
Trópicos perderam, em 2023, área do tamanho do Butão em florestas, diz estudo internacional. Brasil apresentou redução de perdas
04/04/2024 - Jornal O Poder
-Com Agência Brasil
Relatório anual produzido pelo Laboratório de Análise e Descoberta de Terras Globais (Glad), da Universidade de Maryland, que toma como referência o monitoramento da plataforma Global Forest Watch (GFW), do World Resources Institute (WRI), divulgado hoje (04/04) apontou que em 2023, os trópicos perderam 3,7 milhões de hectares de floresta primária, o que corresponde, em média, à destruição de dez campos de futebol por minuto — ou a uma área do tamanho do Butão.
Posição do Brasil
Apesar de alarmantes, os dados do estudo mostraram que Brasil e Colômbia foram os dois países que apresentaram resultado positivo se comparada a redução dessa perda. A GFW está no ar desde 2014 e exibe dados praticamente em tempo real sobre proteção das florestas. De acordo com o levantamento, enquanto Brasil e Colômbia apresentaram desempenhos melhores na conservação das florestas, houve retrocessos nas políticas da Bolívia, Laos, Nicarágua e outros cantos do globo.
Mudanças
No caso do Brasil, o que os especialistas pontuam é que as diretrizes ambientais do Governo, de modo geral, têm transformado os indicadores. Como exemplos, eles listaram a promessa que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez de demarcar terras indígenas e a importância da aplicação da lei e da revogação de medidas que iam na contramão da preservação ambiental.
Recomendação
O relatório, entretanto, recomenda ao Brasil é que olhe para os diferentes biomas com o mesmo cuidado. A análise evidencia que, ao mesmo tempo que na Amazônia houve queda de 39% no desmatamento de floresta primária do que em 2022, o Cerrado teve um aumento de 6%, mantendo a tendência de aumento de cinco anos, e o Pantanal sofreu as consequências de perda florestal por queimadas que têm se alastrado por grandes perímetros.
Bolívia
Já na Bolívia, a perda de floresta primária subiu 27% em 2023. O país vizinho registrou alta pelo terceiro ano consecutivo e ficou em destaque por ter a terceira maior perda de floresta primária dos países tropicais. O dado chama a atenção porque sua área de florestas já é menor do que a metade das existentes na República Democrática do Congo e na Indonésia.
Metas
De 2022 para 2023, a perda de floresta primária no Brasil caiu de 43% para 30%. Apesar disso, atualmente, o país tem um quadro mais grave do que o que é observado na República Democrática do Congo e na Bolívia