Talvez o carteiro saiba o nome. O povo só chama de "Torres Gêmeas". Começou de forma criminosa, invadindo o mar, descumprindo todo o código ambiental e a legislação urbanística. Descaracterizando a paisagem sagrada do Recife Antigo. Acabou legalizado, supõe-se. Deus sabe como, pelos caminhos tortuosos das relações promíscuas. Passou a abrigar desde figuras carimbadas da política como bandidos de toda a espécie. Uma simples visita dos órgãos de fiscalização da Justiça do Trabalho flagraria trabalho de orientais em apartamentos residenciais transformados em fabriquetas onde o trabalho, acontece em condições insalubres e análogas à escravidão. Depósitos de muamba comercializada por camelôs no centro do Recife funcionam a olhos vistos. Foi palco da trágica morte do garoto Miguel, que até virou nome de Lei. Todo mundo crucificou a pessoa que estava com a guarda do garoto. Mas ninguém questionou as condições de absoluta insegurança dos prédios que permitiram que uma curiosidade infantil se transformasse em tragédia. Sim, de lá já choveu dinheiro, lamentavelmente a maior parte sobre as águas do porto. Hoje, a saga nefasta continua. Aliás, a policia usou drones para evitar nova chuva de dinheiro e joias. Aquilo lá, deveria ser demolido para servir de exemplo para motivar o respeito à memória, à ecologia, às leis urbanas, à paisagem. E às pessoas. Basta de considerações que encheriam centenas de páginas. Vamos aos fatos de hoje.

TEJE PRESO
A polícia amanheceu hoje, mais uma vez, quebrando a rotina harmônica entre colunáveis e bandidos.
Uma megaoperação policial foi deflagrada na manhã de hoje, quarta-feira (20/12) para cumprir 12 mandados de prisão e 31 de busca e apreensão no Grande Recife. O objetivo da Operação Placement, a 91ª ação de repressão qualificada deste ano, é desarticular esquemas de lavagem de dinheiro. A investigação foi iniciada em abril de 2023.



APREENSÕES
Diz o blog Dantas Barreto: " Os alvos são moradores do condomínio conhecido como “Torres Gêmeas”, no Bairro de São José, no Centro, além de uma empresa de venda de carros e um lotérica, na Zona Sul. Foram apreendidos carros de luxo, embarcações, computadores e documentos."

DESTINO
Tudo isso foi levado para a sede do Departamento de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Depatri), em Afogados, na Zona Oeste, e para o Departamento de Repressão aos Crimes de Corrupção (Dracco).
Também foram cumpridos mandados de sequestro de bens e valores e bloqueio de ativos financeiros. Todos os mandados foram expedidos pela Décima Segunda Vara Criminal da Capital. Eles foram cumpridos no Recife, Olinda e Igarasu.

ARTICULAÇÃO
Participam da megaoperação 210 policiais civis, entre delegados, agentes e escrivães.
As investigações foram assessoradas pela Diretoria de Inteligência da Polícia Civil de Pernambuco (Dintel), e pelo Laboratório de Lavagem de Dinheiro (LAB-PCPE)
Houve apoio operacional do Comando de Operações Recursos Especiais CORE/PCPE, Corpo de Bombeiros Militar – CBMPE, do Centro de Monitoramento Eletrônico de Pessoas – CEMEP e da instituição financeira Banco do Brasil.



ADIVINHAÇÃO
Essa só vale para quem conhece o submundo da política de Pernambuco.
Entre os presos, estaria um conhecido bicheiro, conhecido pelo sobrenome de jovem bovino fêmea, muito ligado a alguns setores políticos, inclusive ao presidente Presidente da Câmara de vereadores de importante cidade metropolitana, maltratada por uma péssima gestão.
Também fala-se que o mega esquema de lavagem de dinheiro mantém íntimas relações com certa família do barulho, presa solidariamente em operação complexa, com articulações que chegam a, digamos, gabinetes, públicos e privados, de onde se avistam as melhores partes da capital.
Aguardemos a palavra oficial da polícia e as cenas dos próximos capítulos.