
Um rato é um rato, um humano é um humano, texto de David Leite*
24/01/2024 - Jornal O Poder
Quase sempre, os humanos desprezam os ratos. Contudo – e não se espante com isso, porquanto, afinal, a espécie humana descende de um mesmo tronco animal que “ativou” a vida no planeta –, os roedores são mamíferos que apresentam diversas similaridades com o homo sapiens, a começar pelo plano de corpo (a natureza é pródiga em replicar o que deu certo), sistemas orgânicos, mecanismos de regulação psicológica e áreas cerebrais (eis a chave de tudo, aliás).

Somos primos
Análises genômicas comparativas indicam que humanos e ratos tiveram um ancestral comum há aproximadamente 75 milhões de anos, o que sugere uma grande similaridade genética entre estas espécies. Daí que, nada como observar ratos para compreender os humanos e suas reações aos estímulos do meio em que vivem. As empresas de mídia digital e social usam o conceito de “premiação” para manter a atenção do usuário pelo maior tempo possível.
Desejos manipulados
Neste aspecto, por um estudo realizado por Augustin Lignier, os ratos se assemelham aos humanos – e vice-versa – bem mais do que se imagina! Eis, pois, uma realidade: redes sociais viciam e, como já sacramentou o vigarista Elon Musk, “o Instagram deixa as pessoas deprimidas e o Facebook me dá arrepios”, sobretudo quando se sabe o quanto essas duas plataformas manipulam e afetam os desejos humanos.
* David Leite é jornalista.
