
RECIFE DE ANTIGAMENTE - RUA DA GUIA. UM NICHO LHE DEU O NOME
01/12/2022 - Jornal O Poder
Carlos Bezerra Cavalcanti
Do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano
Como tantas outras que tiveram seus nomes motivados por um pequeno nicho construído no frontão de uma das casas do arruamento, pelo fervor religioso do seu proprietário ou morador, a antiga Rua Nossa Senhora da Guia também teve sua denominação levada por esse motivo.
NÃO TINHA NOME
Até 1750, ainda não tinha nome, embora a rua já existisse, paralela (como ainda hoje) ao primeiro trecho da Rua da Senzala Velha (atual Domingos José Martins), nos 100 anos, a partir daquela data, um rush imobiliário originado pela conquista aos baixios e alagados, feita inclusive com a própria areia do istmo provocou uma portaria governativa, datada de 28 de maio de 1799, proibindo tais usos e abusos, havendo pouco espaço, pois este era conquistado palmo a palmo às águas, passaram os prédios a ser construídos desordenadamente e o bom traçado urbano do bairro, existente até a metade do século 18, transformou-se num amontoado de ruas estreitas e tortas, becos e vielas. Assim é que a Rua da Guia, inicialmente ligando dois pátios, terminou tendo a sua saída do lado norte obstruída e só em 1841, quando foram destruídos os prédios que lhes travavam a passagem para a atual Praça Artur Oscar, tornou a ser a rua que ainda hoje existe.
A MÁ FAMA
Com a chegada da II Guerra, o Bairro Portuário, por motivos óbvios, passou a instalar os prostíbulos da cidade, mas entre eles existia uma espécie de hierarquia, as “moças” mais novas e prendadas, notadamente, ainda de pouco “uso”, se instalavam nas pensões da Marquês de Olinda e Rio Branco, aquelas de menores atrativos, ficavam nas redondezas desses logradouros, até chegarem à RUA DA GUIA, o último estágio.
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