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Crise — Ministro de Minas e Energia modera no tom, mas reconhece divergência com presidente da Petrobras

03/04/2024 - Jornal o Poder

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Comentado em reservado em muitos gabinetes de Brasília e minimizado várias vezes por representantes do Governo e parlamentares, o desgaste entre o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, agora é oficial — e tem repercutido desde o início da semana. Hoje (03/04), o ministro colocou ainda mais lenha na fogueira ao reconhecer, durante entrevista, que existe, sim, um conflito entre seu papel e o do presidente da Petrobras. Apesar disso, Silveira disse que as divergências são "salutares e não pessoais".

Papeis diferentes

"Sempre tive debates acalorados, verdadeiros. Mas debates transparentes sobre o que eu, como governo, defendo na Petrobras. E o presidente da Petrobras, naturalmente, faz a defesa dele como presidente de uma empresa. Os papéis são diferentes, por isso há um conflito", afirmou.

Destinação de dividendos

Uma das divergências recentes foi na destinação de dividendos da Petrobras aos acionistas. Prates defendia distribuir 50% dos recursos extraordinários, mas Silveira e o conselho da companhia discordaram diante de discussões sobre o fôlego da estatal para investimentos —inclusive em energia limpa. A decisão final de reter os recursos na empresa causou reação de investidores na bolsa e tirou bilhões em valor de mercado da companhia.

"Marola"

Hoje, o ministro comparou o episódio a "uma marola ou ao barulho causado por biscoitos de polvilho". E assegurou que "não há pressa para voltar a discutir o tema". Ele também se esquivou de responder a perguntas feitas por jornalistas sobre se achava que Prates estaria fazendo uma boa gestão na Petrobras. Limitou-se a afirmar, de modo institucional, que "a diretoria da Petrobras deve ser sempre respeitada".

Autoridade

Silveira afirmou, ainda, que a Petrobras será a empresa mais valorizada na Bolsa durante o terceiro mandato de Lula e que não faz questão de indicar nomes para a estatal. Por outro lado, ele não abre mão de sua autoridade nas discussões. "O dia em que você abre mão por um segundo da sua autoridade você nunca mais recupera. Então, a autoridade que me é delegada —e autoridade não é arrogância— eu não transigirei em executar".

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