
Império em ruínas – Antônio Ais dono da Braiscompany é preso na Argentina
01/03/2024 - Jornal o Poder
Severino Lopes
O Poder
O império ruiu de vez. Depois de ter passado mais de 1 ano foragido e ter o seu nome na lista de procurados da Interpol, o empresário Antônio Inácio da Silva Neto, mais conhecido como Antônio Ais, foi preso pela Interpol, Polícia Internacional, na Argentina. A prisão aconteceu na noite de ontem, quinta-feira (29), no condomínio onde o casal estava escondido, na Argentina. Por volta das 23h, a Polícia Federal confirmou oficialmente a prisão de donos da Braiscompany e marcou coletiva para hoje, sexta-feira, (01/03).
Foragidos
Natural de Cuité, na região do Curimataú da paraíba, Antônio Neto, juntamente com sua esposa, Fabrícia Farias Campos, estavam foragido há um ano, desde quando passaram a ser alvo de mandado de prisão da Justiça Federal em Campina Grande, onde funcionava a sede da sua empresa.
O golpe
O paraibano é acusado de aplicar golpe milionário contra investidores a quem prometia lucros de até 80%. O esquema, de acordo com a investigação, era uma pirâmide financeira que levou muitos dos clientes à falência.
A operação
A operação investiga uma movimentação financeira de R$ 2 bilhões feita pela empresa em criptoativos. Dois mandados de prisão foram expedidos tendo como alvos o empresário, Antônio Neto, e a esposa dele, Fabrícia Farias Campos. Na operação a Justiça Federal também determinou o bloqueio de bens e a suspensão parcial das atividades da empresa.
Crime financeiro
Antônio Ais e a sua esposa Fabrícia Farias, foram condenados por comandar um golpe milionário no sistema financeiro e no mercado de capitais, por meio da empresa de criptoativos Braiscompany. Antônio Inácio da Silva Neto pegou uma pena de 88 anos e 7 meses de prisão, e Fabrícia Farias, 61 anos e 11 meses. Também foram condenados outos 9 réus. O montante a ser reparado é de R$ 277 milhões em danos patrimoniais e R$ 100 milhões em dano coletivo
Crimes
Entre os crimes citados na sentença do juiz da 4ª Vara Federal em Campina Grande Vinícius Costa Vidor, estão operar instituição financeira sem autorização, gestão fraudulenta, apropriação e lavagem de capitais.
A lista
Os nomes de Antônio e Fabrícia estavam desde fevereiro de 2023 na lista de procurados da Interpol, a polícia criminal internacional que age em todo o mundo.
Operação contra a Braiscompany
A Braiscompany foi alvo de uma operação da Polícia Federal no dia 16 de fevereiro de 2023, que teve como objetivo combater crimes contra o sistema financeiro e o mercado de capitais. As ações da PF aconteceram na sede da empresa do 'casal Braiscompany' e em um condomínio fechado, em Campina Grande, e em João Pessoa e em São Paulo. A operação foi nomeada de Halving.

Especializada
A empresa, idealizada pelo casal Antônio Ais e Fabrícia Ais, era especializada em gestão de ativos digitais e soluções em tecnologia blockchain. Os investidores convertiam seu dinheiro em ativos digitais, que eram “alugados” para a companhia e ficavam sob a gestão dela pelo período de um ano. Os rendimentos dos clientes representavam o pagamento pela locação dessas criptomoedas.
O que a Braiscompany oferecia?
O 'casal Braiscompany' prometia um retorno financeiro ao redor de 8% ao mês, uma taxa considerada irreal pelos padrões usuais do mercado. Milhares de moradores de Campina Grande investiram suas economias pessoais na empresa, motivados pelo boca a boca entre parentes, amigos e conhecidos. Antônio Neto Ais, o fundador da companhia, disse em uma live que gerenciava R$ 600 milhões de 10 mil pessoas.
Movimentaram
De acordo com a Polícia Federal os sócios da Braiscompany movimentaram cerca de R$ 1,5 bilhão nos últimos quatro anos. Várias pessoas de todo o País foram lesados com o golpe, entre eles, o lutar Popó.
O empresário mantinha um Instagram com fotos bem produzidas, registros ao lado de celebridades e vídeos motivacionais. Quando o golpe estourou, sua rede social registrava 900 mil seguidores, que consumiam conteúdo sobre uma vida de luxo e sucesso individual.
Fugiu
Um relatório da Polícia Federal indicou que o 'casal Braiscompany' fugiu do país pela fronteira terrestre com a Argentina. Eles utilizaram os passaportes da irmã e do cunhado de Fabrícia. Desde então, não há informações divulgadas sobre o paradeiro do 'casal Braiscompany'.
