente Lula voltou-se agora para continente sul americano e está se oferecendo para ser mediador da crise da Venezuela com a Guiana, visando evitar presença dos EUA na região, dizem fontes. Uma das principais preocupações do governo é que tensão leve norte-americanos a estabelecerem uma base militar na Amazônia que seria considerado um desastre para a diplomacia brasileira. Leia mais nesta edição.
NOSSO TIME
Diretor Geral: José Nivaldo Junior. Dir. de Redação: Antônio Magalhães. Editora Nacional: Hylda Cavalcanti. Editor Regional NE: Severino Lopes .
UM EMPREENDIMENTO GLOBALZ CONSULTORIA
“NÃO É NÃO” AGORA É LEI. SÓ É PERMITIDA PAQUERA COM RESTRIÇÕES
A ‘paquera’ saudável corre risco. Um elogio ou uma proposta gentil de um homem para uma mulher pode ser entendido como um constrangimento ou assédio. Portanto, estejam prevenidos: passou na Câmara dos Deputados e seguiu para a sanção presidencial, a lei do movimento “Não é Não”, que pune ações que possam ser identificadas negativamente pelas mulheres em shows e casas noturnas. Alguns bares poderão ter um selo especial com a marca “Não é Não”, dando apoio às mulheres. Leia mais nesta edição a matéria da nossa editora nacional Hylda Cavalcanti.
EM PRIMEIRA MÃO
Coluna Diária
VIÚVA DE CLEZÃO DIZ QUE MORAES PODE SER CONDENADO A 30 ANOS
Viúva de Cleriston Pereira da Cunha, o Clezão,que morreu no presídio da Papuda após passar mal, Edjane Cunha representou contra Alexandre de Moraes na Procuradoria-Geral da República (PGR). No documento, ela pede a perda do cargo de ministro do STF e sustenta que o magistrado teria incorrido em crimes com penas que vão de 10 anos a até 31 anos de prisão.
COMETEU MAUS-TRATOS CONTRA O PRESO
Cleriston estava preso por ordem do STF sem ter foro privilegiado e apenas ser suspeito de depredação de prédios públicos no 8 de janeiro, em Brasília. Não chegou a ser julgado, nem Moraes quis liberá-lo para tratamento de saúde. Representando a viúva e as duas filhas, o advogado Tiago Pavinatto afirma que Moraes cometeu “maus-tratos em modalidade qualificada, abuso de autoridade e tortura”. E que teria violado 32 dispositivos legais ao manter Cleriston encarcerado mesmo dois meses após parecer da PGR favorável à soltura. O empresário, de 46 anos, morreu em 20 de novembro.
MILEI E ZELENSKI JUNTOS
Volodymyr Zelensky, o presidente da Ucrânia, vai participar da posse de Javier Milei no dia 10 de dezembro, de acordo com o jornal “La Nación”, da Argentina. Depois da vitória de Milei nas eleições argentinas, os dois chegaram a conversar por telefone. Na época, o ucraniano agradeceu “o claro apoio” à Ucrânia, que foi invadida militarmente pela Rússia em 2022.
ISRAEL: SOLDADOS SEM PRIVILÉGIOS
Gal Meir Eisenkot, filho do ministro do governo israelense, Gadi Eisenkot, foi morto no norte de Gaza, anunciaram hoje as Forças de Defesa de Israel. “Gal Meir Eisenkot, 25 anos, de Herlizya, soldado combatente do 699º Batalhão da 551ª Brigada de Comando de Reserva, morreu em batalha no norte da Faixa de Gaza”, disseram as FDI em um comunicado. Segundo as FDI, 88 soldados israelenses perderam a vida até agora em Gaza.
BRASÍLIA
REAJUSTE DA REMUNERAÇÃO DO SUS GARANTE A QUALIDADE DO ATENDIMENTO, DIZ VENEZIANO
Hylda Cavalcanti
Seguiu para sanção presidencial o projeto que atualiza os valores de remuneração dos serviços prestados ao Sistema Único de Saúde (SUS), com garantia da qualidade e do equilíbrio econômico-financeiro. Apreciado anteriormente pela Câmara dos Deputados, o projeto, que teve como relator o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), foi votado ontem (06/12) pelo Senado e consiste numa correção feita anualmente pelo Executivo.
SEMPRE EM DEZEMBRO
No texto, uma emenda apresentada de última hora pelo líder do governo, senador Jaques Wagner (PT-BA), passou a estabelecer que os valores para o conjunto da remuneração dos serviços de saúde sejam definidos sempre no mês de dezembro de cada ano por ato do Ministério da Saúde, como forma de se garantir atendimento, equilíbrio econômico e financeiro e a preservação do valor real destinado à remuneração desses serviços — observando-se, claro, a disponibilidade orçamentária e financeira do Executivo.
SAI O IPCA
A emenda foi apresentada para evitar um veto indesejado do presidente da República ao projeto, que altera a Lei Orgânica da Saúde. Isto porque o texto original atrelava o reajuste dos preços pagos pelo SUS ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o que é vedado pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
“IMPRESCINDÍVEL”
Segundo o senador Veneziano, “o estabelecimento de reajustes regulares, e em patamares minimamente razoáveis, é uma medida imprescindível para a assegurar o bom funcionamento e conferir alguma previsibilidade econômica aos prestadores de serviços”. “Assim, será possível que gestores e trabalhadores possam se concentrar no que mais importa: cuidar de nossa população”, acrescentou o parlamentar.
BRASÍLIA
PARAIBANA ENTRE AS MULHERES MAIS PODEROSAS DO MUNDO
Hylda Cavalcanti
A paraibana Tarciana Medeiros, atual presidente do Banco do Brasil, foi eleita ontem (06/12) pela Revista Forbes uma das mulheres mais poderosas do mundo. No ranking deste ano da publicação norte-americana, Tarciana não apenas foi a única brasileira indicada como ficou na 24ª colocação da lista — que contabilizou 50 mulheres. Aparece na frente de nomes como a apresentadora e ativista norte-americana Oprah Winfrey e a igualmente ativista, empresária e artista Beyoncé. Além de diversas outras celebridades artísticas, executivas do mundo empresarial, ativistas de direitos humanos e ambientalistas.
A PRIMEIRA A PRESIDIR O BANCO DO BRASIL
A Forbes destacou o fato de Tarciana ter sido a primeira mulher a comandar o Banco do Brasil em 215 anos da instituição, que é a mais antiga do país e a segunda em toda a América Latina. Também ressaltou que sua atuação tem tido um foco importante para ações de combate às alterações climáticas, dentro do papel que os bancos têm em relação a essa questão ao redor do mundo.
ATUAÇÃO COMERCIAL E PÚBLICA
A lista, conforme a publicação, foi determinada por quatro métricas principais: dinheiro, mídia, impacto e esferas de influência. A hoje executiva, mas que é servidora pública do banco que preside, comemorou o reconhecimento e a importância que a indicação. “É uma alegria imensa poder ser reconhecida, poder inspirar outras mulheres, poder inspirar outras meninas, do que é possível quando temos oportunidades. Agradeço demais ao presidente Lula em me nomear e aos acionistas do banco que acreditam que é possível sim conciliar uma atuação comercial com uma atuação pública”, afirmou.
FEIRANTE E PROFESSORA
Natural de Campina Grande (PB), Tarciana tem 45 anos e iniciou a carreira profissional como feirante. Dez anos depois, foi professora e em 2000 chegou ao Banco do Brasil após ter sido aprovada em concurso. De 2019 até subir ao posto mais alto da instituição financeira, ela atuou como gerente executiva. Também ocupou cargos de gerência de relacionamento e negócios em unidades do Norte, do Nordeste e do Centro-Oeste, em especial Brasília. Ela é formada em administração de empresas com pós-graduação em marketing e liderança, inovação e gestão.
VENEZUELA X GUIANA
LULA DIZ QUE MERCOSUL NÃO PODE FICAR ALHEIO A ESTE CONFLITO
O presidente Lula afirmou na manhã de hoje que acompanha com "crescente preocupação" a situação em Essequibo, região da Guiana que é alvo de disputa com a Venezuela. A fala foi durante a abertura da 63ª edição da reunião de cúpula de chefes de Estado dos países do Mercosul – bloco formado por Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela –, no Rio de Janeiro. Segundo Lula, o grupo não pode ficar "alheio" à situação.
‘MERCOSUL COMO ZONA DE PAZ’
Também afirmou que o Itamaraty pode sediar quantas reuniões for necessário para mediar a questão. O presidente reforçou a posição do Mercosul como uma zona de paz e cooperação, e submeteu aos países integrantes do grupo uma minuta de declaração sobre o tema, acordada entre os chanceleres dos Estados participantes.
AMERICANOS EM EXÉRCICIOS MILITARES COM A GUIANA
As Forças Militares dos Estados Unidos conduzirão exercícios militares com as Forças de Defesa da Guiana (GDF, na sigla em inglês) na região do Essequiboa, anunciou hoje a embaixada dos EUA em Georgetown. Em um comunicado, o órgão diz se tratar de “operações de rotina” com o objetivo de aprimorar a parceria militar entre os dois países e “fortalecer a cooperação regional”.
MADURO QUER 70% DA GUIANA
Os exercícios são anunciados no momento em que as tensões em torno da região, reivindicada pela Venezuela e pela Guiana, crescem após os resultados do plebiscito venezuelano no domingo, 3, considerarem o Essequibo como parte de seu território. A região é rica em petróleo e corresponde a 70% da área da Guiana hoje.
GUERRA DE PROXIMIDADE
Na verdade, também a iniciativa bélica de Maduro, além do petróleo, abre uma nova frente de batalha para as forças americanas e britânicas, ligadas à OTAN, ocupando o tempo e gastos com armas que elas já têm com a Ucrânia e Israel, o que vem a favorecer a Rússia e China, revelam os especialistas. O que Maduro quer fazer é uma guerra proxy ou de proximidade, uma bucha de canhão para atender os mandantes russos e chineses.
COMANDO SUL DOS ESTADOS UNIDOS
As operações serão conduzidas pelo Comando Sul dos EUA, que possui acordos de cooperação militar com a GDF para “preparação de desastres, segurança aérea e marítima e combate a organizações criminosas transnacionais”. “Os EUA seguem comprometidos em ser um parceiro de segurança confiável para a Guiana”, informa o comunicado.
MERCADO
Coluna Diária
MACRON NÃO ESCUTA LULA
O presidente Lula disse hoje ter pedido ao chanceler alemão, Olaf Scholz, que conversasse com o presidente francês, Emmanuel Macron, para convencê-lo de fechar o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia (UE). No entanto, Lula indicou não ter tido retorno do alemão.
OLAF NÃO DÁ RETORNO
“Olaf Scholz disse que ia conversar com o Macron para ver se conseguia flexibilizar o coração do francês, mas ele não me deu retorno, então significa que ele não conseguiu”, disse Lula durante a Cúpula do Mercosul, no Rio de Janeiro. Para Lula, o presidente francês estaria sendo protecionista ao se opor ao acordo: “Conversei com o Macron, fiz um apelo ao Macron, um apelo para ele deixar de ser tão protecionista.”
PONTOS PENDENTES NO ACORDO
O acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia ainda tem pontos pendentes para o agronegócio, que precisam ser esclarecidos antes de uma eventual conclusão das negociações, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). “Ainda há pontos que precisam ser equacionados”, disse a diretora de relações internacionais da entidade, Sueme Mori.
SUBMISSÃO DO AGRO NACIONAL
O presidente da CNA, João Martins, foi mais duro e afirmou que as exigências feitas pela UE ao Mercosul evidenciam um desejo de que “sejamos submissos”. Para ele, os europeus têm adotado posições para “asfixiar” o agronegócio brasileiro.
COMPRAS DE NATAL EM LOJAS FÍSICAS
A tradição dos presentes de Natal deve levar mais de 132,9 milhões de brasileiros às compras neste ano. Entre os locais preferidos dos consumidores para adquirir os presentes, 76% são lojas físicas, com destaque para lojas de departamento (38%) e shoppings (31%). Entre os que vão comprar pela internet, 78% querem utilizar sites — principalmente os internacionais, como Shopee, Shein, Alibaba e Amazon. Os aplicativos devem ser buscados por 70% desses consumidores; já as vendas pelo Instagram, 19%.
PÁTRIA DOS ENDIVIDADOS
Ao menos 77% dos lares brasileiros têm pessoas com dívidas e 30% desse universo estão com alguma dívida atrasada. A parcela de pessoas que têm como fonte de dívida especialmente o cartão de crédito aumentou e a maior parte dos endividados têm consciência de que falhas no planejamento financeiro originaram os débitos em atraso. Mas o otimismo em relação à saída da inadimplência cresceu. Essas são algumas das conclusões do estudo “Raio X da Inadimplência Brasileira”, divulgado hoje pela MFM Tecnologia e o Instituto Locomotiva.
DÍVIDA CRESCENTE COM CARTÃO DE CRÉDITO
Segundo sobre a inadimplência do brasileiro, tem aumentado a parcela de pessoas que dizem ter como fonte principal de dívida o cartão de crédito. Essa fatia subiu de 49% em 2021 para 56% no ano passado e alcançou 60% em 2023.
ESQUECIDOS PODEM RECEBER ATÉ R$ 10
O Banco Central divulgou hoje que cerca de R$ 7,5 bilhões ainda estão disponíveis para resgate no Sistema de Valores a Receber (SVR). O sistema é um serviço do Banco Central no qual é possível consultar se pessoas físicas, inclusive falecidas, e empresas têm algum dinheiro esquecido em banco, consórcio ou outra instituição. Segundo o BC, desse total, estão disponíveis: R$ 6 bilhões para 40,6 milhões de CPFs e R$ 1,5 bilhão para 3 milhões de CNPJs. De acordo com a instituição, 62,98% dos resgastes devem ser de até R$ 10.
MACEIÓ AFUNDANDO
RENAN, AMIGO DA ODEBRECHT, QUER INSTALAR CPI DA BRASKEM
O senador Renan Calheiros (MDB-AL), um dos investigados pela Operação Lava Jato por suspeita de ter recebido propinas milionárias da Odebrecht, controladora da Braskem, coordena a articulação para a montagem da comissão e acredita que ela já poderia ser instalada na próxima semana. Sete cadeiras do colegiado — dentre as onze reservadas para membros titulares — já estariam ocupadas, segundo os líderes partidários.
BRASKEM E PETROBRAS SÓCIAS NA EXPLORAÇÃO DA SAL-GEMA
A Braskem, responsável pela mina que ameaça colapsar em Maceió, é controlada pela antiga Odebrecht — atual Novonor. A segunda maior posição acionária no negócio é da Petrobras. Os dados são públicos e estão no site da B3 — a Bolsa de Valores de São Paulo. De acordo com as informações da B3, pouco mais de 50% das ações ordinárias da Braskem — que dão direito a opinar sobre a condução do negócio — pertencem à NSP Investimentos SA, Holding da Odebrecht. A fatia da Petrobras é de 47% do total. O restante, quase 3%, é de sócios menores.
NÚMERO SUFICIENTE PARA CPI
O número é suficiente para instalação da comissão. A lista inicial é composta por Renan Calheiros (MDB-AL), Efraim Filho (União Brasil-PB), Omar Aziz (PSD-AM) e Cid Gomes (PDT-CE), além de Jorge Kajuru (PSB-GO), Eduardo Gomes (PL-TO) e Wellington Fagundes (PL-MT). Nem o PT de Jaques Wagner nem o PP de Arthur Lira decidiram seus representantes.
BRASÍLIA
MOVIMENTO “NÃO É NÃO” VAI VIRAR LEI NO BRASIL
Hylda Cavalcanti
O movimento “Não é Não” está prestes a se transformar, definitivamente, em lei. A Câmara dos Deputados aprovou em caráter conclusivo projeto que cria o protocolo com o mesmo nome, de forma a prevenir qualquer tipo de constrangimento, assédio e violência contra mulheres em shows e casas noturnas. A proposta só não inclui eventos em locais de natureza religiosa. Segue, agora, para sanção presidencial.
SEM INSISTÊNCIA
A matéria define constrangimento como uma insistência, seja física ou verbal, sofrida pela mulher depois de manifestar discordância com a interação. Já a violência é entendida como o uso da força, resultando em lesão, morte e dano psicológico.
PROVIDÊNCIAS
Nos casos em que a mulher for constrangida, a nova legislação vai estabelecer que os estabelecimentos sejam obrigados a adotar ações que julgarem cabíveis para “preservar a dignidade e a integridade física e psicológica da vítima”. Além disso, os funcionários também terão de retirar o responsável pelo constrangimento contra a mulher do local.
CÂMERAS
No caso de a mulher ser vítima de violência e o local for monitorado por câmeras de segurança, deverá ser garantido o acesso às imagens pela Polícia Civil e pela perícia oficial, e tais imagens serão obrigadas a serem preservadas por um mínimo de 30 dias.
DECISÃO DA VÍTIMA
Além disso, caberá às mulheres definirem se sofreram constrangimento ou violência. E se uma vítima decidir deixar o local, ela deverá ser acompanhada até o transporte. A proposta também cria o selo “Não é não– Mulheres seguras", que será concedido pelo poder público a estabelecimentos que seguirem o protocolo. Os locais que obtiverem essa certificação serão classificados como seguros para mulheres.
Diversidade Religiosa
Coluna Semanal
O DIA DE IEMANJÁ
Amanhã, 8 de dezembro, comemora-se o dia de Iemanjá, certo? Na Paraíba, sim, é certo. Mas, mesmo na Paraíba, há quem siga o calendário majoritário nas religiões afro do Brasil: 2 de fevereiro. Por que será que a Paraíba tem esta particularidade? Quem visitar a capital João Pessoa no dia de amanhã, vai encontrar uma festa imensa para Iemanjá na Praia do Cabo Branco. Ao mesmo tempo, encontrará os festejos católicos de Nossa Senhora da Conceição. Ou seja, um dia de hibridismo ou sincretismo religioso!
A LEI DE 1966
Foi o governador Agripino Maia que, em 6 de novembro de 1966, em plena Ditadura Militar, promulgou a lei que a Assembleia Legislativa havia aprovado e que, na prática, impedia a polícia de entrar nos Terreiros de Candomblé, Umbanda e Jurema Sagrada sem autorização judicial. Nascia ali o primeiro avanço legislativo da Diversidade Religiosa na Paraíba. O Povo de Santo entrou em festa logo após a promulgação! Consideramos, aliás, que esta data deveria ser consagrada oficialmente como o Dia da Diversidade Religiosa no Estado.
“OBRIGADO, GOVERNADOR!”
Em agradecimento, parte significativa dos terreiros adotou até uma canção onde se faz o agradecimento ao governador Maia. Após a promulgação, logo viria o dia de Nossa Senhora da Conceição, que é uma das entidades cristãs hibridizadas com Iemanjá. Os terreiros resolveram participar da festa ao seu modo. Nascia o Dia de Iemanjá. A Paraíba respirava os ares da modernidade contemporânea pela primeira vez no ambiente das religiões. O sertanejo Agripino Maia ficou mal visto por setores conservadores e fundamentalistas da capital, até hoje saudosos das senzalas e dos capitães-do-mato... Foi ele, inclusive, que determinou a colocação da estátua de Iemanjá na praia do Cabo Branco diante da própria casa à época.
DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO
DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO Também no contexto católico, os anos 60 do século 20 trouxeram para João Pessoa o olhar generoso de Dom José Maria Pires, primeiro bispo preto da Parahyba. Talvez tenha sido o período mais intenso de avanços da liberdade religiosa no Estado até hoje. Independentemente desta singularidade paraibana, a interseção entre as narrativas míticas de Maria e de Iemanjá é um patrimônio histórico-cultural do povo brasileiro a ser preservado e defendido. Aliás, já passa da hora de relocar e recuperar a estátua de Iemanjá na praia do Cabo Branco! Alô, autoridades!
O AUTOR
*Carlos André Cavalcanti é Pós-doutor em Ciências da Religião e professor da UFPB
JOSUÉ SENA
O poeta togado tá com a gente.
LEVITACÃO DOS SONHOS Falcão notívago,/ então é isso,/ Poesia é levitação nos sonhos./ É com a magia compromisso,/ De iaras e alienígenas bisonhos./ Relógios de Dali derretem/ Para que o tempo não passe,/ Taumaturgos prometem_ A contemplação da Divina Face./ Afrodite nasce da oceânica espuma,_ Um anjo impede o sacrifício de Abraão,/ Enquanto outro plange a lira/ E Ney Matogrosso rodopia no vira, vira./ Peço ajuda./ Alguém o modo assuma/ Do verso no aceno,/ no abraço e na oração.
VALÉRIA BARBALHO
O POETA E A ESTILISTA
No mês passado, quando homenageei meu avô com o artigo "O poeta e o alfaiate", pensei em homenagear, também, minha tia. Afinal, a série que me lembrou seu João Barbalho, na realidade mostra a história de um grande estilista em Istambul. E minha tia, Nícia Barbalho, foi uma grande estilista do País de Caruaru. Herdou do meu avô o dom do corte e costura. Só hoje, um mês depois, tive tempo para mandar esse texto sobre "Tia Nena" para o Agora é Findi. Escrevi esse artigo em 2011, quando ela se encantou e foi brilhar em outros planos.
UMA GRIFE DE TIA
Na madrugada do dia 2 de dezembro de 2009, o céuzinho de Caruaru ganhou mais uma moradora ilustre: Ni?cia Barbalho, minha tia. Nena, como a chamávamos, era o seu apelido desde criança, dado pelo meu pai, Nelson, seu irmão mais velho. Primeira estilista do País de Caruaru, ditou moda na cidade, nas décadas de 50/60. Fazia alta costura, suas criações, principalmente os deslumbrantes vestidos de noiva, eram famosos. Naquela época, casar-se usando, na cerimônia, a grife Ni?cia, era o sonho de toda mulher chique da Capital do Agreste. Vestir uma das suas belas roupas, com caimento perfeito, era sinal de elegância.
TALENTO
Desenhava, em poucos minutos, com lápis grafite sobre uma folha de papel branco, modelos exclusivos para cada cliente, nunca se repetia. Todo ano organizava a lista das dez mais elegantes da cidade e promovia um desfile de moda, onde jovens da sociedade local, mostravam suas últimas coleções. Um sucesso! Graças a sua arte, a Capital do Forro? passou a figurar no circuito da moda pernambucana, sua marca ficou conhecida em todo o Estado e até? fora dele. Incentivada pelo seu grande amigo, o figurinista Marci?lio Campos, mudou-se para o Recife, em 68, sempre fazendo alta costura, e instalou seu ateliê/casa, no bairro da Encruzilhada.
PIONEIRA
Vaidosa, não revelava sua idade. Independente financeiramente, desde muito jovem, graças ao seu trabalho, e dona do próprio nariz, não se casou: “O único homem a quem obedeci foi meu pai! Nunca quis me sujeitar a ninguém mandando em mim, nem jamais deixaria de trabalhar, ganhar meu dinheiro e ficar dependendo de marido!” Não teve filhos, adotou os sobrinhos como seus. Coruja, dedicava enorme carinho e atenção a todos. Católica praticante, na?o perdia a missa aos domingos, a bênção de São Félix na Igreja da Penha, e, devota de Santo Antônio, pertencia a sua Irmandade.
ESTILO
Só andava nos trinques, tinha estilo! Alto astral, adorava viajar, ir para festas, dançar! Tinha um ciclo de amizades imenso, de longas datas. Amiga fiel, nos finais de semana, dirigindo seu fusquinha, rodava quilômetros, só? para visita?-los. Quando eu era pequena, adorava ve?-la trabalhando. Lembro-me quando ela pegava um simples pedaço de tecido, e, com a tesoura, pra la? e pra ca?, cortava todinho. Depois, alfinetava tudo, num manequim de veludo verde, sem braços e com uma perna de ferro, que existia no seu quarto/atelier, na casa do meu avo?. Bem rápida, pegava os alfinetes de uma almofadinha presa em seu punho, feito pulseira e, quando eu via, ja? estava montado um vestido. Era mágico, eu ficava encantada sem entender como ela fazia aquilo!
SONHO GUARDADO
E o seu armário? Era um sonho! Além de dezenas de lindas roupas e muitos adereços, havia caixas e mais caixas com vidrilhos coloridos, canutilhos, paetês, fitas, galões, rendas, cortes de sedas, cetins, brocados, linhas de todas as cores. Um verdadeiro bazar. Todo aquele material era usado nas suas criações. Eu nem sabia o que significava. Estilista, mas me orgulhava quando a via receber prêmios por isso e sua foto aparecia nos jornais e revistas. Pensava: como minha tia e? importante! E era!
IRMÃ E FÃ
Fa? do meu pai, ficava toda ancha quando ele lançava um livro e lhe dava um exemplar com dedicatória especial. Orgulhosa, mostrava a todo mundo: “Veja que maravilha o novo livro do meu irmão!” Mas, apesar do amor e admiração mútuos, a?s vezes, se desentendiam. Ela na?o se conformava com o estilo despojado do mano, que na?o se importava com o vestuário, e queria modifica?-lo. Insistia para ele usar roupas elegantes. Meu pai ignorava as sugestões. Certa vez ao retornar de uma viagem, incomodada com o fato dele so? usar o dinheiro solto, no bolso da calça, trouxe-lhe de presente, uma carteira de couro, de uma marca famosa. Quando ele abriu o pacote: “Pra que danado eu quero isso? / Pra usar! / Pois pode levar de volta que eu na?o vou usar isso na?o! Deixe meu dinheirinho aqui, no meu bolso, do jeito que eu gosto! / Mas Nelson, eu comprei essa carteira, caríssima, em Nova York! / E eu com isso?” / Ela, ainda tentando convence?-lo: “Mas você? e? um escritor importante, irmão de uma estilista famosa! Não fica bem andar por ai? feito um matuto da feira! / Estou muito bem assim, e muito velho pra mudar” e, devolvendo o objeto da discórdia: “Tome, fique com seu grã-finismo e me deixe com minha matutice!”
PAZ NA TERRA
Minha mãe, para apaziguar, ofereceu um cafezinho. Deu certo, mudaram de assunto. Quando foi para casa (vizinha) ela deixou o presente em cima da mesa. Ele usou a carteira sim, mas como cofre, trancada na gaveta do seu biro?, guardando o dinheiro reserva. No dia seguinte, comec?ou tudo de novo: troque esse chinelo horroroso; use umas camisas alinhadas... Foi assim, a vida toda.
VESTINDO ANJOS
Hoje imagino Nena, no céuzinho de Caruaru, pedindo a bênção ao meu avo? Joa?o e a minha avo? Toinha; conversando com tia Judite, sua irma?, e A?ngela, minha prima, dando notícias da família; ouvindo concertos de piano, a quatro ma?os, de Djanira e Te?te, (também irmãs); aperreando o juízo do meu pai, querendo que ele vire grã-fino e desenhando divinos vestidos para noivas celestiais. Penso em Sa?o Pedro que, se deixar, vai ter que renovar o guarda-roupa dos santos e dos anjos. Não duvido, ela vai sugerir também, que ele mude o modelo do seu manto, a cor da faixa, troque as sandálias, apare a barba... afinal, ele e? o famoso "Chaveiro do Ce?u" e tem que andar elegante, com a grife Ni?cia Barbalho.
ADEILDO NUNES
O jurista poeta tá com a gente.
A PARTIDA DE SEBASTIÃO A viola tristonha está de luto/ A saudade matou Sebastião / Um poeta de enorme inspiração / O maior cantador do seu reduto/ Os seus versos glosados por matuto/ Pelos ricos, por pobres, noite e dia/ Faz da vida uma eterna nostalgia/ E o sertão em soluço se esmaga/ Quando morre um poeta se apaga/ Uma estrela no céu da poesia.
NR
Homenagem ao grande poeta Sebastião Dias, encantado esta semana.
FÁBIO VICTOR
Está com a gente. Ele ganhou o prêmio Jabuti da CBL pelo livro “O poder camuflado – os militares e a política”
PESQUISA DE FÔLEGO Com grande fôlego narrativo e acesso a amplo repertório de fontes inéditas, Fabio Victor reconstitui a atuação política dos militares desde a reabertura democrática até o Brasil de Bolsonaro, informa a editora Companhia das Letras a respeito do ganhador do Prêmio Jabuti 2023 na categoria Biografia e reportagem.
ONDA FARDADA DEPOIS DE 2018
As eleições de 2018 assistiram a uma crescente onda fardada: quase mil candidatos de diferentes patentes se lançaram ao pleito eleitoral, e 73 deles se elegeram aos parlamentos nacionais e estaduais. Desde então, graças à aliança entre o chefe do Executivo e representantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, a politização da caserna e a militarização da Esplanada deram-se em escala impressionante. Em precedente perigoso, oficiais exerceram cargos públicos enquanto ainda estavam na ativa, confundindo sua carreira de Estado com as funções no governo.
PRESENTE A QUESTÃO MILITAR
Passando pelos governos de Sarney, Collor, Itamar, FHC, Lula, Dilma, Temer até a ascensão de Bolsonaro, este livro urgente mostra como a questão militar ainda representa um dos maiores desafios para o equilíbrio das instituições em nossa sociedade.
ESTREANTE EDITADO PELA CEPE
Outra novidade da premiação em 2023 foi a nova categoria, Escritor Estreante, voltada ao escritor ou escritora que tenha publicado sua primeira obra em língua portuguesa no Brasi. Neste ano o vencedor foi o paulista Paulo Fehlauer, com a obra “Extremo Oeste”, publicado pela editora Cepe que lhe deu o prêmio em 2022 como melhor romance.
CARLOS BEZERRA CAVALCANTI
O historiador do IAHGP tá com a gente.
RECIFE DE ANTIGAMENTE - BECO DO VERAS Liga a Praça Maciel Pinheiro à Rua Velha
CLARICE LISPECTOR
Na esquina desse Beco, com a Praça Maciel Pinheiro veio morar a futura e consagrada escritora, Clarice Lispector.
UCRANIANA
Nascida na Ucrânia, em 1920, e falecida no Rio de Janeiro, em 1977 foi considerada a maior escritora do seu tempo.
VERAS
O nome desse pequeno logradouro, que remonta aos idos da Vila do Recife, faz alusão ao seu primitivo morador Joaquim José Veras.
GUETOS
Em seus arredores vieram residir vários judeus fugidos do Velho Mundo por perseguição religiosa, encontrando-se entre eles os pais de Clarice, que formaram os primeiros Guetos do Recife.
ÂNGELA SIMÕES DE FARIAS
A pós-poeta das sínteses tá com a gente.
Tempestade já era./ Chuva carregada?/ Dosada./ O amor, antes, distante./ Aqui, constante./ Mistério?/ … bem distante/ Ela afasta trovão./ No mar…. / um novo clarão.
ROMERO FALCÃO
CINCO MINUTOS DE ATENÇÃO
É dezembro, atravesso movimentada avenida recifense. O sol se despede do horizonte, mas os raios do Natal permanecem iluminando a cidade. Uma lâmpada fraca clareia a carrocinha de comida. O ambulante embala o cachorro quente pra janta da moça que paga com olhos alegres de décimo terceiro salário. Nesse trecho, as árvores carecem de enfeite natalino, talvez por serem centenárias? O etarismo aqui também marca presença? Ou não é nada disso, já que o olhar crítico excessivo pode cegar o cronista. Realmente, não dá pra acender tudo que é pé de pau.
A BARATA DE KAFKA
Mais na frente, piso na calçada de um shopping. Vejo um homem deitado, nu de cintura pra cima, barbudo, sujo, empoeirado, bermuda encardida, cor indefinível, magro da cabeça aos pés, com exceção da barriga gorda e flácida. Terrivelmente evitado, rejeitado, como Gregor Samsa, o inseto personagem de Kafka, para os corações natalinos ávidos por presente. Numa das pernas da criatura jogada em sono de pedra, a pulseira eletrônica, na altura do tornozelo, também reclama cinco minutos de atenção. Finjo refletir sobre o caótico Sistema Penitenciário. Na verdade, como bom cristão, dou de ombros. O aniversariante do mês—o Cristo—clama cinco minutos de atenção. Avanço alguns metros, cruzo a porta do templo do consumo. O piso brilha mais que cusparada de bêbado. As vitrines se valem de todo apelo para fisgar o cliente. O luxo da luz do Natal ofusca a humildade do menino Deus.
A MOÇA DO CARTÃO DE CRÉDITO
Olhar perdido, me perco pelos corredores cheirando à roupa nova. Ando em círculo, até que três moças me cercam, uma delas diz em bom tom: “Cinco minutos da sua atenção, vamos fazer o cartão, senhor! Não adianta explicar que quero me livrar do dinheiro de plástico, elas insistem, atacam em bando como leões. Oferecem mil vantagens, sem anuidade, sem ficha corrida. Penso em correr, nem precisa, logo descartam a presa imprestável. Meus pés pedem a escada rolante, a pisada de criança jamais esqueceu da primeira vez na Viana Leal—primeira loja do Recife a ter escada que nos levava pra cima e pra baixo sem levantar os calcanhares. Noves fora a nostalgia, navego na tecnologia do celular, este não exige cinco minutos de atenção, pois me toma por completo até a próxima encarnação.
O SAPATINHO DE BEBÊ
Antes de deixar o shopping, bato com a vista numa loja para recém-nascidos. Um sapatinho de bebê me solicita cinco minutos de atenção. De súbito, faço conexão literária com o Nobel de Literatura, Ernest Hemingway, que escreveu um Conto que começa e termina assim: “Vende-se sapatinhos de bebês, nunca usados”. E termino esta crônica pegando o gancho do touro erudito. Atenção, atenção, cinco minutos da sua atenção, leitor. No natalício do redentor, procura-se o bebê Jesus, nunca comercializado.
FLÁVIO CHAVES
O poeta de todas as emoções está com a gente.
A NOITE DOS CREPÚSCULOS Uma noite mágica e cheia de emoção marcou o lançamento de “O Guardador de Crepúsculos”, na minha amada Carpina. O meu livro é mais que palavras. É a materialização de sonhos e histórias entrelaçadas.
EMOÇÃO NO AR
A atmosfera estava impregnada de nostalgia e promessas de novos horizontes. Velhas amizades se entrelaçaram com novos laços, dando um significado ainda mais profundo a essa jornada literária. A presença calorosa da solidariedade participativa das pessoas tornou essa noite inesquecível, repleta de sorrisos, abraços fraternos e a certeza de que o caminho à frente é iluminado.
CARPINA, TERRA AMADA
Carpina, minha amada terra natal, revelou-se como o cenário perfeito para esse capítulo inaugural. Mais do que um local geográfico, Carpina é o pulsar das minhas raízes, o solo fértil onde brota a história que agora ganha páginas impressas. A conexão com meus conterrâneos foi intensa, um vínculo que ressoa com o amor pela nossa Terra do Planalto.
SONHOS SALVOS
Victor Hugo, com sua sabedoria, nos lembra que “nada é tão poderoso no mundo como uma ideia cuja hora chegou.” Assim, deixo-me levar por esse novo tempo, guiado pelo amor e pela certeza de que salvar sonhos é também salvar vidas. Carpina e eu, uma história que remonta a tempos longos, vivemos um dentro do outro, um vínculo indissolúvel.
CAMINHAR
Caminhamos de mãos dadas, rumo a um futuro que se deseja a cada passo. Afinal, como diz o ditado, “a vida se faz caminhar.” A felicidade é meu nome, gravada nas páginas desse livro e nos corações que se uniram a essa celebração. Vamos adiante, juntos, pois é assim que os sonhos se realizam e as histórias se escrevem.
WALMIR CHAGAS
O Véio Mangaba tá com a gente.
VÉIO MANGABA PARA OS ÍNTIMOS Especial de natal O título sugere um evento com um personagem central chamado "Véio Mangaba", que, para os íntimos, oferece uma experiência única e descontraída. O fato de ser uma performance de Natal adiciona um toque festivo, e a menção de elementos do universo do circo mambembe, pastoril e comédia livre sugere uma abordagem eclética e vibrante.
VIVA O CORDÃO...
O repertório típico do circo mambembe pode incluir uma variedade de habilidades, como piadas, historietas, críticas e performances teatrais. O pastoril profano é uma tradição cultural nordestina que muitas vezes envolve músicas, danças e encenações teatrais relacionadas a temas sociais, religiosos ou não, urbanos e rurais. A comédia livre, por sua vez, indica que o espetáculo provavelmente não se limita a uma abordagem tradicional, permitindo espaço para improvisação e interação com o público.
COMO O POVO GOSTA
A celebração do Natal à moda autêntica popular e espontânea da cultura brasileira sugere uma conexão com as tradições e costumes locais, proporcionando uma experiência única e autêntica. Música, causos (histórias) e reflexões picarescas podem adicionar camadas de entretenimento e profundidade à apresentação, oferecendo uma mistura de diversão e reflexão.
PARA OS ÍNTIMOS
Shows que abordam a cultura popular de maneira autêntica têm o poder de criar uma experiência envolvente e memorável para o público, conectando-se com as raízes culturais de uma maneira única. Se possível, assistir a uma apresentação na rua ao vivo ou obter mais informações sobre o criador e o contexto por trás do espetáculo pode enriquecer ainda mais a compreensão e apreciação do "Véio Mangaba para os íntimos".
MALUDE MACIEL
A poeta do amor tá com a gente.
SOLIDÃO PASSAGEIRA Às vezes a gente fica só/ Uma solidão passageira/ Mas, é tão bom!/ Bom, porque se faz o que quer/ Bom, porque não há cobrança/ Bom, porque não tem horário/ Bom, porque há espaço e intensidade/ Bom, porque se experimenta um pouco de liberdade/ E, ter liberdade é tão bom.
IVAN FERRAZ
O cara que é a cara do forró tá com a gente.
Bem, minha gente. Tá entrando na rotina, no coração, na alma forrozeira. Todo sábado à tarde estou no Espaço Cultural Sanfona Forrozeira. Ali, na Cidade Universitaria, Recife, PE. Av Luiz Freire, 600. Ao lado do IFPE. Tem estacionamento grátis. E mesas idem. O Couvert custa R$ 20,00. Muito barato, quase nada. Isso para forrozar com Cristina Amaral, linda e maravilhosa. E com Genildo Souza e banda, Cidinha do Acordeon, Manoelzinho de Bonito e o locutor que vos fala, cantando nossos sucessos e os clássicos do Forró. Espero vocês.
NELSON NUNES FARIAS
O poeta que é Rei tá com a gente.
O LUGAR QUE A GENTE MORA - Letra de Nelson Nunes Farias; - Música de Alexandre Pé de Serra; - Intérprete: Alexandre Pé de Serra; - Arranjos de Claudinho de Monteiro; - Áudio Brasil Estúdio.
XICO BIZERRA
O mais poeta dos cronistas está com a gente.
NO CABARÉ DE MALU SANTINHA Na última casa do lado direito da ponta da rua, no cabaré de Malu, a menos Santinha do lugar, a puta mais recente ali chegada parecia segurar um arco-íris junto ao colo. Tanto era o brilho de esperança no olhar verde daquela quase menina que cores várias sugeriam refletir-se em seu rostinho pálido, nem por isso menos gracioso. Recém-chegada das brenhas de um sertão distante, coxas fartas, generosas ancas, Iaiazinha viera em busca da vida que em seu lugarejo não havia. Encontrou tropeiros, coronéis e fazendeiros bêbados e sedentos do fugaz amor de uma menina-moça, corpo frágil, cabecinha de vento, que sonhava e se encantava com sonhos vãos, príncipes que não existiam e juras nunca cumpridas.
FALSOS SORRISOS
Homens vários vinham e iam, uns prometendo voltar, com um falso sorriso no canto daj boca. Outros, apenas diziam adeus. Até que o tempo transformou a jovem menina em mulher feita, sem sonhos, sem esperança, sem nada. Já não despertava o interesse da clientela. A pequena Iaiá pensou em voltar aos confins do seu sertão distante. Não voltou. Continuou na última casa do lado direito da ponta da rua, no cabaré de Malu Santinha. Apenas não mais segurava um arco-íris junto ao colo. Homens vários vinham e iam, uns prometendo voltar, com um falso sorriso no canto daj boca. Outros, apenas diziam adeus. Até que o tempo transformou a jovem menina em mulher feita, sem sonhos, sem esperança, sem nada. Já não despertava o interesse da clientela. A pequena Iaiá pensou em voltar aos confins do seu sertão distante. Não voltou. Continuou na última casa do lado direito da ponta da rua, no cabaré de Malu Santinha. Apenas não mais segurava um arco-íris junto ao colo.
JURAS MENTIROSAS
A tarefa agora era cumprida por putas mais recentes, meninas impregnadas de esperança tal qual a Iaiazinha que um dia encantou tropeiros, coronéis e fazendeiros, com todas as luzes aconchegadas junto a si. Hoje, ela já não ouve juras mentirosas tampouco acredita em raros e falsos sorrisos, em vãs promessas. Iaiazinha não mais carrega um arco-íris no colo e sequer sonha mais.
NOTA:
Tanto Malu Santinha quanto Iaiazinha são nomes oriundos da imaginação do autor, pura ficção. Desnecessário dizer, pois, que qualquer semelhança com a vida verdadeira deverá ser considerada mera coincidência.
AGORA É FINDI - Coluna Semanal - JOSUÉ SENA O poeta togado tá com a gente.
LEVITACÃO DOS SONHOS
Falcão notívago,/ então é isso,/
Poesia é levitação nos sonhos./
É com a magia compromisso,/
De iaras e alienígenas bisonhos./
Relógios de Dali derretem/
Para que o tempo não passe,/
Taumaturgos prometem_
A contemplação da Divina Face./
Afrodite nasce da oceânica espuma,_
Um anjo impede o sacrifício de Abraão,/
Enquanto outro plange a lira/
E Ney Matogrosso rodopia no vira, vira./
Peço ajuda./ Alguém o modo assuma/
Do verso no aceno,/
no abraço e na oração.
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