Hylda Cavalcanti

Todo mundo comenta, desde a criação de Brasília, as semelhanças da capital federal com Akhenaton, capital do antigo Egito, extinta após a morte do faraó com o mesmo nome - o que sempre deu margem para lendas urbanas no Planalto Central. Com base nisso, tem feito sucesso na cidade a exposição do artista plástico capixaba Rodrigo Alvarez, em comemoração aos 63 anos de Brasília, lançada no final de abril.

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL FUNDE OBRAS
Radicado no Distrito Federal desde criança e estudioso do tema, ele fundiu obras que unem a arquitetura brasiliense com Akhenaton, por meio de um programa de inteligência artificial chamado MidJouney. E misturou itens quase idênticos de vários prédios, bem como o formato de asas de muitos monumentos, as avenidas largas, os edifícios em estilo geométrico e os jardins – como se formassem uma única cidade.

PIRÂMIDES
“São muitas as pirâmides espalhadas por Brasília e isso sempre me chamou a atenção, tanto nos prédios construídos desde a sua criação como em edifícios recém-inaugurados. Também temos edificações que lembram uma “mastaba”, local onde o faraó e suas riquezas eram enterrados. Isso demonstra, no mínimo, forte influência da antiga arquitetura egípcia até hoje no planejamento de nossa capital”, explicou o autor da exposição, em entrevista para o Jornal de Brasília.

DIVISÕES
Segundo ele, as semelhanças não são apenas físicas, pois assim como Brasília, a capital do antigo Egito também foi construída estrategicamente – resguardada a época – para ser o centro político daquele país. “Akenaton era dividida por setores, assim como Brasília, onde as estruturas nobres ficavam em torno de um palácio cercado por muralha, no qual residia o soberano, no Palácio da Margem Norte. Aqui temos, da mesma forma, a Esplanada dos Ministérios e prédios públicos próximos à residência do presidente da República – o Palácio da Alvorada”, afirmou. E a criatividade voa alto no trabalho desenvolvido por Alvarez.

SEM COMPROVAÇÃO
Diante da repercussão das fotos, a Fundação Oscar Niemeyer informou por meio de uma nota, que não existe qualquer comprovação de que o arquiteto brasileiro tenha se baseado na cidade africana para fazer o traçado de Brasília. As fotos do artista plástico, por sua vez, estão bombando, tanto no Brasil como mundo afora.

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