
A frança faz fronteira com o Brasil, você sabia? Essa e outras razões para a visita de Macron, por Virgínia Pignot*
05/04/2024 -
O Brasil e a França compartilham uma fronteira de 730 km em plena Amazônia, que corre ao longo do rio Oiapoque, da sua foz até a sua nascente, e depois percorre o divisor de águas da bacia amazônica até encontrar o ponto de trijunção com o Suriname.
Nos dias atuais, ainda se mantêm como Departamentos franceses as Ilhas de Guadalupe, São Martinho, São Bartolomeu e Martinica, nas Antilhas e a Guiana Francesa, na América do Sul. Uma área em precário equilíbrio, no momento. Já que do governo atual da Venezuela, pode-se esperar tudo.
Nossa articulista na França vê de lá a reaproximação franco-brasileira. Vamos à reflexão.
O presidente francês
Emmanuel Macron fez, semana passada, uma visita intensa ao Brasil, acompanhado com frequência pelo Presidente Lula. No estaleiro Naval de Itaguaí no Rio de Janeiro, por exemplo lançaram o toneleiro, o terceiro submarino movido a diesel construído no Brasil em parceria com a tecnologia francesa. As forças armadas convidaram a Primeira-Dama Janja para ser a madrinha do evento. Vamos nos debruçar sobre o interesse dessa visita que sinaliza uma reaproximação franco-brasileira bem acolhida pela população.

Bom é mesmo amar em paz
Brigas nunca mais.
Esse refrão musical da nossa Bossa Nova, reflete o estado de espírito dos brasileiros em relação à visita de Macron. Segundo a TV por internet France 24 a população brasileira não se preocupa com os pontos de divergência entre os dois presidentes, mas vibra com os pontos de convergência.
Segundo o Consulado Geral do Brasil na França, existem cerca de 107 mil brasileiros morando na França. A França é parceira do Brasil em questões de paz, desarmamento e não proliferação, direitos humanos, desenvolvimento sustentável e meio ambiente.
A retomada
De um intercaâmbio artistico e cultural assim como do ensino de frances no Brasil, e de portugues na França foi evocada. Fazia onze anos que um presidente francês não vinha ao Brasil. Os dois países tiveram conflitos no governo anterior.
Precisamos garantir a tranquilidade dos habitantes e do planeta terra.
No encontro com a imprensa em Brasília, respondendo uma questão sobre a atitude diferente do Brasil e da França em relação à guerra da Ucrânia o presidente Lula afirmou a intenção do seu governo de se envolver em negociações pela paz, e sua recusa de participar de guerras com seu leque de destruição e de mortes de inocentes, como no Iraque no passado, ou na Ucrânia no presente. Suas frentes de batalha são a luta pelo desenvolvimento, renda, paz para o povo brasileiro, e contra a desigualdade, contra a fome.

Lula diz
Respeitar uma opinião diferente do governo da França, que está mais perto da Ucrânia, "é normal que o Macron fique mais nervoso".
No seu discurso em Brasília, o presidente Macron exaltou a importância da parceria entre os dois países, parabenizou a eficiência do governo brasileiro na luta contra o ataque à democracia e às instituições democráticas do Oito de janeiro 2023: "Vocês deram um exemplo ao mundo de resistência e de coragem".
Os pilares da relação
O presidente Lula colocou o foco nos 5 pilares da relação entre os dois países: a área da defesa, meio ambiente, recursos naturais, tecnologia, democracia. Falou da reciprocidade de interesses e da amizade entre os dois países, que inclui a exportação de produtos brasileiros, intercâmbios científicos, tecnológicos, nos campos artístico e cultural; disse que as forças armadas brasileiras têm que ser qualificadas para garantir a paz. O Ministro José Múcio lembrou que a defesa é responsável por 2,9 milhões de empregos formais, e 4,78% do PIB brasileiro.
Macron exaltou
A importância da parceria entre os dois países, frisou que a França é o terceiro maior investidor estrangeiro no Brasil, com cerca de 38 bilhões de dólares investidos, e é o primeiro maior empregador estrangeiro, em diversos setores produtivos aqui: comércio varejista, eletricidade, telecomunicações, automóveis, alimentos, metalurgia, tecnologia da informação.
Lula, condutor da politica regional e ator da macropolítica global na questão climática
"Depois da volta de Lula à cabeça do Brasil em janeiro 2023, o país se tornou um ator incontornável da questão climática na cena internacional", diz o jornal francês l'Humanité.
A visita de Macron à regiao amazônica, incluiu visita a uma plantação de cacau no coração da floresta, visita a comunidade indígena. Macron concedeu a medalha da Legião de Honra ao Cacique Raoni, agradecendo o seu papel e o papel dos povos indígenas na preservação da riqueza dos biomas da floresta. O Pará acolherá a Conferência das mudanças climáticas, a COP 30 em 2025.
Concluindo com um toque musical, Macron foi acolhido em Brasília pela orquestra “Maré do Amanhã”, que ensina música clássica a crianças da favela da Maré no Rio de Janeiro.

E a Guiana?
Macron, iniciou, na segunda-feira , 25/03, uma visita de dois dias à Guiana Francesa, território da França na América do Sul que exige mais autonomia e está imerso em inúmeras dificuldades, como a insegurança.
*Virgínia Pignot é médica e cronista, brasileira e cidadã francesa. Vive em Toulouse, França, desde os anos 1980.
NR - E o dinheiro prometido para a preservação das floresta, Macron?
NR2 - Cuida de cuidar dos teus territórios dessarumados antes de se meter... deixa pra lá.

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