
Com demissões e crise interna, servidores da Abin pedem a Lula reestruturação da agência. Saiba mais
02/02/2024 - Jornal O Poder
A crise na Agência Nacional de Inteligência (Abin) prossegue, mesmo tendo sido trocados vários integrantes de cargos de confiança do órgão. E começa a respingar, agora, no corpo técnico de um modo geral. Na noite de quarta-feira (31/01), a chamada União dos Profissionais de Inteligência do Estado da Abin (Intelis), formada por técnicos da corporação, encaminhou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pedindo o estabelecimento de “um novo marco normativo para o sistema de inteligência do País.
Joio do trigo
Na prática, a preocupação desses servidores públicos federais (boa parte deles com renomado currículo), é separar o joio do trigo e ajudar a melhorar a imagem da agência, mostrando que nem todos atuam em casos de investigação paralela ou dentro de ilegalidades. “O momento parece ter convencido a todos sobre o que já defendemos há anos: a inteligência precisa ser reformada”, enfatiza o documento.
Atribuições
Os servidores alegam ser urgente a necessidade de uma regulação quanto às "atribuições e ferramentas de trabalho para todo o corpo funcional da Abin. Também reivindicam por “segurança jurídica apropriada” para os profissionais de inteligência, por meio de uma vara judicial especial para a categoria. “A sociedade brasileira precisa proteger a atividade de inteligência de quem a utiliza como instrumento político-partidário”, ressaltam os representantes da Intelis.
Corpo funcional
A associação quer, ainda, que a Abin passe a ser comandada pelo próprio corpo funcional e destaca, no documento, ser “necessário que a atividade seja conduzida por quem conhece seus meandros”. “As reiteradas nomeações de pessoas que não possuem experiência na prática de inteligência nacional para posição de direção fragilizam a atividade”, enfatizam os servidores.
Nova demissão
Hoje (02/01) foi anunciada pelo Executivo a demissão do agente Cristiano Ribeiro, apontado, após constatação, numa investigação interna, de que ele vazou dados sigilosos da agência no caso referente ao senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e a denúncia de prática de rachadinhas. O agente teria, segundo as investigações, fotografado a tela do seu computador na Abin e enviado o material para outras pessoas, com o cronograma de atividades do centro de inteligência órgão, bem como fotos e nomes dos servidores titulares de cada coordenação e seus respectivos substitutos.