Edição de N° 936

BRASIL

Sexta-feria, 22 de Março de 2024
Edição de N° 936

Volta à prisão

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O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, volta a ser preso hoje, por ordem do STF, por questionar em áudios vazados a investigação sobre uma suposta tentativa de golpe de estado. Ele diz que o que está no inquérito não é o que ele disse na sua delação premiada.

NOSSO TIME
Diretor Geral: José Nivaldo Junior. Dir. de Redação: Antônio Magalhães. Editora Nacional: Hylda Cavalcanti. Editor Regional NE: Severino Lopes .
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Janja vai ser a madrinha de submarino da Marinha. O batizado é na quarta-feira

A primeira-dama do Brasil, Janja da Silva, será a madrinha do submarino da Marinha que vai ser lançado ao mar, no Rio de Janeiro, na quarta-feira (27/03). Ela segue uma tradição: Darcy Vargas já batizou navios e Marcela Temer outro submarino. Por conta de uma parceria com a França, o presidente Macron também estará presente com Lula.

EM PRIMEIRA MÃO

Coluna Diária

Princesa de Gales revela que está com câncer

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A princesa de Gales, Kate Middleton, casada com o herdeiro do trono britânico, William, revelou hoje que está nos estágios iniciais de um tratamento contra câncer. Em uma declaração em vídeo, Kate diz que foi um “grande choque” depois de “alguns meses incrivelmente difíceis”. Não foram revelados mais detalhes. Desde o começo do ano ela se afastou dos eventos sociais da realeza, o que fez a imprensa desconfiar do seu estado de saúde revelado agora.

Rússia e China vetam cessar-fogo em Gaza

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A Rússia e a China vetaram hoje no Conselho de Segurança da ONU um projeto de resolução apresentada pelos Estados Unidos para um “cessar-fogo imediato e sustentado” em Gaza, segundo as agências internacionais.

Atentado em Moscou deixa 40 mortos

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Pelo menos cinco homens armados abriram fogo e causaram explosões na casa de shows Crocus City Hall, em Krasnogorsk, perto de Moscou, Rússia, nesta sexta-feira (22/3). Segundo a agência de notícias estatal russa, Tass, ao menos 40 pessoas morreram e 100 ficaram feridas. Até o momento nenhum grupo reivindicou a autoria do ataque terrorista. Esse é o pior atentado na Rússia em 20 anos.

LGBTQIA+ na lista de terroristas na Rússia

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A Rússia adicionou o “movimento internacional LGBT” à sua lista de pessoas e entidades “terroristas e extremistas”, de acordo com uma nota do serviço de inteligência financeira do país, acessada hoje pela agência AFP. A decisão foi anunciada depois que a Suprema Corte declarou o movimento como “extremista”, em novembro, o que provocou a ilegalidade do ativismo LGBTQIA+ no país.

Delação de Mauro Cid

Áudios contestando investigação levam militar de volta à prisão

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O ex-ajudante de ordens da Presidência tenente-coronel Mauro Cid voltou a ser preso hoje após audiência com o desembargador Airton Vieira, juiz instrutor do gabinete do Ministro Alexandre de Moraes para confirmar os termos de sua delação premiada. O mandado de prisão, com caráter preventivo, foi expedido por Moraes por descumprimento de medidas cautelares impostas ao tenente-coronel - que estava em prisão domiciliar - e obstrução à Justiça. O Supremo Tribunal Federal informou que a validade da delação de Cid - a homologação, feita por Moraes - está sob análise.

Cid diz que já há uma narrativa pronta

Cid compareceu ao STF na tarde desta sexta (22/03) após a divulgação de áudios em que ele diz que o inquérito da Operação Tempus Veritatis é uma “narrativa pronta”. Cid também diz que o ministro Alexandre de Moraes já tem a sentença dos investigados. As gravações foram reveladas pela revista Veja, sendo que, em uma delas, o militar afirma que os investigadores ‘não queriam saber a verdade’ sobre a suposta tentativa de golpe de Estado, e sim confirmar uma ‘narrativa pronta’.

Respingo em outras investigações

Os áudios podem respingar diretamente na delação premiada fechada pelo tenente-coronel, por isso o gabinete de Moraes resolveu intimar o ex-ajudante de ordens da Presidência. As revelações do militar abasteceram uma série de inquéritos que miram o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados, em especial a investigação sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado tramada pela cúpula do governo Bolsonaro.

Caso Mauro Cid

Assessor de Bolsonaro considera grave o vazamento dos áudios

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“É gravíssimo”, avalia o advogado e assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Fábio Wajngarten, sobre vazamento de áudios, divulgados pela revista “Veja”, em que Mauro Cid critica o trabalho da Polícia Federal (PF) e do Supremo Tribunal Federal (STF), em operação que investiga suposta tentativa de golpe de estado.

Diferente do que disse

“Estou estarrecido. É grave porque mostram [os áudios] um procedimento em que o depoente evidencia que o que está no papel não é o que ele tenha dito”, disse à CNN. O advogado também utilizou as redes sociais para comentar o caso. “Fui surpreendido e ainda não tenho opinião formada, nem juízo de valor, diante de tantas possibilidades que podem ter ocorrido”, escreveu.

Possível discrepância

Segundo Wajngarten, “ao longo da semana a própria imprensa já vinha retratando uma possível discrepância entre o que o Cid falava versus o que estava no papel. O levantamento do sigilo das gravações dos depoimentos dele, na íntegra, poderá dirimir potenciais dúvidas e dará a transparência necessária para a elucidação de parte dos fatos”, disse ele na rede social X (ex-Twitter).

Agilizar a Justiça

STF recusa sistema que usa a Inteligência Artificial para analisar recursos

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Pesquisa desenvolvida pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Universidade de São Paulo (USP) criou plataforma que permite identificar temas de processos e compará-los com ações já julgadas. STF diz que projeto não será adotado, pois não participou de chamamento público sobre uso de Inteligência Artificial (IA) em processos.

Milhares de processos

O Supremo recebe anualmente dezenas de milhares de novos processos, que se somam a outros tantos oriundos de anos anteriores. Em 2023, a mais alta Corte do País recebeu mais de 78 mil novos casos. Em janeiro daquele ano, o acervo do tribunal, que reúne ações novas e antigas, contabilizava mais de 13 mil recursos extraordinários, um tipo de ação que pode desencadear a chamada repercussão geral - ou seja, quando o entendimento do STF passa a valer para todos os tribunais do País. Foi nessa classe processual que um grupo de pesquisadores focou para otimizar a produção da Suprema Corte.

LegalAnalytics

Pesquisa realizada em parceria entre a USP e a FGV desenvolveu um sistema, com uso de IA, que facilita o processo de triagem dos recursos extraordinários que chegam ao STF. Quando esse tipo de ação é protocolado na Corte, diversos servidores se debruçam sobre o documento para identificar o tema do pedido e se existem outros casos iguais já julgados que podem ser aplicados para resolvê-lo. A ferramenta foi batizada de LegalAnalytics.

Mapa dos documentos

A nova tecnologia mapeia, por exemplo, quais trechos de uma ação apresentada à Corte são mais relevantes. De acordo com os pesquisadores, o sistema foi desenvolvido a partir da escuta de pesquisadores, advogados e servidores do STF, que são o público alvo do projeto. Atualmente a IA se encontra em fase de teste e ainda não foi firmado um termo de cooperação com a Presidência do STF para adotar a ferramenta no tribunal.

MERCADO

Coluna Diária

Antônio Magalhães
Autor

Via indireta para prejudicar aposentados

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O STF decidiu ontem à noite, por 7 votos a 4, anular a decisão de 2022 do próprio Supremo sobre a chamada “revisão da vida toda” do INSS, que anteriormente deu vitória aos aposentados. A anulação ocorreu por via indireta, porque os ministros não chegaram a avaliar a ação que questionava a revisão — eles julgaram nesta quinta outro tema: o fator previdenciário, que estava atrelado à “revisão da vida toda”. A justificativa para a anulação é uma questão processual.

Narrativa sobre o valor da causa

A decisão livra a União de um impacto estimado em R$ 480 bilhões para as contas públicas, uma quantia superestimada pelo INSS para convencer a Corte, alegando uma ameaça ao sistema nacional previdenciário. Nunca saberemos o real valor desta causa. Os bilhões acima são apenas uma narrativa. Votaram contra aos aposentados os ministros Cristiano Zanin, Flávio Dino, Luiz Fux, Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Luís Roberto Barroso e Kassio Nunes Marques.

Bloqueio

Os ministérios da Fazenda e do Planejamento e Orçamento anunciaram hoje o bloqueio de R$ 2,9 bilhões no orçamento deste ano. A limitação será feita nos gastos livres dos ministérios, ou seja, aqueles que não são obrigatórios. Essas despesas envolvem investimentos e custeio da máquina pública. Entre os gastos de custeio, estão: serviços de apoio, tecnologia da informação, energia elétrica e água, locação de bens móveis, diárias e passagens e serviços de comunicações.

Grupo Ricardo Brennand implanta setor de logística

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Quando a Ford encerrou suas operações no Brasil, em 2021, o Grupo Ricardo Brennand não sabia muito bem o que fazer com o galpão que a montadora ocupou por duas décadas em Pirajá, bairro localizado nos limites da cidade de Salvador, na Bahia. A empresa familiar pernambucana havia adquirido o terreno de 282 mil metros quadrados no fim da década de 1950, e instalou uma fábrica onde o grupo centenário produziu azulejos, com a Iasa, e vidro, com a CIV. A estrutura serviu à Ford, que tinha uma fábrica no município de Camaçari, para o armazenamento de peças de automóveis fora de linha. Agora, a planta foi totalmente reconstruída para ser operada, novamente, por seus proprietários.

Começa por Salvador

No lugar do antigo galpão foi erguido um centro logístico com 42,5 mil metros quadrados de área bruta locável. A estrutura é o primeiro ativo da Brennand Logística, novo braço do Ricardo Brennand, que investiu R$ 81 milhões no empreendimento. Do valor total, 20% foi financiado com equity e 80% via dívida com o Banco do Nordeste, com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE).

Acesso privilegiado

O centro está localizado em um importante entreposto comercial de Salvador, às margens da BR-324, rodovia de acesso direto ao centro da cidade e de ligação da capital baiana a municípios do interior e de outros Estados do Nordeste. É uma região onde os galpões logísticos predominam.

Futebol não é só dinheiro. É história também

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O livro a Saga dos Campeões – Copa do Mundo de Futebol, uma primorosa obra de pesquisa sobre a trajetória – como o título já sugere – dos campeões do mundo, desde 1930 até 2022, do escritor e jornalista José Maria Ferreira, já tem data oficial para chegar às mãos dos eleitores.

Lançamento em 5 de abril

O lançamento acontece no dia 05 de abril de 2024, no hall da Estação Central do Metrô Recife, no Bairro de São José, a partir das 17h. O local, gentilmente disponibilizado pela Superintendência da CBTU, por meio da Supervisão do terminal na capital pernambucana, deve atrair a atenção dos mais de 30 mil usuários que circulam diariamente no terminal.

Autor

*Antonio Magalhães é diretor de redação de O Poder


Entrevista

Wolney Queiroz explica importância da Escola de Sargentos para PE

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Foi uma conquista árdua. Resultado de muitos esforços, principalmente da Câmara dos Deputados e do Ministério da Defesa. Vários Estados brigaram por ela. Ainda no governo passado, Pernambuco foi escolhido. Desde então, nada andou. No máximo, discursos e aplausos formais. O Ministro da Defesa, José Múcio, resmunga pelos bastidores que falta atitude da governadora Raquel Lyra. O Poder foi ouvir o ex-deputado Wolney Queiroz, que foi um dos coordenadores da bancada federal Pernambucana na articulação pela conquista. Que precisa se concretizar. Wolney, dentro do seu estilo diplomático, evitou críticas diretas à governadora. Mas nas linhas e entrelinhas ficou claro que concorda com o que o ministro da Defesa diz em off.

O Poder - Qual a importância da Escola para o Estado?

Wolney - É um complexo militar, um equipamento gigantesco cuja construção e funcionamento terão um impacto muito positivo para o estado de Pernambuco. Estamos falando de investimentos totais na ordem R$ 2 bilhões. Serão cerca de 6 mil empregos e mais de R$ 210 milhões em salários injetados na economia, anualmente.

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O Poder - Como Pernambuco conseguiu se credenciar?

Wolney - Pernambuco disputou com vários estados, dentro de um processo lento de seleção comandado pelo Ministério do Exército. Conseguimos vencer cada fase e avançar, sempre com as garantias de contrapartida do governo do Estado, ainda na gestão de Paulo Câmara. Havia um compromisso de Pernambuco investir algo em torno de R$ 300 milhões para garantir a escola em Pernambuco.

O Poder - Como avalia a atuação no último ano dos principais atores envolvidos?

Wolney - Com a mudança nos governos estaduais e federal, o assunto ficou, digamos instável. A governadora Raquel Lyra precisava reafirmar os compromissos de contrapartida e isso demorou. O exército começou a reavaliar se Pernambuco seria viável. Foi quando entrou o ministro José Múcio. Esse é o grande responsável por não perdermos a escola definitivamente. O ministro Múcio tem segurado “na unha” essa escola aqui, porque as pressões para retirá-la são enormes.

O Poder - O que falta para o projeto sair do papel?

Wolney - Creio que o projeto e a construção em Pernambuco são coisas consolidadas. Mas sempre precisamos de vontade política e disposição do governo de Pernambuco de honrar com as contrapartidas e demonstrar na prática o compromisso do Estado com o projeto.

Entrevista

Leia a entrevista completa de Wolney Queiroz no site de O Poder www.opoder.com.br

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Visita do francês

Macron quer jantar com Chico Buarque e caminhar na Avenida Paulista

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Mais de 10 anos depois da última visita oficial de um presidente francês ao Brasil, Emmanuel Macron desembarca na próxima terça-feira (26/03) em Belém, sede da COP30 em 2025, onde será recebido pelo presidente Lula. Ele vai passar por Belém, Rio, São Paulo e Brasília. No Rio, Macron participa do lançamento de submarino da Marinha com tecnologia francesa que terá como “madrinha” a primeira-dama Janja.

Ida à Avenida Paulista

Macron vai reservar parte de sua programação de três dias no Brasil para jantar com artistas brasileiros e personalidades da cultura nacional. Um dos convidados que ele gostaria de encontrar é o cantor Chico Buarque. Além disso, Macron quer, após o convescote, fazer uma caminhada noturna na Avenida Paulista.

Críticas a Macron

A vinda do presidente francês é vista com restrições, uma vez que esta semana Macron determinou que não haverá qualquer aporte financeiro francês ao Fundo Amazônico, prometido anteriormente. Ele também vem bombardeando o acordo comercial da União Europeia com o Mercosul. As informações a respeito da programação foram divulgadas hoje pelo Itamaraty. Mas a organização é do Palácio de Eliseu e da embaixada e consulados da França.

Doença

Ministério da Saúde registra mais de 2 milhões de casos de dengue

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O Ministério da Saúde contabiliza mais de 2 milhões de casos de dengue no Brasil em 2024. Do total de 2.010.896 casos prováveis, 682 resultaram em morte – número que pode aumentar, uma vez que há ainda 1.042 óbitos em investigação. De acordo com balanço divulgado pelo ministério, o coeficiente de incidência da doença está em 990,3 casos para cada grupo de 100 mil habitantes.

Brasília com mais incidência

Com 161.299 casos prováveis, o Distrito Federal é a unidade federativa com maior coeficiente de incidência (5.725,8). Em segundo lugar, está Minas Gerais, com coeficiente de incidência em 3.295; e 676.758 casos prováveis. Na sequência estão Espírito Santo (coeficiente em 1.982,5 e 75.997 casos prováveis; Paraná (coeficiente em 1.653,2 e 189.179 casos prováveis); e Goiás (coeficiente em 1.565,3 e 110.433 casos prováveis).

Casos prováveis

No Rio de Janeiro, o coeficiente de incidência está em 933,1 casos para cada grupo de 100 mil habitantes. Lá, já são 149.797 casos prováveis. A unidade da federação com maior número de casos prováveis é São Paulo (379.222). O coeficiente registrado no Estado, segundo o levantamento, é de 853,7 casos para cada grupo de 100 mil habitantes.

Dia da Água

Trinta e três milhões de brasileiros sem água potável

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No Brasil, cerca de 33 milhões de pessoas vivem sem acesso à água potável, segundo dados divulgados pelo Instituto Trata Brasil. O dado chama a atenção pelo fato de o país abrigar dois dos maiores aquíferos do mundo – o Guarani, localizado no Centro-Sul do país, e o Alter do Chão, na Região Norte.

Excesso sem tratamento

A dificuldade de acesso a esse recurso natural abrange diversas regiões do país, segundo a presidente do Trata Brasil, Luana Pretto. “Somos um país muito rico em água doce. Mesmo assim, até mesmo os povos ribeirinhos do Rio Amazonas vivem problemas para terem acesso à água potável”, disse ela à Agência Brasil.

Trata Brasil

O Trata Brasil é uma organização da sociedade civil de interesse público (Oscip) que desenvolve ações e estudos visando fomentar o saneamento básico no Brasil. Tendo como mote o Dia Mundial da Água, lembrado hoje, a entidade divulgou a 16ª edição do Ranking do Saneamento, levantamento que abrange os 100 municípios mais populosos do país.

Pena por estupro

O ex-jogador Robinho está na penitenciária da elite do crime

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Penitenciária 2 de Tremembé (SP), para onde o ex-jogador de futebol Robson de Souza, o Robinho, foi transferido para cumprir pena por estupro, é conhecida por abrigar presos de casos de grande repercussão nacional. Robinho foi condenado na Itália, onde cometeu o crime, mas cumpre aqui a pena de 9 anos.

Presídio dos famosos

O local, que fica a cerca de 150 km da capital paulista, é tido como 'presídio dos famosos'. Cumprem penas na P2 detentos como Alexandre Nardoni - condenado pela morte da filha Isabella -, Cristian Cravinhos - preso pelo assassinato do casal Richthofem -, Lindemberg Alves - que matou Eloá Pimentel - e Gil Rugai- condenado pela morte do pai e da madrasta.

Sobram vagas

A penitenciária Dr. José Augusto César Salgado recebe presos de casos de grande comoção social para garantir a segurança e a privacidade dos internos. A unidade, no modelo atual, foi criada após desativação do Carandiru. A P2 de Tremembé tem capacidade para 584 presos entre o regime semiaberto e fechado, mas atualmente abriga 434.

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XICO BIZERRA

Autor

Escreve sobre o homem que fazia verso.

Eu vejo um homem triste, pelos cantos, voz muda, segurando a mão de uma mulher carrancuda a quem chamam solidão ... De repente, ele fecha os olhos e, sorriso largo, passa a fazer versos brandos que alumiam o céu, de tão doces que são. O homem, agora poeta, tira o chapéu e de sua cabeça brotam luzes, e flores, e pássaros e cores. E sua alma também ri.

A dama chamada Alegria

A dama carrancuda solta-lhe a mão e, como se uma valsa ouvisse, rodopia no salão com um sorriso o seu rosto a estampar. Tristeza já não há. Eu vejo um homem alegre dançando uma valsa: notas sutis, passos gentis, segurando a mão de uma mulher também feliz a quem chamam alegria ...


MARCELO MÁRIO DE MELO

Autor

O poeta militante com O circo e o balão

As pessoas estavam isoladas em bolhas. Até que saíram à rua. Tiraram os casacos e foram emendando um no outro. Formou-se um pano de circo onde todos se juntavam e faziam espetáculos para o povo. As bolhas também foram se juntando e formaram um balão que carregava o circo por todas as cidades.


FELIPE BEZERRA

Autor

O advogado e poeta, sobre a revisão da revisão da vida toda.

Eis o triste e complexo paradoxo filosófico de grande parte da advocacia, que adora votar em quem povoa a Suprema Corte de Ministros Políticos (colocados para defender os interesses do governante de ocasião), mas odeia quando há aumento de privilégios e de benesses ao Estado, inclusive à magistratura, por exemplo, ou quando se sucedem julgamentos em prejuízo dos diretos dos aposentados, dos cidadãos comuns e dos contribuintes, sempre para beneficiar os cofres públicos, especialmente quando há flagrantes inconstitucionalidades cometidas contra tais categorias.

Quem liga?

Mas, quem liga para isso? Afinal, tá tudo bem, o "Grande Estado" tudo pode. Para que se preocupar com os indivíduos quando há o suposto benefício da "coletividade"? Ademais, para que se preocupar com os defensores dos indivíduos, os tais advogados, esses profissionais liberais, por essência, que dependem dos seu trabalho, do seu esforço, do "mercado" e de sua clientela para sobreviver....

Terra sem lei

Sigamos nesse caminho, tá tudo bem, logo mais sequer necessitaremos de advogados, nem das leis, nem da Constituição nem do devido processo legal, será tudo decidido por ordem e vontade dos "iluminados". E quem achar ruim, que se cale, para não sofrer maior represália. Viva a democracia!


ROMERO FALCÃO

Autor

O cronista detalha um sapato velho no Mercado da Madalena

Meu sapato velhinho não resistiu, abriu o solado. Gosto de sapato velho, ele nos conhece e reconhece como ninguém, adaptou-se à grosseira anatomia, à pisada tortuosa e ainda por cima absorve o impacto das monstruosas calçadas da cidade. Então, resolvi levá-lo ao doutor dos calçados. Lembrei dos italianos, irmãos Buffone, eita raça genial para restaurar o cabedal, trocar solado com a perfeição de um Leonardo da Vinci, mas isso faz muito tempo, nunca mais ouvi falar daqueles divinos artesãos do sapato. Daí me veio o Mercado da Madalena, sei que lá há um antigo box de consertar calçados. Também seria uma oportunidade de jogar o anzol--meu olhar-- no mar do cotidiano e preparar uma peixada de crônica.

Sítio dos Valença

Estacionei o carro na antiga praça dos passarinhos. Um flanelinha gentil ajudou na manobra, parece antigo ali, um prata da casa que conhecia os moradores da redondeza pelo nome, suponho. Assim que me viu sair do automóvel com o par de sapatos na mão foi logo dando o serviço: "o doutor vai levar para consertar? Já sabe, Sapataria Trovão". Antes de adentrar o mercado, corri os olhos pelos lados e pelo alto. Da Madalena de outrora resta quase nada: espigões de concreto e vidro escondem os últimos históricos casarios que ainda resistem. A praça viu com os olhos que os prédios não haverão de comer todas aquelas lindas construções serem soterradas, virarem metralha, poeira, e das suas sepulturas surgirem um novo Recife que cresce pra cima. É o preço do progresso, da modernidade. Antes de chegar à casa de reparos, provoco meu mercador de memórias: a estrada de paralelepípedo que cortava a praça, passava em frente ao Sítio dos Valença- mestres musicais- a desaguar na Avenida Caxangá. E a famosa feira dos passarinhos que se espalhava ao redor do mercado, onde meu padrinho era frequentador assíduo.

Sapataria Trovão

Por fim, atravesso a porta de entrada do Mercado da Madalena, lá dentro há uma atmosfera contrastando com o tempo veloz de fora, a pressa que aniquila o prazeroso senso de observação. Dentro do mercado há outro mundo: gente calmamente debulhando feijão verde, servindo pingado com pão quente, cuscuz com galinha, macaxeira com bode guisado. Há uma sensação interiorana, um magnetismo extraído da vida simples dos homens. Até que encosto minha barriga no balcão da sapataria Trovão. Exibo o doente, exponho a ferida. Um senhor examina com cuidado o paciente, recomenda o tratamento: "arrancar o solado, fazer a colagem, ir ao forno- uma máquina. E por fim a sutura- costurá-lo. Puxa o talão como quem abre o prontuário de paciente.


MALUDE MACIEL

Autor

A poeta e cronista fala sobre o fiel espelho seu.

Não gosto mais de espelhos/ estão todos contra mim/ às imagens que eles mostram/ creio que não sou assim/ espero que estejam mentindo/ mas, fiéis eles sempre são/ refletem exatamente/ o que somos externamente/ e esse é o X da questão/ porque a velhice chega amargamente/ alterando nossos traços joviais/ sem dó vai mostrando cicatrizes/ nos espelhos dos dias atuais/ e ficamos sem razão/ não há enganos/ queríamos ter o vigor dos anos/ a beleza e os sorrisos triviais/ que a tantos cativou/ mas, infelizmente, o tempo passou/ e agora os espelhos/ não terão mais serventia/ porque a vida ensinou/ que a nossa maior beleza/ se encontra no interior.


MITAFÁ

Autor

Poeta sobre certo amor à primeira vista.

Deixo marido, filho pequeno, trabalho e, vou para Gramado. Encontro a cidade vestida de arco-íris. As hortênsias brotam por toda parte. Nas construções tão diferentes das do meu Recife, me encanto.

Não sinto saudades.

Tentada a saborear um café colonial não me faço de rogada e ainda arremato com chocolates regionais. Acabo de me entregar aos prazeres mundanos. Alguns dias passam e pareço viver uma vida. Caminho desbravando cada palmo daquele lugar. Num fim de tarde, ando à toa, viro uma esquina e me deparo com Ela.

Abusava do azul.

Foi amor à primeira vista, não esperava aquilo de mim. Voltei no dia seguinte, no outro também e nem sei em mais quantos. Lá estava à minha espera, sempre. Cada dia que passava se mostrava mais bonita, mais sedutora. Começamos um flerte. Eu queria resistir, mas Ela insistia e, sucumbi. Passou a ser minha companheira inseparável. Só mais tarde, bem mais tarde, vim a saber que não era flor que se cheira. Estou ao lado de um jovem, conversa vai, conversa vem, confidências troquei e, descobri que apesar de sua tenra idade era por demais conhecedor Delas. Disfarço, aproximo meus lábios em seu ouvido. -Você vendo essa aí, em que categoria se enquadra? -Essa aí, é de quinta. Não caí sentada porque sentada já estava. Voava de volta após término do congresso médico, ansiosa por mostrar a todos, Ela, que me arrancara os olhos dá cara e eu acreditara ser meu bem maior. -Minha nova bolsa.

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ANA POTTES

Autor

Escrevendo sobre crianças do ontem.

O Incômodo Nos tempos atuais parece que nada mais se pode falar. Emitir opiniões nos coloca em um ringue e, se você não é um hábil boxer acaba triturado ou cancelado, para usar um termo atual. De fato, os cenários estão carregados por bandeiras tremulando e cada uma tem a sua própria argumentação e narrativa (outra palavra da moda). Venho pensando em desfraldar mais uma, no panteão dos deuses, pois ainda não senti ventos fortes a tremular por essa causa. Sei que não tenho força para abraçar movimentos maiores, entretanto sinto a necessidade de abrir um espaço para falas, para o protagonismo dos envolvidos.

A causa

Agora mesmo pensei no sentido da palavra protagonismo e talvez os representantes do grupo não tenham mais interesse em se tornar centro de atenções – é possível que tenham deixado de lado os motivos para isso. Mas vejo a premência de um discurso coerente, real e correto, distante do etarismo ou idadismo sutil, camuflado e difuso, para com as pessoas com mais de sessenta.

O que reivindicar?

Em primeiro lugar, respeito as habilidades adquiridas. Respeito à pessoa que nos tornamos. Sabemos andar, falar e pensar, três verbos fundamentais para se reconhecer como ser humano. Nosso raciocínio pode até se lentificar, o que se deve a avaliações mais críticas das pretensas verdades, pois temos dados para analisar. Somos de uma geração que não se denomina por letras do alfabeto, mas que aprendeu a usá-las encarrilhadas de maneira inteligente e sagaz, pois usamos durante os tempos de trabalho nas instituições, nas diferentes tarefas da vida e mantemos a intimidade até os dias atuais.

Portanto somos expert.

Aposentados, mas linkados com a diversidade do presente. Deixamos de lado o telegrama, cartas, LPs, fitas cassetes, CDs, máquinas de calcular, rádios de pilha, TVs preto e branco, máquinas de escrever, de fotografar, filmadoras, relógios, canetas tinteiro, mata borrão, borrachas e outros tantos objetos que foram úteis e práticos em um recente passado e encaramos, sem temores, computadores, celulares, whatsApp, outras mídias digitais, Alexias e outras IAs, com toda praticidade que envolvem. Aqui estamos Nossos cérebros, do século passado, são bem adaptáveis e fazem leituras adequadas das situações de hoje. Pedimos respeito, pois somos uma geração viva, ativa, inteira por conta de alimentações saudáveis, vegana, veggie, de academias, corridas, caminhadas, vida ao ar livre (aprendizados de um tempo de criança que trouxemos conosco), um fino senso de humor e, ao que parece chegaremos bem mais longe que aquela figurinha de bengala na mão, desenhada nas placas dos bancos e estacionamentos.

Somos independentes

Responsáveis, capazes de decisões sobre o mundo onde estamos inseridos. Filhos e netos, longe do etarismo, troquem vivências conosco. Mantemos nos olhos o brilho, a observar o mundo tal um filme que não se prediz. Os passos seguem danças imaginárias e os sonhos são contados por segundos e realizados em minutos. Não há tempo a perder nem problemas para ser feliz. A serenidade nos clareia a vista e somos capazes de divisar horizontes. Aliás, nesse ponto a ciência nos ajuda com as cirurgias de cataratas. A alma brinca, o sorriso se estampa e a festa se instala em palcos iluminados. Seguimos, respeitando os semáforos, acreditando que a vida explode nas trilhas escolhidas e que não há impedimentos para se aproveitar a caminhada.


ÂNGELA SIMÕES DE FARIAS

Autor

Nossa pós-doutora em poesia pela Universidade de Pasárgada aborda o amor das morcegas.

Mulher no dia?/ Bom dia!/ Normalzinho é. Anormal?/ mulher/ noite,/ à toa?/ Nos “bailes da vida” morcega/ vampira. Mama e voa. O sol?/ Labor./ Na noite, a lua: Despudor?/ Voam e mamam os morcegos, as “morcegas” e se amam.

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VALÉRIA BARBALHO

Autor

A médica e cronista com deliciosa história sobre certos pesos e algumas medidas

Fui para a cerimônia de comemoração dos 489 anos da chegada de Duarte Coelho Pereira na Capitania de Pernambuco. O evento, promovido pelo Instituto Histórico e Geográfico de Igarassu, aconteceu na Câmara Municipal e contou com uma palestra proferida pela presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Pernambuco, Margarida Cantarelli, além de uma apresentação de dança, um delicioso lanche e uma visita guiada ao Museu Histórico de Igarassu. Uma tarde agradabilíssima! Parabéns ao Prof. João Morais e sua equipe pelo sucesso do evento.

No Museu

Entre peças antigas belíssimas, vi dois pesos enormes (de 50 e 20 quilos), que antigamente eram usados para pesar as mercadorias. Fui transportada no tempo e me vi na Feira de Caruaru, acompanhando meu pai enquanto ele fazia compras. Eu, criança trelosa, ficava brincando com a balança do vendedor com uns pesinhos de metal, dispostos em uma madeira e organizados por tamanho. Adorava a "brincadeira". Tinha do pequeninho (alguns gramas) até o mais pesado, que eu nem conseguia tirar do lugar. Lembrei, então, de sextar no É Findi dessa semana falando sobre esses pesos.

Pesos e Medidas da Feira de Caruaru

O sistema métrico decimal foi criado na França, em 1801, e adotado no Brasil, pelo Imperador Dom Pedro II, em 1862. Mas, passados mais de dez anos, muita gente ainda continuava usando jarda, côncavo e libras, até que a Lei foi regulamentada, em 1873. A partir de então, quem a desobedecesse seria punido com multas e até prisão. A medida atingiu, em cheio, os pequenos comerciantes, principalmente os das feiras do Nordeste. Pessoas simples e sem posses, os feirantes se recusaram a adotar o novo sistema e a desembolsar altos valores para alugar ou comprar balanças, pesos e outros instrumentos necessários para a prática da tal lei. Também acharam absurdo terem que pagar o recém-criado “Imposto do Chão”, que cobrava taxas abusivas pelo uso do pedaço do solo da feira onde negociavam. Inconformados, se rebelaram, acontecendo assim o importante movimento conhecido na história como a Revolta dos Quebra Quilos.

Começou

Em Campina Grande, logo chegou à feira da Rua da Frente, em Caruaru. Depois de muitos pesos quebrados (os quilos, que deram nome ao movimento), balanças destruídas, feirantes presos e até torturados, a Revolução acabou. Vitorioso, o Governo conseguiu, finalmente, impor o sistema métrico decimal, que passou a ser utilizado em todo o território nacional. Vale dizer em quase todo país, pois na famosa Feira de Caruaru - imortalizada pela música do genial compositor Onildo Almeida e gravada por Luiz Gonzaga - continuou vigorando o rejume do tempo das anquinhas, dos afonsinhos e do conronconcon.

Pelas pesquisas

Feitas nos livros do meu pai, Nelson Barbalho, até a Revolução de 1930, embora quase todos já possuíssem pesos e balanças e soubessem o que era metro, litro e quilo, muitos ainda preferiam negociar pelo antigo método. Os autênticos feirantes que vinham dos brejos e diziam que moravam ali, fazendo beição (a famosa légua de beiço, de valor indeterminado), negociavam assim: batata doce ou macaxeira, por mercado; goma seca, para fazer tapioca, por punhado; milho verde, por mão (50 espigas); carne de charque, por quarta; fumo de rolo para cachimbo e cigarro de palha, por palmo; querosene, que o matuto chamava de gás, por cota; farinha de mandioca, feijão e arroz, por litro ou cuia; leite, por garrafa, ou por copo (se fosse no "pé da vaca", nos currais próximos da feira); couro curtido para confeccionar cintos, sapatos e bolsas, por pé; corda de sisal, por braça (medida entre o queixo e a mão do vendedor, com o braço estendido); nos bares, nos arredores da feira, se pedia cachaça por dedo, sendo um dedo também chamado de riculuta; dois dedos, um cabo; e três: um sargento.

Por conta dessa confusão

Meu avô quase entra numa fria quando um feirante lhe ofereceu um excelente terreno na Rua Preta, medindo 22x50. Como o preço estava bom, ele fechou o negócio nas escuras, sem ver a terra. Combinou de pagar a quantia pedida no cartório, onde faria a escritura. No caminho resolveu conhecer o local. Ficou danado! Acostumado a usar o sistema métrico decimal na sua alfaiataria, Mestre Joca esqueceu que o freguês adotava o método da feira. Na realidade o terreno media 22x50... palmos (cada palmo medindo 22 centímetros). Zangado, Sêo Joa?o chegou ao cartório perguntando ao vendedor esperto se ele o achava com cara de besta! Desfez o negócio e botou o cabra pra correr chamando-o de ladrão safado. Imagino quantas encrencas aconteciam e como devia ser divertido fazer compras em uma feira, usando esse impagável rejume de pesos e medidas!


JOSUÉ SENA

Autor

O poeta togado ver-se-á sobre a vida.

A vida paradoxos rende. Não é simples, por assim, No que nega ou atende, No que tem de bom e ruim. Vezes é escuridão noturna, Outras é clara como o sol, Tem viés de janela ou de urna, Agindo contra ou em prol. Ela intensos risos aceita E produz sentido pranto. Vezes de gentilezas feita, Outras é rude desencanto. Também via larga, ou estreita, Vezes calmaria ou espanto.


CARLOS BEZERRA CAVALCANTI

Autor

O historiador do Iahgp fala sobre o bairro de Santo Antônio, no Recife Antigo.

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Na segunda reportagem desta série que aborda os bairros do Recife, falaremos sobre o de Santo Antônio, Padroeiro da cidade, mas que, no entanto, só começou a ser realmente povoado com a chegada dos holandeses e, mais precisamente, quando Nassau assumiu a missão de administrador geral do domínio da Companhia das Indias Ocidentais no Brasil. E veio residir na então “Ilha dos Navios”, depois de “Antônio Vaz”, em que existiam apenas alguns casebres de pescadores e o Convento dos Franciscanos. Ali, os neerlandeses instalaram o “Forte do Ernesto”.

A ilha

Tinha a denominação de “Porto dos Navios”, por nela existir um estaleiro em que se construíam algumas embarcações. Já foi conhecida como Ilha do Governador, por ter em seus limites o “Palácio de Friburgo”, edificado por Nassau e o Colégio dos Jesuítas que, posteriormente, serviu de morada aos Governadores de nossa Província. Foi também nessa localidade que Maurício de Nassau se Instalou ao chegar ao Recife (1637). A sua primeira residência em Pernambuco estava situada nas proximidades da confluência das atuais Ruas Primeiro de Março e do Imperador chamadas no século passado de “Rua do Crespo” e do “Colégio”, respectivamente. Primitivamente a Rua do Imperador se subdividia em três pequenas vias: A Rua do Colégio, que ia das imediações da atual Praça 17 onde existia o Colégio dos Jesuítas, à atual Primeiro de Março. O outro trecho, que ia da Primeiro de Março até o Arquivo Público era denominado de Rua da Cadeia Nova, uma vez que no prédio do Arquivo funcionou primitivamente como Cadeia Pública. E a terceira parte que era conhecida como Rua de São Francisco, por causa da Igreja e da Irmandade ali existentes.

A rua das mundanas

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Na Rua do Imperador, justamente nesse último trecho, existiu o famoso Teatro Capoeira, chamado oficialmente de Casa da Ópera ou Teatro de São Francisco, que começou a funcionar em 1772, num edifício térreo e acaçapado. Em meados do século XIX as senhoras da sociedade se queixavam das “mundanas” que faziam ponto em frente a esse Teatro. No final do mesmo século, funcionou naquela artéria, que se chamava, então “15 de Novembro“, mais precisamente na casa n. 30, o Clube Nove e Meia do Arraial.

Saudosa Laurinha

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Nesse Clube, além de jogos e danças, havia também a presença de algumas “mariposas” destacando-se, entre elas : “Laura Passos” que teve vários amantes e cafetões, sendo motivo de desavenças e até de crimes de morte envolvendo alguns frequentadores, motivo pelo qual era conhecida como “Laurinha Cemitério”.

O Bairro de Santo Antônio

Teve sua primeira reforma urbana no início do século passado, antes mesmo da reforma do porto e de todo o Bairro do Recife. Ela aconteceu nos tempos de Martins de Barros, na área do antigo Cais do Colégio, hoje avenida que leva o nome daquele ex-prefeito. Outra reforma importante aconteceu com a implantação do plano de Ulhôa Cintra e de Abílio Correia Lima, durante a administração do interventor municipal Novais Filho 1937/45. O quarteirão em frente a Matriz de Santo Antônio foi demolido, e ampliou-se a Praça da Independência (Pracinha do Diário).

Desapareceram

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Posteriormente, toda a parte central do bairro, de ruas estreitas e casario secular, foi ao chão. Desapareceu o Pátio do Paraíso, o mesmo acontecendo com a igreja e o hospital do mesmo nome. Também sumiram as ruas das Florentinas, das Laranjeiras, das Trincheiras, da Roda, do Calabouço, surgiu a Avenida Guararapes, (10 de novembro). Foi construída a Ponte Duarte Coelho (1943) e teve então início a construção da atual Avenida Dantas Barreto. O desejo para a modernização do bairro era antigo e muitos projetos surgiram, inclusive o de Domingos Ferreira, que defendia o alargamento da parte inicial (final) da futura Avenida Guararapes, com o recuo dos edifícios da parte inicial do logradouro, (daquela área) tendo as suas varandas voltadas para a cabeceira da ponte que seria a Duarte Coelho.


NELSON NUNES FARIAS

Autor

O Rei da Glosa emociona com sinfonia do povo nordestino.

mos cantar? Letra de Nelson Nunes Farias Música de Beto Cajá Intérprete: Karla Juliane Arranjos: Claudinho de Monteiro


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