
HISTÓRIA - INVASÃO HOLANDESA - A BATALHA DE CASA FORTE EM 17 DE AGOSTO
17/08/2023 - Jornal O Poder
Pernambuco esteve sob domínio holandês por 24 anos (1630-1654). Tudo por conta da produção de açúcar, produto muito valorizado na época. Os invasores instalaram no Estado soldados, comerciantes, religiosos, urbanistas e artistas trazidos pelo príncipe Maurício de Nassau que deu o formato urbano inicial do Recife.
VITÓRIA MILITAR CONTRA HOLANDESES
A ocupação parcialmente consentida no início, por conta dos negócios com os donos de engenhos locais, transformou-se mais adiante na insurreição pernambucana, apoiada pelos portugueses, para retomar o controle da província. A data de 17 de Agosto de 1645 foi marcada por episódio conhecido como a Batalha de Casa Forte, uma notável vitória militar, que agravou a permanência dos holandeses no Estado, até serem expulsos de vez em 1654.
NO ENGENHO CASA FORTE
Após a derrota imposta ao exército holandês pelo Exército Patriota na Batalha das Tabocas no dia 3 de agosto de 1645, em Vitória de Santo Antão, a tropa batava, na sua marcha de volta ao Recife, acampou no engenho Casa Forte pertencente a Anna Paes. No dia 16 de agosto, o comandante da tropa holandesa, Coronel Henrique Van Haus, enviou o Major Carlos Blaer com um destacamento para fazer uma revista nas casas do povoado da Várzea onde residiam as famílias de chefes revolucionários pernambucanos e prender suas mulheres.
MULHERES COMO REFÉNS
A missão voltou no mesmo dia, com várias prisioneiras, entre as quais Isabel de Góis, mulher de Antônio Bezerra, Ana Bezerra, sogra de João Fernandes Vieira, e Maria Luisa de Oliveira, mulher de Amaro Lopes, que foram encarceradas na casa-grande do Engenho. Comunicado o fato ao exército patriota, que se encontrava nas proximidades, os chefes João Fernandes Vieira, André Vidal de Negreiros, Henrique Dias e Felipe Camarão, arregimentaram seus homens e partiram para socorrer as damas pernambucanas.
ESCUDO HUMANO NA CASA GRANDE
Pegos de surpresa pela fúria dos pernambucanos em 17 de Agosto, os holandeses se refugiaram na casa-grande e colocaram as mulheres prisioneiras nas janelas que foram escancaradas. O comandante da tropa pernambucana, interpretando o ato como um sinal de capitulação, ordenou um cessar fogo e enviou um oficial para negociar a rendição dos holandeses.
ATAQUE FEROZ DOS PERNAMBUCANOS
O emissário foi morto covardemente na frente da tropa, o que indignou a todos. Esquecendo que entre os inimigos estavam as mulheres dos chefes, os patriotas atacaram com ferocidade os holandeses e com sede de vingança atearam fogo na casa. Cercado e sufocado pela fumaça, o comandante da tropa flamenga, Coronel Henrique Hous, empunhando uma bandeira branca e o cabo de uma arma, em sinal de rendição, capitulou junto com a sua tropa.
DERROTA MATOU 37 HOLANDESES E REFÉNS LIBERADOS
A derrota custou aos holandeses 37 mortos, muitos feridos e mais de 300 prisioneiros, além de grande quantidade de armamento, cavalos e víveres. A perda na tropa pernambucana foi pequena, as reféns foram liberadas e os feridos levados para os engenhos de Apipucos e São João da Várzea. Hoje, em homenagem à vitória na Batalha de Casa Forte, a avenida mais importante do bairro de Casa Forte chama-se Avenida 17 de Agosto.
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