Edição de N° 911

BRASIL

Sexta-feria, 16 de Fevereiro de 2024
Edição de N° 911

Devo, não nego...

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O regime cubano manifestou ao governo Lula a intenção de quitar a dívida que tem com o Brasil, mas disse que não pode pagar em curto prazo. O débito de Cuba alcançou US$ 671,7 milhões no fim do ano e estavam garantidos por charutos. O governo brasileiro ainda não respondeu. Leia mais Lula na Etiópia.

NOSSO TIME
Diretor Geral: José Nivaldo Junior. Dir. de Redação: Antônio Magalhães. Editora Nacional: Hylda Cavalcanti. Editor Regional NE: Severino Lopes .
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Bondes fazem parte do passado das cidades brasileiras

Vistos em funcionamento em algumas capitais europeias, os bondes sobre trilhos remetem a um passado distante no Brasil, quando na década de 1950 foram retirados definitivamente da paisagem urbana nacional. O historiador Carlos Bezerra Cavalcanti escreve sobre o tema na coluna Agora é Findi.

EM PRIMEIRA MÃO

Coluna Diária

Bolsonaro dispensa vaquinha

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O ex-presidente Jair Bolsonaro pediu a aliados e parlamentares bolsonaristas que não contribuam com campanhas de arrecadação de dinheiro que tenham como objetivo financiar o ato marcado para o próximo dia 25 na Avenida Paulista, em São Paulo. Em mensagem encaminhada a deputados, Bolsonaro diz que a organização da manifestação “não precisa de recursos”. Tudo vai ser pago pelo pastor Silas Malafaia.

Nada de verba pública

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O Partido Liberal (PL) de Bolsonaro também alertou que os parlamentares que forem ao ato em São Paulo não usem verbas públicas de qualquer espécie. As viagens e deslocamentos não devem ser custeados nem com recursos do fundo partidário, nem com verbas de gabinete.

ONU reconhece inciativa da Prefeitura do Recife

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Diretamente da sala do Conselho de Segurança da ONU, o prefeito do Recife, João Campos (PSB), agradeceu o recebimento do mais alto prêmio de política pública da ONU. Nesta sexta (16/02), o gestor se disse grato pelo destaque do Compaz em nível internacional – o Centro Comunitário da Paz foi contemplado com a comenda.

Curso superior financiado 100%

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O Ministério da Educação (MEC) anunciou hoje o lançamento do Fies Social, que dará condições especiais de financiamento para alunos de baixa renda estudarem em faculdades particulares. A partir do segundo semestre de 2024, os cadastrados no CadÚnico que tenham renda familiar per capita de até meio salário mínimo poderão pagar 100% dos gastos com a universidade só depois da formatura.

Etiópia

Lula participa de encontros com chefes de estado africanos

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O primeiro dia de compromissos oficiais do presidente Lula na Etiópia, nesta sexta-feira (16/02) foi marcado por um encontro com o primeiro-ministro Abiy Ahmed, seguido de uma série de cancelamentos de última hora. Segundo a Folha de São Paulo, Lula teria três reuniões bilaterais e a participação em um evento da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês). Todas foram canceladas sob justificativas de atrasos em voos e convocações para reuniões de emergência.

Premiê etíope fomenta guerra

O único evento de grande relevância do dia, portanto, foi o encontro com o premiê etíope, ganhador do prêmio Nobel da Paz em 2019, hoje criticado por levar adiante uma guerra contra rebeldes de seu país. O presidente chegou à sede do governo pouco antes das 11h, no horário local (5h em Brasília). Foi recebido com as cerimônias destinadas a chefes de Estado e depois se reuniu com Ahmed, por quem também foi convidado para um almoço.

Batalha de Ádua

Antes de seguir para a sede do governo, Lula foi até o memorial da Batalha de Ádua, confronto no final do século 19 entre Etiópia e Itália, onde as forças etíopes derrotaram completamente os invasores italianos, marcando a primeira vitória africana contra uma potência europeia e preservando a independência etíope. O presidente brasileiro depositou flores e depois visitou o museu do memorial.

Com os líderes

A tarde desta sexta seria toda destinada a encontros com líderes africanos. Estavam previstas inicialmente uma reunião com o presidente da Nigéria, Bola Tinubu, que acabou não confirmando participação; com o presidente do Quênia, William Ruto, que alegou atraso em seu voo; e com o presidente do Banco Africano de Desenvolvimento, Akinwumi Adesina, que se atrasou por estar em outro encontro.

Clima e alimentos

No fim da tarde, Lula seria um dos chefes de governo a discursar em um evento da FAO sobre financiamento climático para a agricultura e segurança alimentar. No entanto, vários presidentes de países africanos foram convocados para uma reunião de emergência na União Africana, para discutir a escalada do conflito na região leste da República Democrática do Congo.

Agenda do sábado

Neste sábado, Lula vai participar da cúpula anual da União Africana, também em Adis Abeba. O brasileiro deve discursar e tem uma série de reuniões bilaterais agendadas com chefes de Estado africanos. O presidente vai tratar com outros líderes sobre cooperação, comércio, desenvolvimento e, novamente, tentar angariar apoio internacional para a reforma do sistema internacional de governança.

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Oposição massacrada na Rússia

Biden acusa Putin pela morte de oposicionista na prisão

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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse hoje que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, é responsável pela morte de Alexei Navalny. “Não se engane: Putin é responsável pela morte de Navalny. Putin não visa apenas cidadãos de outros países, como vimos no que está acontecendo na Ucrânia neste momento, ele também inflige crimes terríveis ao seu próprio povo”, destacou Biden.

Voz poderosa em defesa da verdade

“Ele [Navalny] enfrentou corajosamente a corrupção, a violência e todas as coisas ruins que o governo Putin estava fazendo. Mesmo na prisão, ele foi uma voz poderosa em defesa da verdade”, afirmou Biden na Casa Branca.

Morte em colônia penal no Ártico

O presidente norte-americano também apontou que “não está surpreso”, mas “indignado” após os relatos da morte de Alexei Navalny. A Casa Branca busca mais informações sobre a morte de Navalny, que teria acontecido em uma colônia penal russa ao norte do Círculo Polar Ártico, para onde foi levado há menos de dois meses.

Ato do dia 25

Malafaia vai gastar R$ 80 mil em manifestação pró-Bolsonaro

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Com um custo de R$ 80 mil, o ato em 25 de fevereiro, na avenida Paulista que receberá o discurso de defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro terá o aluguel do trio elétrico ‘demolidor’, um dos maiores do país. Mas mesmo grande, o veículo terá acesso limitado a 80 autoridades no palanque, o que fez com que os organizadores decidissem impor um veto a prefeitos, vereadores e candidatos.

Presença de governadores

Está confirmada até agora presença dos governadores Tarcísio de Freitas (SP) e Ronaldo Caiado (GO). A exceção é para Ricardo Nunes (MDB), que foi o primeiro a receber, enquanto prefeito de São Paulo, o comunicado para o ato. Nenhum convite, no entanto, foi enviado a nenhuma autoridade, conforme confirmou à CNN o pastor Silas Malafaia. O público rezará uma oração comandada pela ex-primeira dama Michelle Bolsonaro.

Discursos moderados

Com discursos mais moderados, de acordo com fontes ouvidas pela CNN, o ato terá apenas um trio atravessado na avenida, para que o ex-presidente possa discursar para os dois lados sem que a atenção seja dispersada. Interlocutores que participaram da reunião para organizar a manifestação ao lado de Bolsonaro, em Brasília, dizem que ele garantiu não mencionar Alexandre de Moraes.

MERCADO

Coluna Diária

Antônio Magalhães
Autor

Passagens de ida e volta: governo e empresas

As passagens aéreas oferecidas por R$ 200 pelo programa governamental Voa Brasil estão condicionadas um acerto entre empresas e governo federal. As empresas só oferecem adesão ao programa se tiverem mais opções de crédito do que têm hoje. E o governo está disposto a ajudar, já que os recursos não vêm do Tesouro, o que impactaria as contas de 2024 e a meta do suposto déficit zero.

Não viajam maior parte dos aposentados

Classe média aposentada pelo regime geral do INSS, com benefícios acima de dois salários mínimos, vai estar fora do Voa Brasil. Poderão participar do programa 800 mil estudantes do ProUni e 20,8 milhões de aposentados do INSS que recebem até dois salários mínimos. As outras etapas dependem do resultado da primeira e podem incluir estudantes do Fies, por exemplo

Pernambucano quebra paradigma do Bradesco

A mudança de gestão do Bradesco, anunciada no fim do ano passado, pelo novo presidente, o pernambucano Marcelo Noronha, ainda não foi totalmente comprada pelo mercado financeiro. Aos poucos, o executivo vai dando notícias do que pretende fazer na instituição financeira que conta com 71 milhões de clientes, 85 mil funcionários e que, no ano passado, lucrou R$ 16,1 bilhões – apesar de robusto, o número é 21, 2% menor do que o apresentado em 2022.

Carreira aberta

Uma das medidas que ainda não tinham sido anunciadas e que Noronha revelou ao site “É Negócio” é o fim da hegemonia da carreira fechada. Trata-se de uma quebra de paradigma dentro da instituição financeira da Cidade de Deus. “Já mudou. Na hora que senti na cadeira”, diz Noronha, que teve sua formação anterior em bancos diferentes, inclusive o Banorte de Pernambuco.

Formação de quadros

O Bradesco sempre foi conhecido por contratar seus profissionais e formar os níveis hierárquicos mais baixos até levá-los ao alto escalonamento. Ao mesmo tempo que criou uma cultura forte, isso fez com que o banco perdesse a chance de trazer novos talentos e olhares de fora da organização, conclui Noronha.

Haddad pede ajuda aos bancos

Na manhã de hoje, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, esteve na sede da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em São Paulo, para pedir apoio da entidade e dos bancos para viabilizar oito projetos de lei que estão em tramitação no Congresso Nacional e que impactarão no mercado de capitais e de crédito no país. Não seria melhor o ministro se dirigir diretamente aos parlamentares? Mas, não, ele preferiu os financiadores de campanhas.

Agilizar no Congresso

“Viemos pedir o apoio da Febraban porque terá um impacto muito favorável no mercado de crédito e de capitais no Brasil”, falou o ministro a jornalistas, após participar da reunião. “Alguns [projetos] estão aguardando relator há mais de um ano. Precisam ser relatores tecnicamente qualificados porque são temas sensíveis”, acrescentou.

Projetos parados

Os projetos de lei que foram apresentados pelo ministro para que recebam apoio da Febraban são o de resolução bancária (PL 281/19), o de ressarcimento a investidores (PL 2.925/23), o de infraestrutura do mercado financeiro (PL 2.926/23), o de cooperativas de seguro (PLP 101/23, apensado ao PLP 519/18), o de regime legal de juros (PL 6.233/23), o de falências (PL 3/24), o de contratos de seguro (PLC 29/17) e o de execução extrajudicial (PL 6.204/19).

Receita Federal da LGBTQIAPN+

A Receita Federal foi ordenada pela Justiça Federal de Curitiba a realizar mudanças nos formulários de cadastramento e retificação do CPF. A decisão, proveniente de uma ação civil pública movida por entidades de defesa da diversidade sexual e de gênero, assim como representantes da comunidade LGBTQIAPN+, exige a substituição do campo “nome da mãe” por “filiação” nos referidos formulários. Além disso, a inclusão das opções “não especificado”, “não binário” e “intersexo” torna-se obrigatória no campo “sexo”. Avanços na proteção homoafetiva Os autores da ação argumentam que a retirada da opção de inserir o nome da mãe representa um avanço na proteção dos direitos das famílias com parentalidade homotransafetiva. Eles destacam que presumir a presença de uma mãe no vínculo familiar reflete uma lógica de ideologia de gênero heterocisnormativa, situação que não condiz com famílias compostas por dois pais. O Autor *Antonio Magalhães é diretor de redação de O PODER


Desemprego

Maior taxa de desocupados entre mulheres e negros

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A taxa de desemprego de mulheres e negros (conjunto de pretos e pardos) terminou 2023 acima da média nacional. Enquanto o país alcançou o índice de 7,4% no último trimestre de 2023, a taxa das mulheres ficou em 9,2%. Já a dos homens, 6%. Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada hoje pelo IBGE.

Mais mulheres do que homens

Essa comparação significa que o desemprego das mulheres é 53,3% maior que o dos homens. A diferença já foi de 69,4% no 1º trimestre de 2012, quando começou a série histórica do IBGE. A menor discrepância registrada foi de 27% no 2º trimestre de 2020.

Cor da pele no mercado de trabalho

Pelo prisma de cor da pele, a população branca apresentou taxa de desemprego de 5,9%, enquanto as de pretos (8,9%) e pardos (8,5%) superaram a média nacional. A diferença entre os grupos é praticamente igual à do início da série histórica, quando a taxa dos brancos era de 6,7%, a dos pretos correspondia a 9,7%, e a dos pardos, a 9,2%. A média nacional atingia 8% na época.

Escolaridade aumenta chances

A pesquisa revela também diferenças na relação entre escolaridade e empregabilidade. O grupo de pessoas com ensino médio incompleto apresentou, no último trimestre de 2023, taxa de desemprego de 13%, o pior entre todos os segmentos. Para as pessoas com nível superior incompleto, a taxa foi 7,6%, mais que o dobro da verificada para o nível superior completo (3,6%).

Piores taxas

O grupo sem instrução tinha índice de 6,1%, abaixo da média nacional. Já fundamental incompleto (7,9%), fundamental completo (9,3%) e médio completo (8%) tiveram taxas piores que a média.

Índices dos Estados

Ao observar o comportamento do mercado de trabalho ao longo de 2023, a pesquisa do IBGE revela que as maiores taxas de desemprego anual estavam em Pernambuco (13,4%), na Bahia (13,2%) e no Amapá (11,3%); e as menores ficaram com Rondônia (3,2%), Mato Grosso (3,3%) e Santa Catarina (3,4%).

Oito Estados com bons indicadores

“Em 2023, oito unidades da federação atingiram a menor taxa anual de desocupação de sua série histórica”, destaca a coordenadora da Pnad, Adriana Beringuy. São elas: Rio Grande do Norte (10,7%), Alagoas (9,2%), Acre (7,5%), Tocantins (5,8%), Minas Gerais (5,8%), Espírito Santo (5,7%), Mato Grosso (3,3%) e Rondônia (3,2%).

Informalidade

A taxa anual de informalidade passou de 39,4% em 2022 para 39,2% em 2023. Entre os estados com maior taxa estavam o Maranhão (56,5%), o Pará (56,5%) e Piauí (54,4%). Já os menores, Santa Catarina (26,4%), Distrito Federal (29,7%) e São Paulo (31,5%).

Carteira assinada

Já o percentual de empregados com carteira assinada era de 73,7% dos empregados do setor privado no último trimestre de 2023. Os maiores percentuais estavam em Santa Catarina (88,2%), Rio Grande do Sul (81,9%) e Paraná (81,7%). Os menores, no Maranhão (48,9%), Piauí (51,6%) e Paraíba (54,9%).

A pesquisa

O IBGE coleta dados para a Pnad em 211 domicílios de 3.464 municípios em todas os Estados e no Distrito Federal. Cerca de dois mil entrevistadores trabalham na pesquisa.

MALUDE MACIEL

Autor

A cronista sextou com a gente.

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Saldo de carnaval Depois que passaram o Galo e a semana carnavalesca, os papangus voltaram ao seu esconderijo, as máscaras foram descartadas e os tamborins cessaram a batucada, o país volta à normalidade do cotidiano, pois no Brasil o ano só começa depois do carnaval e, passada a avalanche de exageros, é o momento de serenamente avaliar os prós e contras dos festejos momescos. É quando as fantasias são deixadas de lado e queira ou não queira, a realidade aparece nua e crua.

Resultados negativos

É de praxe se fazer uma análise a cada ano, observando-se particularmente ou pelas autoridades, o saldo do período em questão. Pena que os resultados sempre são negativos com grande número de ocorrências policiais registradas e divulgadas pelos meios de comunicação.

Chuva para molhar

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Ao vermos os noticiários bradarem a quantidade de vítimas de morte no trânsito, os hospitais superlotados de doentes com ou sem perigo de morte e a imprudência com orgias sem limites, lamentamos o desperdício que foi causado; muitos sofrimentos poderiam ter sido evitados levando em conta a sensatez, pois "quem vai pra chuva quer de molhar". Como se não bastasse tantas violências e mortes prematuras nas cidades expoentes do país, quase uma guerra civil, onde irmão mata irmão, num prejuízo enorme da população jovem e carente. O Rio de Janeiro sempre teve o maior índice de homicídios e casos violentos em todas as épocas do ano. Inclusive turistas assassinados e/ou roubados, assaltados em plena luz do dia, quando chegam pra ver a festa, que não tem nada de pacífica. Os custos da folia são altos e o povo fica endividado, para satisfazer seus delírios: " Se a cabeça não pensa o corpo padece".

Inocência

Dizem que o Carnaval é uma brincadeira inocente, mas não é verdade, sobretudo porque é utilizada grandemente a bebida alcoólica como ponto de partida e ninguém prevê onde vão as consequências com as ousadias dos foliões. Os jovens incautos são os mais prejudicados envolvendo-se em brigas, confusões, acidentes e demais desastres de toda natureza, inclusive gravidezes indesejadas e inúmeros desajustes emocionais.

Refúgio

Embora a maioria dos habitantes queira participar nem todos são ávidos por festas mundanas e não querem se envolver em tanta euforia preferindo o refúgio nas belas praias da Região usufruindo a tranquilidade de um descanso merecido, pois a luta continua depois da quarta-feira. Para esses existem retiros espirituais e lugares sossegados.

Gente nas ruas

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Acaso o número de brasileiros que engrossa a onda de foliões nas ruas fosse o mesmo numa passeata de protesto à corrupção e em favor do cumprimento das Leis e da Carta Magna, isso seria louvável, demonstrando engajamento político, esclarecimentos e consciência elevada das causas nacionais. Sabe-se que o embalo dessa festa é para fomentar a economia, tudo gira em torno da balança comercial e os negócios envolvendo bebidas levam a melhor. O poder público gasta uma nota para manter a suposta segurança e o trânsito, aumentar o policiamento e promover as agremiações com seus desfiles e apresentações que terminam sempre em conflitos. Esse dinheiro seria melhor aplicado em algo útil e duradouro, em melhoria do caótico transporte público, das Escolas e da área geral da saúde.

Brasilidade

O Carnaval não é uma festa genuinamente brasileira; veio com os europeus para a elite da corte e tomou vulto em nosso país como sendo uma festa popular. Ocasião em que o povo aproveita para extravasar seus sentimentos, nem sempre nobres e cai no passo ao ritmo das orquestras que executam as mais variadas composições musicais, nem sempre boas (temos composições belíssimas, sim.) apelando para o vulgar, mas que levam os indivíduos ao contentamento fugaz, mesmo com sequelas e arrependimentos tardios. Logicamente existem grupos de um lirismo muito bonito. Mas é a exceção, não a regra.

Interesse

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É tudo um jogo de interesses onde o povão dança de fato e de direito.


CARLOS BEZERRA CAVALCANTI

Autor

O historiador sextou com a gente.

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Os bondes Retomando o assunto sobre transportes urbanos, falaremos hoje sobre aquele que deixou mais saudades, justamente pelo romantismo que inspirou no nosso Recife de ontem: o bonde elétrico.

A origem da palavra

O nome pelo qual conhecemos o transporte urbano sobre trilhos e impulsionado pela eletricidade pública, é bonde. Mas de onde ele teria vindo? Do aportuguesamento de bond, vocábulo inglês usado para de definir apólice, vale, cupom e foi justamente do cupom, que trazia uma imagem impressa desse tipo de transporte, que surgiu a palavra em português "bonde" associada à figura pelos brasileiros.

Início

Embora no Rio de Janeiro ele tenha aparecido no século XIX, no Recife ele só surgiu nas ruas em 1914 e ficou sob a responsabilidade da Pernambuco Tramways Power Company.

Pontualidade britânica

Esse tipo transporte foi, pelo menos no início, exemplo de pontualidade, levando essa competência às populações mais afastadas do centro urbano do Recife. Mas, como se dizia antigamente, tudo é passageiro, menos o cobrador e o motorneiro. Os bondes também se foram.

Propaganda

Os bondes chegaram mesmo a ser grandes veículos de propaganda, concorrendo com o rádio e o jornal. Afinal, transitavam por toda a parte e levavam vistosos anúncios, destacando-se entre eles os de remédios, fortificantes, pastas de dente, brilhantinas, salões de beleza, confecções, além de avisos de festas e outros eventos.

Anunciantes

Entre os produtos anunciados tínhamos: guaraná Fratelli Vita, Água Inglesa Granada, Água Rabelo, Bromil, Elixir de Nogueira, Óleo de fígado de Bacalhau, Phimatosan, Pílulas de Vida do Doutor Ross e outros, sem esquecer a brilhantina Coty, sabonete Dorly, os cigarros das fábricas Lafayete e Caxias, os mais baratos, principalmente: Pirilau, Está na Hora, Flores de Caxias e Boa Ideia. Muitos desses produtos, como informa Alves da Mota, no seu " no tempo do bonde elétrico", eram oferecidos em versos e quadrinhas, como estas: "Veja, ilustre passageiro, o belo tipo faceiro que o senhor tem ao seu lado. Mas, no entanto, acredite, quase morreu de bronquite salvou-o o rum Creosotado.

Final

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Mas os bondes, que vieram com a 1ª guerra mundial (1914) se foram a partir do término da 2ª guerra, deixando de circular, definitivamente, no final da década de 1950, sendo substituídos pelos ônibus, agora não mais os puxados a burros, mas os grandes veículos motorizados. Uns inclusive com rádios SSB, à diesel ou à gasolina, pertencentes à auto viária, como veremos em nosso próximo assunto. Portanto, até lá, amigos leitores.


ÂNGELA SIMÕES DE FARIAS

Autor

A pós-poeta sextou com a gente.

O todo é tudo? No extremo. Tremo. No pensar, no sentir. E….… no agir. Expor-se, sem lona. Sem proteção. Paixão. Desmesquinhez. Nudez. Viver… lançar-se. Evolar… Solar!


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AJ FONTES

Autor

O cronista sextou com a gente.

Pedras do meu caminho - Astros inspiradores. As estrelas, de alguma forma, deixam inspiração no rastro. Principalmente essa que ilumina e aquece nossos dias. Com o sol no quengo e os pés nas pedras do calçamento das ruas de Caruaru, comecei a inventar histórias. Era um tal de aí o menino desceu do cavalo... e se iam, o menino, o cavalo e minha cabeça.

Caminhos na Capital

Os pés cresceram, trocaram a Rua da Matriz, a Rua Preta, a Avenida Agamenon pela Rua Gervásio Pires, Avenida Conde da Boa Vista, Avenida Canal. Os pensamentos se deliciavam com as novidades para a gente que deixava a Capital do Agreste rumo à Veneza Brasileira. Faz tempo que o número do sapato é quarenta e um, mas, penso, as explosões sinápticas cresceram em número, a ponto de ferver os miolos na busca do desconhecido. Era Um tal de ir para um lado, depois para outro. Certo ou errado, segui.

Caminhos na escrita

Uma coisa se manteve: as histórias, que então resolvi escrever. Arvorei em mostrar os textos aos colegas de trabalho, aos amigos, depois usei o mundo virtual quando fui lembrado de grupos estudiosos sobre o escrever. Rápido, conheci a Oficina Literária de Paulo Caldas. Foi lá que descobri com que pedras havia construído minha estrada até o momento. Aprendi reconhecê-las, aparar ou acentuar as arestas e assentá-las com o cuidado de um artesão. Lembro de estranhar ao ouvir um colega mais avançado observar sobre o “meu estilo”. Perguntei-me se teria algo que imaginava ser coisa de escritores célebres.

Admirável mundo novo

Tal diz um comediante: Mas a vida é uma caixinha de surpresas. Segui a minha, aprendendo a lidar com as caixinhas e as surpresas. Boas ou nem tanto. Das boas, ganhei uma companheira que abarrota o coração e encaramos um curso na UNIFAFIRE, vejam só. Sentamos, eu e ela, em bancas de escola novamente. Lá, encontramos novos amigos e aprendemos maneiras diferentes de escutar e escrever. E continuo acrescentando pedras de formas, tamanhos e texturas diferentes, aproveitando o bom momento para recitar ao universo um pouco do que vivi e agradecer aos ensinadores do viver.


MARCELO MÁRIO DE MELO

Autor

O poeta militante sextou com a gente.

ESCREVEJAR Escrevejo pelo mundo como quem decola em si com quem mergulha em outro como quem nada no escuro como quem fala com pedra como quem baloa sonho como quem enlaça sanha como quem espalha vento como quem escala nuvem como quem beira abismo como quem empalha medo como quem engulha intento como quem levanta saia como quem cospe no altar como quem se dilacera como quem levanta voo como quem quebra corrente como quem solta o cachorro como quem amarra espera como quem espreme pus como quem levanta brinde como quem quebra a taça como quem amputa e cola como quem ri da desgraça como quem brinca com a morte como quem inventa monstro como quem mostra e desmostra como quem canta loucura como quem não desatina como quem faz cavalgada no lombo do spray de letras.


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XICO BIZERRA

Autor

O grande compositor, poeta e cronista sextou com a gente.

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O amor há? Quis saber sobre o Amor: disse-me o tolo em sua tolice doentia: - não, não há! rebateu o sábio em sua sábia sabedoria: - talvez haja! concluiu o louco em sua louca euforia: O amor há! e eu, meio tolo, sábio pouco, muito louco, neste pus-me a crer por mais são me parecer o seu parecer ... O amor há!


ANA POTTES

Autor

A cronista e poeta sextou com a gente.

Ruas vazias Suspensas serpentinas Sonhos de outros carnavais Palhaço em riso aberto Encantam com seus ais Alegria itinerante Doce bando de saudade Carnaval É folguedo que apaixona o folião Burburinho Multidão no vai e vem Alegorias de corpos suados Pontes, ruas, avenidas, becos, ladeiras Brincadeiras Vida em folia Carnaval Diversão que inebria o folião Quarta-feira As cinzas vestem as horas Acabando a brincadeira Carnaval Ilusão que adormece o folião Ao longe o som das matracas.


VALÉRIA BARBALHO

Autor

A médica e cronista sextou com a gente.

Assistindo ao desfile das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, fiquei encantada com tudo. Cada escola que passava, para mim, era campeã. Ainda bem que não fui jurada, pois seria difícil escolher a melhor. Todas estavam lindas, mas foi a Beija-Flor a que mais me emocionou pela garra dos que fazem a Escola de Nilópolis, pelo visual de extremo bom gosto, pela bateria e, principalmente, pelo enredo inusitado: "Um Delírio de Carnaval na Maceió de Rás Gonguila".

Inédito

Nunca tinha ouvido falar de Benedito dos Santos (o Rás Gonguila), um simples engraxate que foi um dos pioneiros a criar blocos para desfilar no carnaval alagoano. Como adoro o tema pioneirismo, lembrei logo de um artigo que escrevi há alguns anos sobre os Pioneiros do Pais de Caruaru. Daí, resolvi sextar com meu velho texto: 'Pioneiros do Pai?s de Caruaru'.

Mulher na direção

Numa rede social, a psicóloga caruaruense Flaviana Arruda Barbosa postou a foto de um carro e o comentário: “Automóvel ingle?s da marca Prefect, cor verde musgo, pertencente a Deolinda Lyra de Arruda, conhecida como Pinina, adquirido na década de 50. Ela foi a primeira mulher a dirigir em Caruaru. Na época, por onde passava causava espanto: uma mulher dirigindo!”. Achei a publicação tão interessante que resolvi garimpar, nos livros do meu pai, informações sobre esse curioso assunto. Encontrei muitas histórias.

Seguem algumas

O primeiro farmacêutico que chegou na Capital do Agreste, o francês Jean Barthélemy Pegot, pai adotivo do famoso Major Sinval, fundou a Pharmácia Franceza, a primeira da cidade. Foi desta farmácia o primeiro rádio de Caruaru. Quando ligado, chamava a atenção do povo, que parava na frente deste estabelecimento para ouvir aquela maravilha que “falava”. Em 1918, as primeiras máquinas de escrever da cidade foram expostas na Franceza, para serem vendidas. Porém, quem adquiriu a primeira máquina Rex Virible, fabricada nos Estados Unidos, foi o tabelião público Leocádio Rodrigues Duarte Porto, para usar em seu cartório.

As costureiras

As profissionais caruaruenses dessa atividade ainda hoje fortíssima no Agreste pernambucano, ponto por ponto, com agulhas, linhas e as próprias mãos, costuravam muito bem. Mas foi da portuguesa Maria Pinto Vieira de Melo, conhecida como Dona Sinhá, a primeira máquina de costura da Terra de Vitalino. Esta engenhoca causou certa inveja entre aquelas profissionais do ramo: “costurar assim é fácil”, comentavam. Dona Sinhá era casada com João Vieira de Melo e mãe do primeiro Ministro de Caruaru, Alfredo Pinto Vieira de Melo. A família morava na melhor casa da cidade, a primeira com água encanada e banheiro com sifão. Pertenceu, também, a esta ilustre família, o primeiro piano de Caruaru. O transporte deste instrumento da Europa até a residência dos Vieira de Melo foi uma verdadeira odisseia.

O pioneiro

O senhor João Pereira da Silva Napoleão foi o proprietário do primeiro ônibus que circulou na cidade. Este veículo, apelidado de “O Pioneiro”, fazia um passeio das imediações do Colégio das Freiras até a Praça Pedro de Souza todos os domingos. O percurso, ida e volta, era de aproximadamente 2 km (passava duas vezes nas mesmas ruas) e custava dez tostões. O povo, curioso, querendo conhecer a novidade, ficava nas calçadas esperando o ônibus lotado passar e dava adeus aos passageiros, como se eles fossem fazer uma grande viagem. Autêntica comédia!

E muitos mais

Ainda queria falar sobre a primeira professora, o primeiro médico, o primeiro hospital, etc., mas o espac?o do jornal na?o comporta, em um so? artigo, tantos pioneiros do Pai?s de Caruaru. Logo, voltaremos nas próximas semanas.


NELSON NUNES FARIAS

Autor

O Rei da Glosa, sextou com a gente.

As coisas lindas da vida Que nos fizeram felizes Marcam nossas diretrizes Curando toda ferida De queda, baque, descida Mas quando ela definha A gente nem advinha Chega sem fazer alarde "Saudade é um fim de tarde Que a gente lembra à noitinha" Mote: Melchior Sezefredo Machado


MAGNO MARTINS

Autor

O blogueiro sextou com a gente.

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A chegada dos filmes pornôs ao Sertão Minha cidade (Afogados da Ingazeira) é amostrada, como diz o matuto. Também saiu na frente na abertura das cortinas da sétima arte. Fundado em 23 de novembro de 1942, pelo comerciante Helvécio Lima, o Cine São José tem 82 anos. Na época a cidade sequer contava com uma rede elétrica. Seu Helvécio inovou: comprou um gerador próprio para garantir as sessões em dias de feira.

Amém

Na década seguinte, o cinema foi vendido à Diocese Bom Senhor Jesus dos Remédios, representação da Igreja Católica no Sertão do Pajeú. Administrado pela igreja e por alguns arrendatários, não resistiu ao modismo da TV e chegou a fechar. Deteriorado, seu prédio ficou em ruínas, mantendo apenas a estrutura das paredes externas.

Ressuscitou

A partir de 1994, através de um movimento liderado pelo meu irmão Augusto Martins, hoje secretário de Cultura do município, o cinema renasceu, com um projeto cujas obras preservaram sua fachada original. A reinauguração se deu em 2003. Até hoje o cinema está vivinho e, de vez em quando, vou lá pegar uma telinha para matar a saudade dos velhos tempos de Tarzan e os cowboys americanos.

Bem-vindo pornô

Afogados da Ingazeira também foi vanguardista na introdução do cinema pornô. Olavo Vitorino Moura, apelidado de Olavo Corró, baixinho, metido a cavalo do cão, enfrentou o conservadorismo da sociedade afogadense e abriu um cinema para concorrer com o cine São José.

Para maiores

Mas só exibia filmes para maiores de 21 anos explorando o sexo em toda sua plenitude. Menores como eu e meu irmão Marcelo, parelha de infância e adolescência em Afogados da Ingazeira, subíamos no telhado das casas vizinhas para curiar os filmes pornôs.

Pedras no Olavo

Olavo foi um revolucionário. Passou por cima de todas as regras da lei do conservadorismo de uma sociedade feudal com seu cinema pornográfico, que visava exclusivamente o estímulo da sexualidade humana. Foi discriminado, perseguido, xingado e apontado como pornográfico, um fora da lei.

Êpa...

Por vezes, os telespectadores atraídos para os filmes pornôs de Olavo Corró chegavam a se masturbar ou até mesmo a praticar sexo dentro da sala de exibição. Olavo pagou um preço caro. Quando isso se espalhou na cidade, seu cinema foi censurado e fechado.

Olavo, coitado

Queria apenas ser diferente. Os filmes pornográficos existem desde a época do cinema mudo, e eram usualmente rodados em bordéis. Em 1970, nos Estados Unidos, o cinema pornô ganhou forte impulso, graças à eliminação do Código das Produções e à instituição da classificação de filmes por faixa etária, deixando de ser um produto do submundo criminal e se constituindo numa indústria publicamente instalada.

Casa própria

Passaram a ser exibidos em cinemas próprios, conhecidos por “Salas Especiais”. Nessa época, alguns filmes entraram para a história, como Garganta Profunda (ou “Garganta Funda”, como ficou conhecido em Portugal), O Garanhão Italiano, Atrás da Porta Verde e O Diabo na Carne de Miss Jones, que foi uma superprodução para a época. Adeus profundo Olavo, ainda lembro, fez grande sucesso com o Garganta Profunda!


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