
Gol sai da Bovespa e dá início à sua recuperação judicial. Entenda os detalhes
31/01/2024 - Jornal O Poder
A companhia aérea Gol, que pediu na última semana recuperação judicial nos Estados Unidos, já deu início aos procedimentos para a operação, mas teve, ontem (30/01), o que foi chamado por especialistas no mercado financeiro de uma “despedida amarga” da Bolsa de Valores de São Paulo. As ações da empresa acumularam baixa de 68% apenas em janeiro e, caso os ativos permanecessem até hoje, muito provavelmente acumulariam a maior queda da carteira no fechamento do mês.
Autorização
Na última segunda-feira, a Gol conseguiu autorização para receber US$ 350 milhões (cerca de R$ 1,7 bilhão) de financiamento com o objetivo de reestruturar sua dívida, na etapa que é considerada a primeira fase do processo de recuperação judicial no âmbito da lei de falências dos Estados Unidos. O valor é referente à primeira parcela dos US$ 950 milhões (cerca de R$ 4,7 bilhões) aprovados “preliminarmente”, durante a primeira audiência realizada no tribunal de falências do Distrito Sul de Nova York.
R$ 21,1 bi em dívidas
Segundo informações da própria empresa, ao final de 2023, a Gol tinha um endividamento de R$ 20,1 bilhões. Com o processo, a companhia busca fortalecer sua estrutura de capital para ter sustentabilidade no longo prazo. “Estamos satisfeitos com o início bem-sucedido da nossa reestruturação financeira legal”, disse o diretor-executivo da empresa, Celso Ferrer, em nota.
Latam e Avianca
O caso da companhia brasileira é o último entre várias linhas aéreas que recorreram à lei de falência americana por problemas financeiros devido à pandemia. Antes da Gol, recorreram a este mecanismo Latam e Avianca, que pertencem ao Grupo Abra, também dono da Gol. Com o acesso imediato aos US$ 350 milhões, a empresa poderá honrar “todos os compromissos” com seus parceiros e fornecedores, além do pagamento de salários, destacou o comunicado de Ferrer.
Reunião
No Brasil, está sendo aguardada para amanhã nova reunião entre representantes dos ministérios dos Portos e Aeroportos e da Fazenda, além do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Petrobras, para discutir uma forma de ajudar as aéreas brasileiras ou em operação no país. Uma das alternativas pode ser a instituição de um fundo de investimentos em valores que podem variar entre R$ 4 bilhões a R$ 6 bilhões. Outra medida pode ser a redução do preço de querosene de avião — combustível utilizado na aviação civil.