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Artigo por Silvio Amorim*- Torcidas desamadas - “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”. (Antoine de Saint-Exupéry)

23/01/2024 - Jornal O Poder

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As torcidas organizadas tornaram-se violentas e destrutivas. O perfil das pessoas que as integram é parecido: baixa renda, baixa escolaridade, com idades entre 16 e 30 anos e pouca perspectiva profissional. Sem rumo definido, com destinos incertos e vulneráveis, e com inclinação às piores práticas, vistas e revistas por nós, ao vivo e pelo noticiário. Apegam-se às bandeiras de seus clubes como única possibilidade de realização, de sucesso, como se delas fossem. Hoje só resta para eles a repressão, a punição.

Animam jogos

Mas poderia ser diferente. Os clubes de futebol usaram e abusaram dessas torcidas para manter um clima de muita animação nas arquibancadas, com espetáculos coloridos, bandeiras e bandeirões, muito som e barulho, para “empurrar” os jogadores. Para isso, as torcidas organizadas servem. Elas cumprem o seu papel. Mas, com relação ao que acontece além, e principalmente fora dos estádios, os clubes “lavam as mãos”




Preocupação com ‘organizadas’

Os dirigentes dos clubes só têm uma meta, só um objetivo: o título de campeão, mesmo que a qualquer custo. Salários milionários aos jogadores de futebol em detrimento de outras atividades sociais e esportivas da entidade e muitas vezes chegando até a comprometer o patrimônio do clube. Lembro-me do saudoso ex-presidente do Sport Club do Recife, Silvio Guimarães, rubro-negro histórico que partiu precocemente, de sua preocupação com as “organizadas”.


Ação psicossocial

Chegou a fazer algumas ações visando ao psicossocial delas, mas a pressão era grande, impedindo que ele tivesse outros focos, chegando ao fim do mandato sem finalizar as ações idealizadas para suas torcidas. Não vejo hoje gestos de preocupação dos clubes (até como retribuição pela paixão dedicada às suas cores) com as condições psicossociais desses grupos.

Clubes sem compromisso coma cidadania

As agremiações não se acham com nenhum compromisso para com a cidadania destes que saem destrambelhados rua afora a praticar crimes, enrolados em suas bandeiras. Faz-se necessário que os clubes, com a responsabilidade pública que devem ter e com o poder de suas cores, transformem essa “energia” armazenada nas suas torcidas organizadas em ações proativas e sociais.

Fazer a diferença desses torcedores

O grande facilitador para uma mudança de comportamento é a união desses rapazes (e poucas moças) em torno de seus clubes. Uma ação desses clubes nas suas respectivas torcidas, ao lado do Município e Estado, com apoio da Federação Pernambucana de Futebol (FPF), ajudados por psicólogos, pedagogos, assistentes sociais, sociólogos e imprensa, poderia fazer a grande diferença. Não podemos desistir do homem.

*Silvio Amorim é advogado. Foi vice-presidente do Sport Clube do Recife e ex-secretário de Educação da Cidade do Recife.

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