
Equador em chamas - Artigo de Natanael Sarmento*
12/01/2024 - Jornal O Poder
São muitas as explicações de personalidades, partidos e órgãos da imprensa sobre os recentes ataques dos carteis de droga no Equador e os possíveis efeitos na política do país vizinho. Não existe narrativa graciosa.
Na perspectiva dos trabalhadores e do povo equatoriano, damos crédito à nota do Partido Comunista Marxista Leninista – PCMLE.
O contexto de crise e insegurança dura meses. Os ataques recentes trarão mudanças econômicas e políticas profundas ao país.
Gatilho da onda criminosa
A fuga de Adolfo Macias, vulgo, Fito, líder da facção criminosa Los Lobos da prisão, juntamente com mais quarenta prisioneiros em Riobamba foi o disparo do gatilho da onda violenta.
Em 9 de janeiro as 24 províncias registraram aumentos de incêndios de veículos, explosões a bomba, sequestro de guardas penitenciários, saques e a pirotécnica invasão e controle da TC Televisão em Guayaquil.
Terror Fabricado
As inundação nas redes sociais de notícias falsas, fotos, filmes, geraram clima de terror junto à população para parecer incontrolável em condições normais.
Nesse sentido, a resposta foi o Decreto 111 que declara a existência de conflito armado nacionalmente e ordena ás forças armadas a combater os criminosos classificados como terroristas. 27 grupos estão na categoria de terroristas.
Nas ações da terça-feira, ao vivo, na TV, gerar o caos e provocar terror na população foi alcançado.
Unidade nacional
Todas as forças política da burguesia deram apoio ao governo na “defesa do país”. Rafael Correia faz mudança tática na crítica ao governo. A extrema direita internacional oferece apoio para enfrentar o terrorismo, e os EUA não perdem oportunidade. O governo Lasso subscreveu acordo de tropas americanas no território do país, em caso de conflito, a ser aprovado pela Corte Constitucional, o que deverá ocorrer. Por traz da “unidade nacional” burguesa pavimenta-se o terreno para implantação da política neoliberal que piora as condições de vida e atinge mais duramente os trabalhadores. Consultas sobre mineração para favorecer o capital internacional em detrimento do povo equatoriano, “arbitragem internacional” para resolver conflitos envolvendo investimentos estrangeiros”. E outras medidas.
Promessa desarticulada
O “Plano Fênix” de presidente Daniel Noboa em campanha para enfrentar o crime organizado e alcançar a paz é criticado por falta de articulação e efetividade, suspeita-se que sequer existe.
A violência nas ruas aumenta, à luz do dia, assaltos e assassinatos. Presidiários controlam prisões. Cobra-se a “vacina”, nome da taxa mensal ou semanal para o cidadão comum não ser assaltado ou morto.
Metástase e tratamento
As máfias e o narcotráfico estão nos mais altos escalões do Estado burguês, polícias, forças armadas, judiciário, legislativo e executivo – desde governos Correia, Moreno, Lasso e atual. Mas nem todos os criminosos e grupos são processados e julgados. Cinco bilhões de dólares do narcotráfico foram lavados no sistema financeiro equatoriano. E Está no jogo decisivo o projeto político de Naboa: se vencer a “guerra” garante a reeleição, é opinião dos analistas.
Posição do PMPLE
Condena a violência dos atos do narcotráfico e máfias; Exige do Estado segurança e garantia de vida da população; Conclama a unidade do povo para enfrentar coletivamente o problema; Organiza a solidariedade para proteção de locais de moradia e trabalho; Exige o funcionamento de hospitais e demais serviços públicos; Considerara que o problema da criminalidade e insegurança persistirão, se os problemas estruturais da educação, saúde, emprego não forem enfrentados de forma direta; Cobra recursos econômicos para as áreas mais críticas e violentas; Na consulta popular para março 1924 com 11 pontos, inclusive, a atuação das forças armadas, defende plebiscito sobre o pagamento da dívida externa; E reafirma a linha da defesa dos interesses das massas.
* Natanael Sarmento e escritor e dirigente nacional da Unidade Popular -UP