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POLÊMICA - O SIGNIFICADO DE SER “MULHER DE VERDADE”

20/04/2023 - Jornal O Poder

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Hylda Cavalcanti


Fico chocada quando percebo que ainda existem pessoas com visões pequenas sobre o que seja feminismo e ser feminina e escrevam dizendo que são “mulheres de verdade”, por adotarem uma vida conservadora que tem marido, filhos e que se trabalhou, só o fez depois que os filhos cresceram. Justo quando tomam força movimentos de combate ao machismo estrutural, criminalizações sobre diferentes formas de assédio, é tipificado o crime de feminicídio, aumentam as proteções contra as mulheres vítimas de violência doméstica e as oportunidades para que haja igualdade no mercado de trabalho. Como já disse a poetisa Adélia Prado, “mulher é desdobrável”.

O QUE QUISER
Mulher que é mulher de verdade é aquela que tem o direito de tomar a opção que quiser em todos os sentidos. E que vai à luta. Seja para ser apenas dona de casa ou ser uma executiva, ter ou não ter filhos, fazer tudo junto ou deixar o emprego para cuidar dos filhos enquanto o marido trabalha, ser solteira ou casada. Sou uma mulher que trabalha muito e adoro minha vida. Me acho ótima dona de casa e sempre fui presente na vida da família, mas não tive filhos e não gosto de cozinhar nem fazer qualquer serviço doméstico. Sou menos mulher por causa disso? Se tenho a possibilidade de contratar uma pessoa para cuidar da minha casa ou pedir algum serviço de comida pronta para os almoços o problema é meu.

DONAS DE CASA
Da mesma forma, tenho amigas inteligentes que preferiram deixar suas carreiras e hoje são felizes donas de casa, exímias cozinheiras para a família e mães muito realizadas. Tudo bem também. Só espero que todas se toquem que pode existir bem próximo de nós uma mãe que está em casa tentando administrar formas de alimentar os filhos com pirão de farinha para minimizar a fome deles e quebrando a cabeça para procurar um emprego, para ajudar o marido na renda doméstica, porque o que ele ganha não dá. E essa, certamente, consegue ser mais “mulher de verdade” do que as que ficam se alardeando por aí.

FATOS
Espero que as pessoas prestem mais atenção em números e fatos reais. Feminismo não é só “queimar soutiens”. Tivemos no último ano 18 milhões de mulheres vítimas de algum tipo de assédio. Além disso, 28,9% do total de mulheres sofreram algum tipo de discriminação de gênero e, conforme as últimas pesquisas, 20,5% das brasileiras continuam ganhando menos do que homens que exercem as mesmas funções. São estatísticas de órgãos sérios e oficiais.

NEM TUDO É ROSA
Tem algum problema ter um marido que possa lhe bancar e lhe permita ficar em casa cuidando dos filhos? Se você acha bom, claro que não, mas parabéns se é beneficiada assim. O mundo não é tão igual nem tão cor de rosa. E as mulheres que precisam ou gostam de trabalhar não são menos mulheres do que as que “cuidam dos filhos e dos maridos”. Qualquer mulher que pense diferente não tem empatia de gênero, nem sabe o que é ser feminista, tampouco feminina, quanto mais ser “mulher de verdade”. Dá até pena das mulheres que pensam assim!

NOTA DA REDAÇÃO - A polêmica coluna “EU GOSTO DE SER MULHER”, que começou a ser publicada ontem no jornal O PODER, abriu espaço para o pensamento feminino conservador. Abrimos também espaço para o contraditório.

Postado em www.opoder.com.br

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