
NOTA TRISTE - MÚSICO E CORDELISTA BETO CAJÁ PARTIU PARA A ETERNIDADE
16/11/2023 - Jornal O Poder
O distrito do Cajá, no município de Caldas Brandão, é referência obrigatória de quem faz o percurso João Pessoa/ Campina. Como diz o ilustre paraibano Alex Azevêdo,
Indo ou vindo, o viajante sempre se refere, pelo celular, se "já passou do Cajá, ou está perto do Cajá ou no Cajá". Esse simpático lugarejo, famoso por suas tapiocas imbatíveis, se incorporou ao nome do paraibano nascido no Rio de Janeiro, Carlos Roberto da Silva, o respeitado artista Beto Cajá. Beto partiu na tarde de ontem, quarta-feira 15 de setembro, aos 44 anos, após travar uma luta de pouco mais de 2 anos contra um câncer, que, implacável, com um toque extra de maldade, se iniciou na boca.
PARCEIRO
Beto frequentou as mais recentes edições do AGORA É FINDI, coluna de Cultura e Lazer que O PODER publica na edição das 19 h, às sextas-feiras, através do seu parceiro Nelson Nunes Farias, o nosso Rei da Glosa. Machucado com a perda, Nelson separou uma música em parceria com Beto e interpretada por ele para o FINDI de amanhã.
Antes de partir de João Pessoa, onde reside, para Natal, onde Beto vivia e será sepultado hoje, Nelson escreveu sobre a perda:
"Partiu o Beto Cajá/
Nosso "Moleque do Mato"/
Amigo de fino trato/
Seu exemplo ficará/
Sua gente cantará/
Suas cantigas singelas/
Suas canções, todas belas/
Sempre feitas com amor/
De minha parte, eu lhes digo/
Deixa saudades no amigo/
Boas lembranças, sem dor".
PERFIL
Filho de agricultores, Beto Cajá sempre viveu em ambiente simples e rural, o qual lhe ofereceu um vasto repertorio de informações para inspirar suas canções.
Como poeta, Beto seguia a linha do cancioneiro popular, fazendo trilha no reino da cantoria dos cantadores do Sertão e do universo caipira.
Beto Cajá participou de vários festivais de poesia popular, incluindo o 3º Festival de Música da Paraíba, onde chegou a final com a sua música “Canção Selvagem”.
MOLEQUE DO MATO
A seguir, uma das músicas mais conhecidas de Beto, interpretada por ele.